O presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, Anivaldo Miranda, participou do Diálogo Público Revitalização do São Francisco, promovido pelo Tribunal de Contas da União (TCU), em Brasília (DF), na manhã desta quinta-feira (11.08). O evento reuniu ministros da Corte de Contas, bem como do Governo Federal. A urgente e imediata intervenção para revitalizar o São Francisco foi a tônica dos pronunciamentos dos ministros do Meio Ambiente, Sarney Filho; da Integração Nacional, Helder Barbalho; e do próprio TCU, representado por Aroldo Cedraz e Augusto Nardes.
Na oportunidade, o ministro da Integração Nacional, Helder Barbalho, anunciou para a próxima segunda-feira (15.08), no prédio do Ministério, na capital federal, a primeira reunião da câmara técnica instituída por decreto presidencial para atuar como secretaria do Conselho Gestor da Revitalização do São Francisco. “Temos pressa de agir, porque recuperar o rio é recuperar a vida de toda uma população que dele depende”, considerou Barbalho. O ministro Sarney Filho confirmou essa determinação e o desejo de integrar os diversos entes inseridos na bacia, como prefeitos, governadores, setor empresarial e sociedade.
O ministro do TCU, Augusto Nardes, lembrou os versos de Luiz Gonzaga para questionar se ainda seria real o “São Francisco bater no meio do mar”. Para ele, somente o trabalho integrado garantirá o êxito nos trabalhos da revitalização. O deputado federal Guilherme Coelho disse que “o rio é o pai de todos os sonhos dos nordestinos” e o senador Otto Alencar fez um relato da realidade do Velho Chico nos últimos 30 anos.
SEMIÁRIDO
O presidente do CBHSF participou do primeiro painel do evento promovido pelo TCU. Na sua fala, diante de um auditório lotado, Anivaldo Miranda disse que a revitalização do São Francisco é o primeiro tijolo para a construção de uma nova realidade para o Semiárido brasileiro. E citou as atividades realizadas pelo Comitê, mesmo diante de suas limitações financeiras. “Construímos um novo plano de recursos hídricos, que nos consumiu 18 meses de trabalho e será apresentado no próximo mês, durante a nossa plenária. Somos o maior financiador de planos municipais de saneamento básico e entregamos ao ministro Helder Barbalho uma cópia de todos os 26 planos que financiamos até agora”, resumiu ele.
Miranda anunciou que o plano da bacia já traça os cenários até o ano de 2025. Segundo o presidente do CBHSF, o documento aponta para um déficit hídrico em boa parte das sub-bacias que integram a bacia São Francisco. A procuradora federal Lívia Tinoco ressaltou a necessidade de se discutir uma nova matriz energética para o Nordeste, que não seja apenas o São Francisco, e citou como alternativas a geração de energia eólica e solar.
O Diálogo Público promovido pelo TCU contou com a participação de ministérios diversos e trouxe também prefeitos de alguns municípios inseridos na bacia. O evento reforça a iniciativa do Governo Federal de inplementar o Programa de Revitalização da Bacia do São Francisco, intitulado “Novo São Francisco”. A iniciativa consiste numa política transversal e continuada que garante investimentos iniciais de R$ 904 milhões a curto prazo, até o ano de 2019.