"DENDÊS DA COPA" são como os "Dendês no Sangue" do Carnaval

Tasso Franco
16/07/2014 às 14:46
Bem lembrado pelo jornalista Jheremmias que os "Dendês no Sangue", aqueles camaradas que amam a Bahia, que exaltam Salvador, que são apreciadores do candomblé e das famosas mães-de-santo desde pequeninos, mas, só durante o verão e o Carnaval, incorporaram uma nova versão, ampliando seus tentáculos na Copa do Mundo. 

   Foram os "Dendês da Copa" que internacionalizaram a categoria com gringos de toda espécie que passaram a adorar a Bahia, o Pelô, a caipirinha, o acarajé, a hostitalidade baiana, mas, como nem tudo é perfeito, só durante a Copa.

   Como se passaram 64 anos entre uma Copa e outra (1950-2014) é provável que só retornem na próxima Copa, em 2078, certamente com novas gerações e velinhos dos que hoje têm 17 a 18 anos de idade, para novas declarações de amor à Salvador e a Bahia. 

   Tanto isso parece mais do que verdadeiro, óbvio, que Balotelli, apontado como um dos nossos, foi curtir suas férias em Miami, com a namorada. Van persie, aquele do gol voador na Fonte Nova, o mais bonito tento da Copa, se mandou para o Caribe, Barbados; Pirlo, o galã italiano, para Ibiza; a praia de Cala Bassa, Ibiza, Espanha, é a preferida. Khedira, para a Floresta Negra da Alemanha.

   Daniel Alves dedicou-se às noites paulistanas; Messi às noites portenhas; Prince Boateng, para o mar mediterâneo; Neymar, ao que se diz, irá com "Luiza" para a Europa. 

   Restou-nos o abençoado Dante, zagueiro baiano que foi visitar a familia no bairro da Federação mostrando que é um dendê autêntico. Abatido, coitado, por ter entrado numa fria naquele fatídico jogo contra a Alemanha quando tomamos 7x1 substituindo o chorão Thiago Silva.
 
   Que ninguém se iluda com os "Dendês da Copa" achando que eles vão voltar a Bahia para fazer turismo como teria apontado uma pesquisa da PMS. Uma coisa é a Copa, assim como Carnaval, momentos especiais, e outra coisa é o dia-a-dia, como trazer turistas fora desses eventos de apelos internacinais e que as pessoas se deslocam em grupos, em enxurrada como foram os argentinos, aqueles que menos gastaram porque são vizinhos e vieram em trailles ou a maioria de buzus e com pouco dinheiro no bolso.

   Turismo é coisa séria e que requer uma série de requisitos, organização, infra-estrutura, vendas programadas e outras condições que, infelizmente, Salvador e a Bahia não dispõem na atualidade. 
 A reunião dos BRICS está acontecendo em Fortaleza que tem um centro de convenções com equipamentos de boa qualidade. Aqui, no CCB não dá pra fazer nem reunião de "BROCS". Ademais, o estado sofre com essa onda de violência que assusta os locais e causa pavor aos estrangeiros.

   Esses "amores" fortuitos e casuais a Bahia e a Salvador só mesmo no verão, no Carnaval, especialmnente para aqueles que ganham muito capilé e aproveitam o provincianismo baiano para faturar ainda mais, e agora como os produzidos durante a Copa. 

   Portanto, todo caldo de galinha e cautela são recomendados aqueles que imaginam uma nova enxurrada de "Dendês na Copa", em Salvador e na Bahia. 

   Depois da Copa, o novo evento é o Perc-Pan. Apenas interessante e desconectado porque ficou 4 anos sem sua realização. No máximo pode levar a baianada ao Pelourinho. Turistas estrangeiros e de outros estados para um evento dessa natureza, esqueça.