JÁ É CARNAVAL SALVADOR. ACORDA PRA VER

Jupiraci Borges
28/02/2011 às 09:03

Foto: BJÁ
Catador de latas de cerveja descansa no calçadão da Barra, nesta segunda

 O termo carnaval, palavra do século XI, tem origem no latim carnem levare ou carnelevarium, que significava a véspera da quarta-feira de cinzas, isto é, a hora em que começava a abstinência da carne durante os quarenta dias nos quais, a Igreja católica proibia seus fiéis de comer carne.

Festa popular que acontece nos dias que antecedem o início da quaresma. O carnaval, embora centrado na fantasia, na música, na dança, apresenta características distintas nas cidades em que se popularizou.


No Brasil, o primeiro carnaval surgiu no século XVII, promovido pelo governador Salvador Correia de Sá e Benevides em homenagem ao rei Dom João IV, restaurador do trono de Portugal. Hoje é uma das manifestações mais populares do país.


Na Bahia, O Carnaval de Salvador está no Guinness Book como a maior festa de rua do mundo. Já Recife possui o maior bloco de carnaval do mundo: Galo da madrugada


No carnaval tudo é " permitido". Tem-se licença momesca para tocar, falar e dançar o que quiser. Mistura-se sertanejo com clássico e axe com hip hop. Todos os ritmos são tocados, todas as correografias são permitidas no vai e vem dos trios elétricos. Mas, devemos lembrar que carnaval é, além disso, muitas outras coisas importantes com seus impactos possitivos e também negativos


Um das principais impactos possitivos do carnaval é na economia; há uma inegável geração de emprego e renda; do vendedor de água mineral ao catador de latinhas. Dos cachês de artistas aos cordeiros, tudo é diversão mas principalmente trabalho e renda. Turistas lotam hotéis e pousadas, aumentando consideravelmente o consumo o que beneficiam os vários setores de serviços da cidade.


Dos aspectos negativos podemos citar: prostituição, aumento da violência, sujeira e mau cheiro na cidade, maior contágio por DSTs (embora existam campanhas de prevenção os foliões não se previnem).Também  aumento consideravel de consumo de drogas.


Os podres públicos, devem reforçar as campanhas de prevenção tanto de doenças quanto de violência.


Claro que o carnaval  não apaga as desigualdades sociais e elas são perceptíveis nos desfiles dos blocos: quem está dentro das cordas pode pagar e os outros que se apertam na pipoca entre os cordeiros e os ambulantes, esses não podem pagar. Há uma hierarquização e uma separação pelo poder econômico.


As castas sãos duas  e aparecem perfeitamente desenhadas nos cortornos das avenidas: A " de dentro" e a " de fora" das cordas. É a privatização das avenidas e  do carnaval


Também temos muitas polêmicas especialmente envolvendo trabalhadores do carnaval. Quando não são os baixos caches de músicos são as  míseras diárias de cordeiros. Fazem anos que os cordeiros lutam por uma remuneração mais justa e condições mais adequadas de trabalho uma vez que os mesmos, alegam beber agua quente fornecida pelos blocos durante o percurso, alem do estado de exploração com a diaria hoje em média de R$ 28,00.


Claro que apesar dos aspectos negativos acima mensionadas, o carnaval ainda pode ser uma grande festa, sem prejuízos aos trabalhadores, com responsabilidade e principalmente com muita paz.


Somos um povo " a mais de mil" e o nosso carnaval além de uma grande festa, é palco da diversidade cultural: gente de todas as raças, credos, sotaques, lugares e culturas se encontram nas avenidas..


Jupiraci Borges

Coordenador do Movimento Salvador Pela Paz