Evento religioso é um dos mais belos da semana santa na Bahia
Tasso Franco , Salvador |
07/04/2023 às 09:44
A caminha penitencial
Foto: BJÁ
MIlhares de pessoas participaram ontem, à noite, da procissão do fogaréu em Serrinha evento religioso que completou 93 anos e percorre às ruas da cidade saindo da catedral basílica na praça Miguel Carneiro, vai até o bairro do Ginásio, depois ao centro histórico passando na praça Luis Nogujeira e em frente a matriz de Senhora Sant'Anna alcançando a Rua Direita até se dirigir a colina de Sant'Anna onde é feita uma apresentação teatral.
O cortejo foi pesidido pelo bispo dom Hélio dos Santos e alguns fiéis se queixam de que a procissão chega muito tarde da noite no bairro da Santa, onde fica a imagem de senhora Sant'Anna, e muitos vão embora antes da apresentação teatral. O ideal é que a procissão chegasse ao morro às 22h e não a meia noite. Nada disso, no entanto, perde o brilho da festa religiosa e a procissão em sí, onde os caólicos demonstram a sua fé no cristianismo.
Em um cenário de grande seca que marcou o início da década de trinta do século passado, a famosa e cruel Seda de 30 (1930) o recém nomeado Padre Carlos Olympio Sylvio Ribeiro, pároco da Freguesia de Serrinha, realizou grandes procissões de penitência rezando pelo fim da estiagem que causava dor e sofrimento ao povo serrinhense. Neste contexto, tem-se início a Procissão do Fogaréu, realizada na quinta-feira da Semana Santa de cada ano. O padre copiou essa procissão de uma similiar que havia no bairro do Bonfim, em Salvador, e quando dom Augusto (cardeal) o transferiu para Serrinha leviu a procissão consigo.
Durante o percurso, são realizadas diversas paradas com o toque da matraca, o canto do Senhor Deus Misericórdia e meditações. Ao chegar à Colina da Santa, onde há um mirante com uma grande imagem de Senhora Sant’Ana, padroeira da cidade, o bispo faz uma breve homilia unindo o sofrimento de Cristo aos problemas contemporâneos. E, em seguida uma apresentação teatral.
No bairro da Santa há, ainda, uma via crucis.
