Economia

Pesquisas vencedoras do Prêmio Odebrecht são premiadas também em NY

Premiação aconteceu no Harvard Club
Marcelo Gentil , Salvador | 23/07/2017 às 11:55
Premiação no Harvard Club
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Dois projetos vencedores do Prêmio Odebrecht de Desenvolvimento Sustentável receberam em Nova York, o reconhecimento da Câmara de Comércio Brasil-EUA e do “Person of the Year (POY) Fellowship Committee” pela contribuição de suas pesquisas para o meio acadêmico e o impacto na sociedade. Eles ganharam o POY Fellowship Award, iniciativa a que concorrem também estudantes apoiados pela Fundação Lemann e Instituto Ling.

A entrega do prêmio aconteceu no Harvard Club, com a presença de Albert Fishlow – professor emérito da Universidade de Columbia (NY) e um dos maiores especialistas em economia brasileira -, Paulo Vieira da Cunha – economista e ex-diretor do Banco Central (BC) - e dirigentes da Câmara e da Odebrecht.

Os trabalhos vencedores do Prêmio Odebrecht que agora recebem reconhecimento internacional exploram o uso de novas tecnologias e iniciativas criativas para o desenvolvimento sustentável. Fishlow destacou a contribuição da premiação como estímulo à educação. “O Brasil é um pais que tem tido grandes investimentos em uma variedade de áreas, mas ainda está atrasado na educação. Sem educação não existe futuro. E a contribuição da Odebrecht com essa iniciativa é o foco no futuro”, comentou.

O projeto “Seletora de Mudas de Cana-de-açúcar” foi desenvolvido no Brasil por estudantes de Engenharia Mecânica e Mecatrônica da Escola Politécnica da USP. Eles criaram um protótipo para automação da seleção de mudas de cana de açúcar, aumentando a eficiência do plantio com melhor produtividade e redução de perdas. A máquina faz seleção visual das mudas, utilizando a tecnologia de reconhecimento óptico digital. O sistema é capaz de identificar a qualidade da muda de acordo com critérios previamente estabelecidos, e assim selecioná-la como “apta” ou “não apta”. A grande vantagem da adoção da seletora é ter um processo de seleção de mudas mais eficiente, por ser segura, rápida, barata e com alto rendimento.

Fernando Lopes, um dos autores do estudo brasileiro, afirma que o POY Fellowship Award é um selo de qualidade para a pesquisa, importante para abrir mercado para a comercialização da solução que desenvolveram. “Traz visibilidade e divulgação da nossa pesquisa para um público bem qualificado. Ajuda a aproximar a academia do mercado”, completa. A seletora pode ser adaptada a outras culturas que utilizam técnicas de plantio semelhantes ao da cana-de-açúcar, como mudas florestais. E os pesquisadores já estão explorando outros mercados do agribusiness, com a adaptação da máquina para selecionar tomates-cereja e também para determinar a qualidade da uva.

O desenvolvimento do protótipo começou no laboratório de inovação da Poli/USP (Inovalab), uma incubadora de empresas. Os prêmios recebidos pela pesquisa ajudaram na evolução do projeto e também na definição de uma visão de negócio. Isso permitiu a formalização e desenvolvimento de uma startup, a Mvisia, hoje uma sociedade entre Fernando Lopes e dois outros colegas pesquisadores, Fernando Antonio Torres Velloso da Silva Neto e Henrique Oliveira Martins.

Solução Sustentável para Áreas Carentes

O outro projeto premiado é dos Estados Unidos, de alunos da Florida International University - “Energia Renovável e Sistema de Purificação de Água – Sistema de Purificação Manual”. Os autores projetaram um sistema portátil para purificar água, usando a força humana. Esse sistema é capaz de produzir simultaneamente eletricidade e água potável, na vazão de 3,5 litros de agua por minuto, eliminando a necessidade do fornecimento de água engarrafada, o que é caro em regiões carentes e impactante ao meio ambiente pelos resíduos descartados sem controle. “Nossa expectativa é melhorar a qualidade de vida das pessoas ao redor do mundo se tivermos a chance de globalizar esse produto. Ele vai ajudar, principalmente, as pessoas de áreas rurais a ter acesso a água limpa de uma forma relativamente fácil”, comentou um dos autores Andoni Acosta.

Para o diretor de Sustentabilidade da Odebrecht S.A, Sérgio Leão, o reconhecimento internacional dos dois projetos vencedores do Prêmio Odebrecht de Desenvolvimento Sustentável valoriza a geração do conhecimento comprometido com o desenvolvimento segundo critérios de sustentabilidade. “É também uma validação do Prêmio Odebrecht como iniciativa que estimula a criatividade e inovação em soluções para o desenvolvimento sustentável”, complementa.

Criado em 2008 no Brasil, o Premio Odebrecht de Desenvolvimento Sustentável foi realizado em 8 países, em 2016, com a participação de 1.716 alunos, de 261 universidades e um total de 443 trabalhos. Nas nove edições realizadas no Brasil até o momento, foram submetidos à premiação 1.120 projetos de pesquisa.