Direito

TRAGÉDIA DE BRUMADINHO: MP MG manda prender 8 funcionários da Vale

Gerentes executivos foram presos
Da Redação ,  Salvador | 15/02/2019 às 10:53
Tragédia de Brumadinho com mais dd 300 mortos
Foto: DIV

Oito funcionários da Vale foram presos na manhã desta sexta-feira, 15, em Minas Gerais e Rio de Janeiro. As prisões foram em Belo Horizonte (MG), Itabira (MG) e Rio de Janeiro (RJ). Ao todo, são 14 mandados de busca e apreensão, e oito de prisão. O pedido foi do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG).

O rompimento da barragem de Brumadinho, no dia 25 de janeiro, deixou 166 mortos e 147 desaparecidos até esta quinta-feira, 14, segundo números atualizados da Defesa Civil de Minas Gerais.

Entre os presos, estão quatro gerentes (dois deles, executivos) e quatro integrantes das respectivas equipes técnicas. Segundo o MPMG, todos são diretamente envolvidos na segurança e estabilidade da Barragem 1. As prisões temporárias foram decretadas pelo prazo de 30 dias.

Um dos presos nesta sexta-feira é Alexandre Campanha, executivo da Vale, que foi preso na região centro-sul de Belo Horizonte, em Minas Gerais. Ele prestou depoimento em 7 de fevereiro à força-tarefa que investiga o rompimento da barragem 1 na Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte.

Campanha foi citado pelo engenheiro Makoto Namba, da Tüv Süd, que disse ter se sentido pressionado pelo executivo a assinar documento atestando a estabilidade da barragem. Em depoimento, Campanha negou ter travado o diálogo com o responsável pelo laudo da barragem.

Alexandre Campanha é gerente executivo corporativo da Vale e, segundo depoimento de Namba à Polícia Federal, fez pressão para que assinasse o documento. "A Tüv Süd vai assinar ou não", teria dito Campanha, segundo Namba.

O engenheiro, então, disse ter respondido que assinaria se a Vale adotasse recomendações que fez em revisão periódica de junho de 2018. Namba afirmou ainda ter assinado o laudo e que se sentiu sob risco de perder o contrato.