Colunistas / A Boa Mesa
Dom Franquito

DOM FRANQUITO VOLTA AO PORÓ ABRAÇA UM AIÊ E DÁ VIVAS A SANTO ANTÔNIO

É o mais disputado restaurante da Rua Direita do Santo Antônio Além do Carmo
23/01/2023 às 19:20
       Estava distante dos restaurantes e da boa mesa por recomendação médica diante problemas renais e no domingo último, após visitar o Museu do Mar do Aleixo Belov, instalado em casarão no largo do Santo Antônio Além do Carmo, estive no Restaurante Poró, na rua Direita, 445, matando a saudade desta casa onde experimentei, em 2016, uma "Costela Bêbada", quando o restaurante das sombrinhas ainda funcionava na Rua do Carmo, 13, no original.

  Lembro que escrevi naquele momento sobre uma expo de Fabricio Branco no Espaço Poró tendo como tema a lenda urbana da "Perna Cabeluda" surgida em Recife na década de 1970 e difundida pelo radialista João (Jota) Ferreira, o qual narrou o causo de um vigilante que foi atacado por uma visagem - uma "perna cabeluda" - e fiquei encantado com o local cuja proposta era um misto de restaurante com espaço para expos de arte e pequenos eventos.

    Não saberia dizer se, na atualidade, o Poró continua com esse mesmo propósito. O certo é que dos restaurantes situados no corredor da Rua Direita de Santo Antônio e são vários e bons, o Poró é o mais disputado, creio, por sua comida sempre deliciosa, por ser um espaço onde se ouve a boa música, servem drinks deliciosos, tem-se uma vista maravilhosa da Baía de Todos os Santos para aqueles que se sentam nas cadeiras do deck das sombrinhas, o atendimento dos garçons e garçonetes é de qualidade, e o ambiente é tribal. Isto é, com representantes da diversidade cultural brasileira. 
  
  E aos domingos tem chorinho e outras músicas da mpb com o acordeon de Daniel Neto e mais um clarinetista primoroso e um pandeirista, som acalentador, gostoso de se ouvir, baixinho, agradável, que torna o local ainda mais sensual e prazeroso.
  
  Na primeira vez que estive no Poró, no 13, fui atendido por Clarice e Débora e saboreei a "costela bêbada", na época, assadas na caipirinha com purê de batata doce e farofa de couve. Desta feita, a madame Bião de Jesus, minha esposa, foi quem optou pela "costelinha bêbada" e se surpreendeu com a beleza do prato, a fartura, e os ingredientes da "bebum" cozida em redução agridoce de cachaça, servida com salada de abobrinha crua, temperada com vinagre de mostarda de parmesão e purê de batata doce e mais chio de batata doce.
  
  Por sí, vocês podem observar o sabor dessa costelinha, ao ponto, segundo a madame que a experimentou deliciosa.
  
  Vamos, então, por parte, uma vez que além da madame Bião de Jesus, estavam conosco su madre Antonia e sua hermana la professora, ambas, de bom apetite, sempre.
  
  Aos domingos, no Poró, costuma-se enfrentar uma fila de espera de razoável tempo a depender do horário em que se chega especialmente entre 12h e 14h, mas nada assustador. Tem uns banquinhos na entrada que você pode ficar aguardando tomando um drink. Nada mal. 
  
   Após acomodados, inicialmente no salão principal, onde os instrumentistas musicais, a gosto para escolher o que beber e petiscar antes dos pratos principais. Yo, como já dito acima, com rim trincado, vivo a base da água sem gás. Paciência, diz-me a madame que minha cota alcoólica já foi atingida a meta.

   Las madames optaram pela stela atrois e para petiscar, na primeira rodada, "montadinhos do mar "- barquinha de crocante de pastel, molho de pimentão vermelho defumado, mini cubo de peixe, camarão e manjericão - e "camarões crocantes" - camarões com fio de batata doce com molho de tomate levemente picante.
  
  Haja, portanto, mais stelas acomodadas em balde com gelo. Adiante, uma porção dos pasteizinhos (entrada mais pedida da casa) com carne de fumeiro e banana da terra. 
 
   Enquanto isso, o trio executava de brasileirinho a feira de mangaio.
  
  La professora escolheu de principal um filé medalhão ao molho de tamarindo acompanhado de arroz cremoso de camarolli, parmesão e alho poró; e dona Antonia solicitou um "Rei Tornedô" - filé acompanhado de purê de mandioquinha, cubos de bacon crocantes e cebola caramelizada.
  
  E yo, pedi um "Aiê"- filé de peixe do dia acompanhado com purê de banana da terra e gengibre, xerém de castanha com amendoim, regado no azeite de rapadura e ervas. 
  
  Diria, falando por mim e também pelos outros, uma vez que dialogávamos, todos pratos ótimos em sabor.

  Não nominarei os garçons e garconetes que nos serviram porque foram 4 ou 5, inclusive mudamos do salão principal para o deck das sombrinhas com vistas para o mar, graça a gentileza de uma delas, mui graciosa, e fechamos a tarde - a noite já se aproximando - com orum de chocolate - brownie de chocolante com castanha do Pará, pipoca de caramelo salgado e sorvete de coco.

  Foi uma maratona gastronômica e musical para ninguém botar defeito. 

  Depois de tantas peripécias saímos a andar até a igreja do Boqueirão e voltamos até o Largo do Carmo onde pegamos o nosso uber particular, com a rua Direita já com a expo de brechós, mil turistas pra lá e pra cá, sinais de quem uma bandinha carnavalesca ia animar a todos, alguns mascarados já desfilando em frente a igreja de Santo Antônio, quando partimos para casa.

  Santo Antônio Além do Carmo que nos perdoe e o santo milagreiro é uma permanente festa. Vivas, assim, ao santo de Lisboa, Pádua e Bahia.
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Restaurante Poró
Rua Direita do Carmo, 445
Abre de terça a domingo das 12h às 23h
Domingo até 21h
(71) 99618-1704
Montadinho do mar R$35,00
Pasteis com carne de fumeiro R$38,00
Camarão crocante com batata doce R$32
Aiê filé de peixe R$59,00
Costela bêbada suina R$57,00
Rei Tornedô filé mignon R$75,00
Medalhão ao molho de tamarindo R$75,00
Cerveja Stela Atrois R$12,00 unidade
Água mineral 350ml R$5,00
Orum de chocolate R$26,00
Couvert artístico R$20,00 por pessoa
Cobra 10%
Aceita todos cartões
Estacionamento na rua ou no largo
Não tem manobrista
Não tem ar refrigerado
Decoração motivos da Bahia
Classificação 3 DONS