DEMOCRACIA, COMUNICAÇÃO E A FORÇA DO OLODUM

João Jorge
29/01/2011 às 10:01
Foto: DIV
João Jorge é presidente do Olodum
 

 A partir dos Tambores, Papiros, Twitter vamos contar a História do processo da escrita no carnaval de Salvador em 2011. Historicamente a democracia e a comunicação é para muitos um artigo de luxo ou tão invisível nas comunidades que chegamos a duvidar de sua existência. 

           
  Na velha Bahia de São Salvador não é muito diferente. Os afro brasileiros, mulheres,  populações tradicionais, homossexuais e os pobres são os que menos acessos tem a comunicação em tempos de novas ferramentas que possibilitam condições de igualdades. Nas essa é também uma realidade da Índia, África do Sul, Sudão, Espanha, França, Tanzania  e todos os Estados do planeta onde o conceito de democracia e comunicação é somente para as elites dominantes.

           
  Aqui em terras tupiniquins no período colônial, impérial ou republicano, o direito a liberdade de imprensa e a comunicação foram duramente combatidos ou cerceados para a grande maioria da população. Regras cegas e autoritárias impediram que os pensamentos fluíssem, que fatos simplórios circulassem.

           
  Mas o som que ecoou dos tambores foi uma forma de comunicação tão própria e fundamental para o fortalecimento da identidade afro brasileira, seja na religião ou na festa de momo que foi possível geral e se  fortalecer  enquanto capital simbólico para os blocos afros, afoxés, percurssionistas, compositores, cantores e carnavalescos. 

           
  Resgatamos símbolos civilizatórios que nós possibilitou criar uma literatura musical única, faraónica, malgaxe, aramaica transformando assim a cultura negra local em um produto identitário transnacional.


           
  O Festival de Música e Artes Olodum realizado há 31 anos no Pelourinho é uma arena popular do debate musical sobre democracia e comunicação. Local este de tantos fatos registrado na história do homem negro e também origem dos grandes sucessos do Olodum e do Samba Reggae baiano.


  Dos escombros dos velhos casarões e suas rua fédicas para o mundo. Muitos gritaram para que os tambores fossem silenciados, que a Revolta do Olodum também de responsabilidade dos compositores era apenas um simples Protesto Olodum. Mas, "Avisaram lá" que estas e tantas outras seriam canções de Liberdade e Igualdade comunicando novos tempo.


     Em 2011 o Festival de Música e Artes Olodum será realizado mais uma vez neste templo sagrado do Samba Reggae e quilombo urbano de resistência dos mais antigo do país. Fundado no útero fértil da cidade mais bela e negra, um local onde os Papiros da Revolta dos Buzios (1798), a Carta da Igualdade foi colada nas janelas e portas dos poderosos sobrados e casas de tempos tão distantes. 


       Em tempos presente a escrita continua registrando a história e ancorada pelas novas ferramentas  ela navega nas redes sociais de forma instantânea e livre.  Seus operadores (TV Olodum internet, TVE  e Prodeb)  estarão presentes no Festival de Música e Artes Olodum transmitido em tempo real a força da percussão e a poderosa   música negra (com suas letras de protesto) e os novos ritmos do Rap, Hip Hop, Samba e Pagode, comunicando ao mundo nossa luta por igualdade. 

              
   Desta forma convidamos a todos amigos e amigas para celebrar conosco a luta pela democracia e por uma comunicação mais democrática nos meios culturais.

   
    Fé, paixão, amor, transformação, sociabilidade, distribuição, excelência, oportunidade..vamos usar o nosso poder simbolico para estimular uma nova comunicação popular e  apoiar a  democratização da comunicação.


  * João Jorge - Presidente do Olodum - Advogado Mestre em Direito Publico pela UnB