Cultura

MORRE BADU, intelectual de bigode, um dos meus personagens prediletos

Era goiano de nascimento e baiano de coração
Tasso Franco , da redação em Salvador | 20/09/2019 às 09:11
Badu com os filhos
Foto: Facebbok
  Será sepultado nesta sexta-feira, 20, em Brasília, no Cemitério Campo da Esperança, o jornalista goiano (e baiano) Eduardo Sérgio Hermano Balduino, 66 anos de idade, o Badu, colaborador deste Bahia Já e um dos personagens de minhas crônicas, com o epiteto "Badu, o intelectual de bigode".

  Amigo de longas datas desde que aportou na Bahia nos anos 1970 e trabalhamos juntos no Jornal da Bahia e tomamos todas nos botequins da velha Salvador. Tive a felicidade de conhecer sua família e sua saudosa mãe e saborear um arroz de pequi. No dia do seu casamento estive em Brasília e sempre que ele nos dava o prazer ia a Vilas do Atlântico para uma moqueca.

  Está inseridio em diversas das minhas crônicas na série O Rasta do Pelô como o intelectual de bigode, pois, sempre que o Rasta (personagem da ficção) se via numa encrenca com alguma coisa ou mesmo diante de pedidos inusitados de sua esposa Céu, ele era consultado para dar uma solução.

   Era goiano mas tinha uma paixão pela Bahia imensa, pelos baianos do Pelô, por Clarindo Silva, Reminho, Vita, LA e tantos colegas do jornalismo. Escreveu a última crônica para o Bahia (Águas de Oxalá), em abril deste ano, e recentemente me ligou dizendo que estava com uma dor de cabeça muito intensa. E avisou-me: vou operar um pequeno tumor e logo estarei em casa. E assim passou os últimos dias, resistindo a uma químio.

   Seus meninos conheco-os desde pequeninos e um deles brincou na nossa rede, no nosso mar de Lauro de Freitas. Badu era um humanista, letrado, espirituoso, amigo demais das pessoas e um jornalista completo. Assessorou muitos políticos e tinha um apreço enorme ao senador Cristovam.

   Agora, resta-nos a saudade, as lembranças de nossas andanças pelo planeta Terra e pela querida cidade da Bahia. Adios, querido amigo. (TF)