Colunistas / A Boa Mesa
Dom Franquito

DOM FRANQUITO e amigos aprovam com louvor moqueca de jacaré do Bigode

Passamos uma tarde em Itapuã de dar inveja aos saudosos Vinicius de Moraes e o Barão do Coco Verde, Calazans Neto.
18/01/2014 às 13:58
Segunda, 13, às 13 horas do ano 2014. 

   Daria até para jogar no bicho 13-13-20-14 ou na lotomania. Mas esta foi a data que um grupo de cavalheiros, senhores aposentados, empresários e profissionais liberais de alto coturno se sentaram no Boteco do Bigode, em Itapuã, todos adeptos do copo e da boa mesa, para saborearem carnes de boi, de javali e de jacaré.

   Na cabeceira o Marquês de  Placaford, Eujácio Simões e seu ção de estimação "Schumi", este engravatado, à coté Ivo Cuiuba, Sérgio Gomes, Eduardo Simões e o nobre Mota ex presidente do Ipitanga; na outra margem da mesa Milton Cedraz, Ivan Durão, Pitú, Edgar Cabral e G. Bomfim.

   A essa altura nas carrapetas das panelas Vivaldo da Cruz Silva, o popular Bigode, e suas graciosas Michele, a filha; e Pandora, a cadelita de estimação rondando o ambiente. 

   Algumas rodadas de geladas, vino e seletas já tinham circulado entre os comensais que sentiam o cheiro dos quitutes. 

   Alguém, não me lembro quem, levantou o assunto dando conta de que a "República de Itapuã" está abondonada e precisa eleger um vereador urgente, na próxima legislatura.

   - Por que você não se candidata? perguntou salvo engano o escriba Milton Cedraz.

   - Aqui tem forasteiro para zorra todo mundo se aproveitando e ninguém trabalhando. Agora, se o voto fosse distrital eu me candidataria, respondeu penso que foi Durão. 

   Nisso aparece Michele na porta da cozinha do boteco trazendo em cada uma das mãos uma rodada inicial de carne do sol de Itororó e picanha, e seu pai Bigode com os acompanhamentos: salada, feijão verde, farofa e maxixe. 

   A conversa politíca desapareceu de cena e todos foram aos garfos temperando a inicial com uma gelada alternando com uma quente. A essa altura, salvo melhor juízo como diria Dr. Zéu, também presente ao convescote, uma garrafa de seleta já havia evaporado.

   Já passava das três da tarde e o mar de Itapuã cintilava no horizonte com suas ondas batendo nas pedras da praia de Placaford. "Schumi" dormia  numa cadeira e Bigode encostou-se no meu ouvido e sussurrou: - Pegue leve porque o melhor tá vindo aí. 

   E foi o Marquês de Placaford que gritou para Bigode: - Esse jacaré sai ou não sai?

   - Tá vindo nobre deputado ponderou o ganduense adicionando à mesa pratos com javali.
 
   Rolaram, obviamente, mais rodadas de geladas e Michele distraidamente quase coloca cerveja no copo de vinho de um aposentado.

   A politíca voltou a cena. Alguns achando que a presidente Dilma já estaria re-eleita em outubro próximo.

   - Não! ponderou um deles. Se o povo for as ruas novamente ele perde as eleições. 

   O cheiro do jacaré já inundava a cozinha e rapidamente chegou a mesa em três diferentes modos de preparo: ensopado, escaldado e moqueca. Foi um avanço geral aos garfos.

   Gritou um dos representantes da "Repúlblica de Itapuã" tem pra todos gostos e paladares, do PMDB ao PT.

   De minha parte, guloso que sou, experimentei um pouco de cada e confesso, nobre leitor; querida leitora que o mais apreciável e delicioso foi o de moqueca com o pirão feito especialmente pra mim por Bigode.

   Novamente alguém comentou, creio que foi Sérgio Gomes:  "Esse de ensopado uma hora parece galinha; outra parece peixe. Oh! Bigode! Traga outra seleta aí".

   Risadas na mesa e o futuro vereador distrital comentou: - Que não seja por isso jacaré é o único animal que se defende com o rabo".
Mais seletas e geladas. O por do sol começou sua caminhada no mar de Itapuã. Todos estavam satisfeitos e felizes e se mais não pediram é porque não aguentavam.

   De minha parte, após pagar apenas R$50,00 por grandiosa farra e memorável encontro peguei meu bugre e fui embora pra casa, com a boca fechada temendo que o rabo do jacaré pudesse sair de minha goela.

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Restaurante Boteco do Bigode
Av Octávio Mangabeira, 12.643, Itapuã
Placa Shopping, Placaford, Salvador
Ar de Deus
Não aceita cartões só pagamento no capilé
Média de preço dos pratos $25,00
Fone 71.8754.1395
Vista para o mar de Itapuã