Direito

BOLSONARO INDICA AUGUSTO ARAS PARA SER O NOVO PGR DA REPÚBLICA

Aras não integrava a lista tríplicas mas é subprocurador e membro do MPF desde 1987
Da Redação , Salvador | 05/09/2019 às 18:12
Augusto Aras
Foto: Roberto Jayme/TSE
   Jair Bolsonaro decidiu indicar o subprocurador Augusto Aras para suceder Raquel Dodge na Procuradoria-Geral da República, informa Igor Gadelha na Crusoé.

   O responsável por apresentar Aras ao presidente foi o ex-deputado Alberto Fraga, do DEM, um dos políticos mais próximos de Bolsonaro."

  A indicação foi feita ao Senado Federal e consta em edição extra do Diário Oficial da União. Ele agora será sabatinado pelos senadores antes de ser oficializado no comando do Ministério Público Federal (MPF) pelos próximos dois anos. Doutor em Direito Constitucional pela PUC-SP, Augusto Aras é membro do MPF desde 1987. Ele substituirá a atual PGR Raquel Dodge, cujo mandato termina em 17 de setembro.

  Embora não integre a lista tríplice de preferência dos membros do MPF, o subprocurador-geral Augusto Aras ganhou pontos nas últimas semanas e se tornou um dos candidatos mais fortes a comandar a Procuradoria-Geral da República (PGR) diante da aproximação que conseguiu com o presidente, segundo interlocutores de Bolsonaro. O ex-deputado Alberto Fraga (DEM–DF), amigo e aliado de longa data do presidente, avalizou a indicação.

Quem é Augusto Aras
 
Como o presidente não é obrigado a indicar alguém da lista para chefiar a Procuradoria-Geral da República, o nome do novo PGR já era ventilado. Antônio Augusto Brandão de Aras se encontrou reservadamente com Bolsonaro em seis oportunidades, a última na segunda-feira (5). O perfil e o estilo combinam com o do presidente e indicam quem é Augusto Aras: considerado conservador e o mais alinhado ideologicamente com Bolsonaro dentre os candidatos ao cargo.

Aras também se coloca como favorável à agenda de reformas do governo, tem o apoio dos filhos de Bolsonaro e de um dos ministros mais prestigiados pelo presidente, Tarcísio de Freitas, da Infraestrutura. Em entrevista a "O Estado de São Paulo" publicada em maio, Aras defendeu uma "disruptura" no Ministério Público para a instituição "retomar os trilhos" da Constituição e superar o aparelhamento em seus órgãos. Disse ainda que considera a imunidade parlamentar uma “prerrogativa sagrada”, acredita que o Ministério Público “não está acima nem abaixo da lei” e, em um aceno a Bolsonaro, saiu em defesa da “democracia militar”.