Cultura

MEMORIAL DA SANTA IRMÃ DULCE tem 800 peças que contam sua história

O turismo religioso em Salvador ganha impulso com a canonização da irmã Dulce
Tasso Franco , da redação em Salvador | 22/09/2019 às 18:47
Objetos pessoais usados pela irmã Dulce
Foto: BJÁ
   Inaugurado em 1993, o Memorial Irmã Dulce é uma exposição permanente sobre o legado de amor e caridade do Anjo Bom do Brasil, reunindo mais de 800 peças. O hábito usado por ela, fotografias, documentos e objetos pessoais podem ser vistos no MID, que ainda preserva, intacto, o quarto de Irmã Dulce, onde está a cadeira na qual ela dormiu por quase trinta anos em virtude de uma promessa. 

   A sanfona que a irmã tocava, a pasta de documentos que estava com ela sempre em suas peregrinações, objetos pessoais (vide foto) - o pente, o copo, os talheres, óculos, etc -, um bilhete que ela escreveu para a irmã Dulcinha, mãe de Maria Rita, fotografias com autoridades - desde Gaspar Dutra a José Saney - e com figuras populares - Cosme de Farias, ACM, etc - com cardeais - dom Avelar, dom Lucas, etc - é um acervo valioso e bem preservado.

   Uma visita guiada é feita em todas as dependências do memorial, gratuitamente, ficando a cargo do grupo gratificar o guia, não obrigatoriamente, o que é bem esclarecedor para conhecer um pouco mais a história da irmã. É possível, também, adquirir literatura e folhetos sobre a irmã, imagens, terços, sacolas, etc, numa loja ao lado do memorial. Há, ainda, o Café da Irmã Dulce, para quem deseja lanchar.

  Para a senhora Antonia Leda, de Serrinha, "fiu uma emoão muito grande visitar o memorial e o túmulo da santa, um desejo que eu tinha e hoje concretizado, rezando e orando para todos os meus familiares e à população brasileira", frisou ao BJÁ. 

  Entre as peças do acervo, está também a imagem de Santo Antônio, do século XIX, pertencente à família da religiosa, diante da qual ela costumava rezar. Nas Obras Sociais Irmã Dulce ela costumava apresentar o santo aos visitantes como o "tesoureiro da casa". 

  FILHA DE DENTISTA
 
   Segunda filha do dentista Augusto Lopes Pontes, professor da Faculdade de Odontologia, e de Dulce Maria de Souza Brito Lopes Pontes, ao nascer em 26 de maio de 1914, em Salvador, Irmã Dulce recebeu o nome de Maria Rita de Souza Brito Lopes Pontes. 

   O bebê veio ao mundo na Rua São José de Baixo, 36, no bairro do Barbalho, na freguesia de Santo Antônio Além do Carmo. A menina Maria Rita foi uma criança cheia de alegria, adorava brincar de boneca, empinar arraia e tinha especial predileção pelo futebol - era torcedora do Esporte Clube Ypiranga, time formado pela classe trabalhadora.

  Aos sete anos, em 1921, perde sua mãe Dulce, que tinha apenas 26 anos. No ano seguinte, junto com seus irmãos Augusto e Dulce (a querida Dulcinha), faz a primeira comunhão na Igreja de Santo Antônio Além do Carmo.
   
   Outros fatos marcantes de sua vida são lembrados através de maquetes, livros, diplomas e medalhas. Com entrada franca, o Memorial Irmã Dulce está aberto de terça a domingo, no horário das 10h às 17h.

   Assessor de Memória e Cultura das Obras Sociais, Osvaldo Gouveia destaca que a programação será inteira feita por e para os jovens, inclusive os jovens colaboradores da OSID, integrantes do programa Dulce Aprendiz, que participarão da peça teatral. 

  “O nosso grande desafio é atrair o público jovem, por isso buscamos uma programação voltada para eles. Estamos trazendo as novas gerações que não conviveram ou conviveram pouco com Irmã Dulce, fazendo com que, através da difusão e reflexão dos valores defendidos por ela, eles tenham contato com toda a história e com a instituição fundada pela Mãe dos Pobres”.