Cultura

ORGULHO E PRECONCEITO DE JOE WRIGHT É FILME ENCANTADOR (SEAP OCNARF)

O filme retrata bem os costumes da aristocracia inglesa do final do século XIX
Seap Ocnarf , da redação em Salvador | 26/03/2025 às 11:53
A Sra. Bennet e as cinco filhas para casar com dotes
Foto: DIV
   O filme "Orgulho e Preconceito" (Pride and Prejudice) dirigido pelo cineasta britânico Joe Wright (Globoplay) é desses que podemos classificar de encantador. Adaptado do romance mais famoso da escritora inglesa Jane Austen, publicado em 1813, recentemente o NYT fez uma enquete dos 52 lugares mais desejados de se conhecer no mundo e o condado de Austen, na Inglaterra, ficou em primeiro lugar.

   Se o querido leitor e a estimada leitora não têm condições financeiras se fazer essa viagem ao assistir o filme de Wrigth (2005) ao menos tem a sensação agradável de conhecer esse lugar encantador, seus palacetes e os costumes no final do século XVIII, quando a aristocrata e sensível escritora inglesa escreveu seu livro e é considerado um dos primeiros gritos de libertação da mulher.

   A trama se passa na Inglaterra na década dos anos 1790/1800 e apresenta a família Bennet, formada por um casal e suas cinco filhas, almejando como era costume, conseguir casamentos promissores com homens sensíveis, belos e sobretudo com dotes em libras ou terras. 

   E é exatamente nesse contexto que a escritor Austen coloca uma das filhas, a mais velha e aparentemente a mais bela, como insubmissa a qual contesta a mãe e só aceita casar-se por amor. Ou melhor, na conjugação amor e dote.

  Até porque como eram representantes da aristocracia rural da Inglaterra não tinham contatos com peões salvo os cocheiros das suas carruagens, portanto, o amor do belo e pobre estava excluído desse circulo até por falta de contato ou conhecimento. Agora, como queria e forçava a senhora Bennet empurrando goela abaixo as suas escolhas e recomendações a filha Elizabeth (interpretado por Keira Knigtley) não aceitava.

  Mas também não se rebelou em grau maior deixando a familia para ir morar em Londres. Aí também já seria demais e Jane Auesten era uma aristocrata sensível à causa da emancipação da mulher, porém, contida, milimétrica nos seus anseios. Seus livros, ao menos, mostram isso.

  Nesse contexto da aristocracia rural ela conhece o Sr. Darcy (interpretado por Matthew Macfadyen), um rapaz rico e bonito, mas aparentemente esnobe, com quem desenvolve uma contraditória relação que sai da rejeição inicial (detestou o esnobismo do ricaço) e vai amadurecendo até se transformar na aceitação. E, óbvio, no amor. O amor também se conquista assim com análises comportamentais e persistência.

   O filme caminha nesse enredo e segue um roteiro que me pareceu bem fiel ao livro. O diretor não fez mudanças significativas. A matriarca Bennet usa todas as suas energias para casar as filhas e o alvoroço aumenta quando um riçado promove um baile em sua mansão (ela e as filhas presentes) e surge o Sr. Darcy outro rico tentador, o chamado bom partido com renda de milhares de libras ano.

   No decorrer da trama, Elizabeth (Lizzie) e Sr. Darcy acabam se encontrando várias vezes. Lizzie embarca na conversa mexeriqueira local de que ouviu certa vez que ele havia sido insensível e egoísta com um amigo de infância, o militar Wickham.

   Mais tarde, chega aos seus ouvidos que Darcy também foi o responsável pela separação de sua irmã com Sr. Bingley (o ricaço do baile). Com essas informações, Lizzie vive seu drama pessoal, tem atração por ele, mas seu oprgulho impede uma aproximação a qualquer preço, como queria a mãe, até que houvesse uma explicação desses possíveis fatos.

   O Sr. Darcy também apaixonado por Lizzie esclarece tudo e a conquista acontece com os esclarecimentos, conversas pessoais e cartas, modelo bem utilizado naquela época.

   Bem, no meio disso tudo tem os lances com as outras irmãs, a beleza das paisagens, a música, os encantos da aristocracia rural, os bailes, enfim, todo o caldo de cultua da Inglaterra rural rica. 

   O titulo do filme é o mesmo do livro e "Orgulho e o Preconceito" expostos de várias maneiras na pensa sensível e doce de Jane Austen que o diretor Joe Wright retratou de maneira magnifica com suas imagens e cenas românticas. (SO)