ACEITAR-SE A SI MESMO É DA ESSÊNCIA HUMANA

Eduardo Leite
06/07/2009 às 09:19
Foto: Divulgação
As várias faces de Michael Jackson mudaram a sua personalidade

`` Conheça-se a ti mesmo´´
     Sócrates
 
`` A nossa civilização é em grande parte responsável pelas nossas desgraças. Seríamos muito mais felizes se a abandonássemos e retornássemos às condições primitivas. ´´
      Sigmund Freud

    Bilhões de anos se passaram para que o homem dominasse o fogo, polisse a pedra e usasse o sal para evoluir.

     Os sábios tornaram-se filósofos e, estes, mestres dos mestres, os feiticeiros transformaram-se em curandeiros e, estes, em médicos.

   A evolução junto ao crescimento tecnológico era inevitável. Evoluímos e muito (?). Fomos à lua e desvendamos muitos mistérios do universo, da terra e das águas.
Valorizamos por demais o consumo, e não estamos sabendo utilizar dos benefícios que os avanços tecnológicos podem propiciar para toda a humanidade.

  Tornamo-nos seres egoístas, ao perder a noção da importância do SER, ao lutar desenfreadamente pela importância do TER.

  Os padrões de beleza, a importância do status social, a valorização da aparência, nos levaram à angústia, à solidão, à fragilidade e ao desconhecimento sobre nós mesmos.

   Em busca da satisfação para os outros, esquecemos da nossa essência e quando não conseguimos os objetivos, nos enchemos de sedativos, antidepressivos e outras drogas como a bebida alcoólica, a maconha, a cocaína, o LSD, o êxtase e o crack.
Esconder a própria sombra é não entender a si próprio, é perder o equilíbrio, é negar-se a si mesmo.

  Não há outra explicação para a trágica trajetória vivida pelo gênio da música e da dança Pop, Michael Jackson.

  Nascido negro, precocemente talentoso, torna-se um gênio perfeccionista mas, ao repudiar as suas origens étnicas transforma-se num astro que no palco é imbatível, com voz poderosa e passos vigorosos e harmônicos. Naqueles momentos, conseguia, dominar à sua sombra. Era o que queria ser.

  Fora dos palcos, tentava esconder-se, inutilmente, da sua própria sombra, através de máscaras, com foz frágil, quase débil, e gestos em desarmonia.

  Fragilizado cada vez mais, como se nunca fosse, morreu precocemente, vivendo a ilusão da negação do ter sido, na terra do nunca.