Colunistas / A Boa Mesa
Dom Franquito

DOM FRANQUITO saboreia polvo com lagosta na varanda da Coló, Arembepe

Um restaurante que serve frutos do mar de primeira qualidade
13/02/2015 às 12:15
   O Coló Restaurante mais conhecido em Arembepe como Restaurante da Coló tem 52 anos de existência. Não são 52 dias, nem 52 meses e sim 52 anos desde a época - 1963 - que dona Coló de Souza, uma senhora nascida em Arembepe, ela e o esposo, vendiam pratos à base de peixe fresco na praia.

   O negócio prosperou com a chegada do Pólo Petroquímico à Camaçari quando operários mais qualificados descobriram o paraíso tropical de Arembep e fizerem desse local dormitório. E, claro, passaram a saborear os pratos produzidos por Coló. 

   O tempo foi seguindo seu curso, lá se vão 52 anos, dona Coló já partiu faz tempo e sua filha Edeli de Souza, a qual herdou da mãe o apelido de Coló e o amor pela culinária à base de frutos do mar é quem está à frente do negócio, hoje, também com uma pousada no primeiro piso em prédio próprio do Largo do São Francisco, com belíssima vista para o mar.

   Da varanda da Coló vendo as ondas do mar bater nos arrecifes que protegem a enseada de Arembepe, onde chegam os barcos de pesca por um canal e ancoram quase à beira praia, o dom da natureza fez desse lugar do Litoral Norte da Bahia, 60 km do centro de Salvador, 30 km a partir do aeroporto, 15 minutos após o pedágio de Vilas de Abrantes, um paraíso invejável. 

   Quando a maré tá baixa o bloco de arrecifes aparece e à frente está o Mar Tenebroso, o Atlântico, de muitas mortes na época dos Negreiros; e à beira praia uma piscina natural, uma laguna, onde banha-se sem sobressaltos, sem ter à vista tubarões e olhos de boi, e tem-se à mão e à boca os serviços dos restaurantes locais. 

   Entre eles, o serviço da Beach Coló, onde os clientes podem ficar tomando uma cervejota e apreciando o principal tira-gosto da Coló, os bolinhos de peixe.

   Yo e la señora Bião de Jesus, ela chique como sempre, imagina se colocaria seus pézinhos na areia da praia ainda mais que tinha decorado os dedidos com esmalte rubro, preferimos saborear os bolinhos sentados na Varanda da Coló, tendo-a, à vista, tratando pimentas.

   - Faço com prazer, meu filho, diz Coló retirando os talos das pimentas malaguetas enormes, verdes e vermelhas, "preprando muito molho para o feriadão do Carnaval".

   - A senhora depois terá que lavar as mãos com algum produto especial para tirar o cheiro e o ardor - questinou la señora Bião.

   - Nada minha santa passo só água e sabão e fica tudo bem - rebate Coló.

   Yo quis saber um pouco mais do restaurante e uma simpática e risonha Coló diz-me que faz parte de sua vida. 

    - Nasci e me criei aqui em Arembepe e no restaurante desde a época de meus pais. E estou aqui diariamente nessa labuta. Faço tudo com muito prazer - aduz.

   Que maravilha! penso yo pedindo ao garçom Ivan, outro nativo do Litoral Norte, que nos trouxesse mais geladas pois os bolinhos de peixe estavam maravilhosos em sabor e textura. No ponto.

   Adverti la señora Bião que não exagerasse na pimenta porque estava de matar. E morrer vendo aquele mar à frente, um barco de pesca chegando e a espuma das águas do mar se chocando nos arrecifes seria de momento inapropriado.

   Ivan, mais parecido com um meio campista que fez fama no Bahia, Baiaco, estatura mediana, sorriso maroto, bigodinho discreto, devoto de São Francisco de Assis, padroeiro local, nos serviu com primorosa atenção.

   A varanda estava quase lotada de clientes e nosotros estávamos mais de olho no mar, nas pessoas na praia, nos barcos, numa dupla de gordinhos a la Neto LX que se fartava em latinhas com isopor à beira mar.

   Até brinquei com a madame Bion: - Não quer dar um mergulho ao lado daqueles gorditos.

    -Nem pensar - respondeu pondo mais batom nos lábios e tirando um selfie para mandar a sobrinha e la hermana.

    Maresia, a fome chega numa velocidade impressionante e solicitamos a Ivan, 'el terrible', que sugerisse qual o melhor dos pratos se o badejo com lagosta ou o polvo com lagosta.

   - Sou suspeito pra falar, mas, ambos são muito bons.

   - Quis saber se o polvo estava macio.

   - Mais macio que esponja, respondeu.

   Então, tiramos a dúvida e pedimos de principal um polvo com lagosta. 

   Quando o elegante chegou à mesa, borbulhando como aquela música de Fagner, borbulhas de amor, sentimos pelo aroma que a pedida estava certa, diez.

    E quando degustamos o dito veio a comprovação que dona Coló, a filha, herdou a sabedoria da mãe, e serve frutos do mar como poucas no Litoral Norte.

   Diria ao amigo, a amiga leitora, que se for para Arembepe, ou por aquele lado do Litoral Norte, passe no Coló. Vale a pena conhecer e saborear uma de suas moquecas.

   Después, saia andando pelo Largo de São Francisco e passe no ponto do Acarajé da Baco (é uma mulher) para completar o serviço com uma cocada puxa ou cocada normal, em vários sabores.

   No mais, é rezar uma oração pra São Francisco de Assis na capela local.
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COLÓ RESTAURANTE
Largo de São Francisco, 3
Arembepe - Camaçari - Litoral Norte
50 km do centro de Salvador
Fones 71.3624-1058  3624-1685  8809-3624
Facebook: Restaurante da Coló - Bahia - Brasil
Restaurantedacolo&hotmail.com
Não tem manobrista - estacionamento na rua
Restaurante típico beira mar - sem ar condicionado
Ambiente arejado - limpíssimo
Vista para o mar deslumbrante
Polvo com lagosta - R$85,00 - serve duas pessoas
Bolinhos de peixe com 6 unidades - R$20,00
Cerveja Itaipava R$7,00
Aceita cartões de crédito
Decoração discretíssima
Clasisifcação 2 DONS