DIVISÃO DE ÉPOCAS E O RADIOJORNALISMO BAIANO

Cláudio Nogueira
19/03/2010 às 14:20

Foto: BAND DIV
Rita Batista na equipe da Band News atuando desde dia 18/3
   Quando, em setembro de 2005, o Grupo Bandeirantes inaugurou a rádio Bandnews FM de Salvador, não foram poucas as pessoas que mostraram ceticismo em relação ao sucesso de uma emissora exclusivamente de notícias em uma capital de modestos índices de leitura diária de jornais.

       
   "A Bahia não gosta de notícias, gosta é de polêmicas", ouvi de muitos.

      
    O tempo e a qualidade de informação da Bandnews FM mostraram que o Grupo Bandeirantes estava certo. Afinal, tem o rádio em seu DNA.

    
     Eis, nessa questão, o fator preponderante que desafia as empresas de comunicação: afinal, devem criar canais e produtos que, acreditam, as pessoas querem ter, ou devem ir além e criá-los sob a premissa de que as pessoas podem não saber que os querem no momento, mas que precisam desses canais e produtos e saberão reconhecê-los?


      Essa é a diferença entre quem simplesmente faz e quem traz a bandeira do pioneirismo nas mãos.

     
      O sucesso da Bandnews FM com jornalismo sério, conseqüente, ético e abrigado num grande grupo brasileiro de comunicação, cujo bem mais reconhecido é sua credibilidade, sem falsa modéstia, dividiu o rádio da Bahia em duas épocas - antes e depois de sua entrada no ar.

         
       É absolutamente natural que outro grupo de comunicação também invista, agora, em rádio jornalística na Bahia. Natural e saudável. Nada pode contribuir tanto para a melhoria da prestação de serviços quando a concorrência, em qualquer setor, em qualquer economia.

       
       O público, o mercado publicitário e os clientes têm o direito a alternativas, a escolhas que ampliem seu círculo de interesses. E essas escolhas, desde há muito e cada vez mais, dependem da qualidade e credibilidade da livre informação, em todas as suas plataformas.

          
        Os desafios que o Grupo Bandeirantes e agora seu concorrente em nível nacional aceitaram enfrentar no radiojornalismo baiano são também um chamado aos profissionais. O jornalista baiano pode e deve acreditar no rádio como um veículo sério e capaz de dar oportunidades ao seu crescimento profissional. Mas  precisa se preparar para as modernas exigências desse veículo, de linguagem e de tecnologia.

       Também os publicitários baianos, que até pouco tempo lidavam com o rádio como um veículo menor, precisam buscar entendê-lo mais e incentivar seus clientes a confiar no poder, na qualidade e na honestidade da sua mensagem.

            
        Temos um mercado, se ainda não maduro para padrões mais exigentes, muito promissor. Temos o crescimento surpreendente da classe C e por conseqüência do maior acesso ao consumo. Temos história, tradição e uma das mais criativas publicidades do País. Temos todos os ingredientes para que as mídias cresçam e apareçam.

             
           O Grupo Bandeirantes provou a viabilidade de rádio exclusivamente jornalística na Bahia - honra que nos orgulha.

           
          Mas temos a perfeita consciência de que todo dia é um novo dia e que devemos antecipar as ferramentas que nos serão exigidas lá na frente.

Não abrimos mão da vanguarda.

                     

  • Cláudio Nogueira é Diretor Geral do Grupo Bandeirantes de Comunicação na Bahia