Para maiores informações recomenda-se o livro de Affonso Ruy, "A História da Câmara de Salvador"
O historiador Affonso Ruy diz que essa é a primeira referência oficial da Câmara. Por volta de 1590 - atesta Ruy - a casa da Câmara estava envelhecida "caminhando para a ruina total, mostrando o assoalho e vigamentos apodrecidos insuficientes para acolher os serviços". Fechou. Alugou-se uma casa ao lado. Na época da invasão holandesa (1624-1625) e após essa invasão (1626) as sessões eram feitas na Casa da Alfândega (área da cidade baixa onde hoje é o Mercado Modelo).
Em 1636, segundo Affonso Ruy em "História da Câmara de Salvador" o carpina Antonio Freire reformou a Casa Velha em trabalho de "envigar, encaibar, fazer nova escada, porta frontal e restaurar a cornija".
Foi o governador geral Francisco Barreto de Menezes (1657-1663) que era natural do Peru e integrava o Exércio da Espanha (entre 1580-1640 o Brasil foi espanhol) que decidiu construir nova sede da Câmara e comprou três prédios na Rua da Assembleia. Dada a dificuldade financeira do governo a Câmara resolveu que a construção do edificio se desse sob a administração do Conselho e nomeou Antônio Favela coordenador.
"A obra era grandiosa e não vira o governador Francisco Barreto, pois se afastou do governo em 1663 cabendo ao 2º Conde de Óbidos (titulo nobiliárquico portugues criado pelo rei Felipe III rei de Portugal e Espanha), Fernando Martins Mascarenhas, seu sucessor, a inauguração. A torre abobadada onde foi posto o sino inaugurou-se em 1696, com dom João de Lencastro", atesta Ruy.
Em 1749, mais de 100 anos depois, segundo o historiador, "não havia forma de procastinar-se a recuperação do paço". Nova reforma deu-se no governo de Dom Fernando José de Portugal, e um empréstimo de 20 mil cruzados junto a Câmara de Cachoeira obras sendo concluidas em 1797.
Em 1800 desaparece da torre "a ginga" substituida por um mastro onde tremulava a bandeira imperial. Em 1853, são inaugurados largos passeios de legedo de Gênova, cedidos pelo presidente Álvaro Tibério Moncorvo. Em 1880, nova reforma na presidência de Augusto Alvares Guimarães.
Com Augusto Ferreira França dá-se nova reforma com instalaação do frontispício neo-clássico obra do arquiteto Francisco de Azevedo Monteiro Caminhoá e, em 1894 "sobre o pátio central, até então aberto em arcdas, transformando em jardim com altas calçadas com seixos rolados, lança-se uma escada de mármore, que completava o jogo de duas outras, de acesso ao corpo do edificio".
Já no século XX foram feitas novas obras, porém, a base do que está lá até hoje é desses arranjos do século XIX. Dizer que a CMS (inicialmente Câmara do Senado) data dos primórdios da cidade é correto, como sua primeira sede mais estruturada do século XVII após invasão holandesa e as características atuais datal do século XIX.
Quem conhece a CMS e visita o prédio sobe-se uma escada que, mais adiante, se desdobram em três outros lances - um à esquerda que dá no plenário; outro à direita que dá no salão nobre e gabinete do presidente; e uma terceira que desce para o pátio.
É assim até hoje, com as arcadas neoclassicas na fachada. A área que sofreu o incêndio recente é a do saláro nobre. O plenário Cosme de Farias não sofreu nada. Claro, com a água lançada pelos bombeiros foram trechos afetados. (TF)