1. A Prefeitura de Salvador, por meio das secretarias de Mobilidade (Semob), de Políticas para Mulheres, Infância e Juventude (SPMJ) e de Desenvolvimento Econômico, Emprego e Renda (Semdec), realizou na manhã da última sexta-feira (29) a oficina de construção do plano de ação do programa “Mulheres no Transporte Público”.
2. O encontro, realizado no auditório da Semob, no Caminho das Árvores, reuniu representantes das empresas que operam o transporte público na capital baiana, com o objetivo de dialogar sobre estratégias para ampliar a participação feminina no setor.
3. O titular da Semob, Fabrizzio Muller, destacou que a iniciativa já vem sendo implementada e visa romper barreiras históricas na área. “A ideia é trazer mais mulheres para a operação do transporte público, um setor que historicamente foi muito masculino. Este programa foi inspirado no Mulheres no Volante, liderado pela SPMJ, que capacitou mulheres para obter habilitação em diferentes categorias, permitindo que elas se tornassem condutoras de ônibus”, disse.
4. “Hoje, já temos mulheres dirigindo ônibus e operando o BRT. A proposta agora é ampliar essa participação, capacitando mulheres para atuarem em todas as áreas do transporte público, como mecânica, despachante e até em cargos de liderança. Estamos estruturando esse trabalho em conjunto com outras secretarias da prefeitura”, completou Muller.
5. Para a secretária da SPMJ, Fernanda Lordêlo, o encontro reforça a necessidade de quebrar estereótipos e ampliar a diversidade no setor. “A importância desse encontro está exatamente em conseguirmos inserir mulheres em todos os espaços, quebrando o estereótipo de que existem áreas que elas não podem ou não devem ocupar. A nossa perspectiva é mudar a realidade de Salvador, uma cidade com um dos menores índices de motoristas ou agentes mulheres na área de transporte”, explicou a secretária.
6. “Queremos trazer mais mulheres para esse mercado, especialmente considerando que Salvador é majoritariamente feminina. Isso está diretamente relacionado à diversidade, à autoestima e à mensagem de que todos os ambientes podem ser ocupados por mulheres. Além disso, trabalhamos para que esses espaços sejam receptivos à presença feminina”, ressaltou Lordêlo.
7. Gerente de Estudos e Pesquisas da Semob, Taline Costa reforçou a necessidade de aumentar a representatividade feminina no setor. "Entendemos a importância de elevar esse número e ampliar a participação feminina.
8. Iniciamos com programas voltados para mulheres na função de motorista, junto com o programa Mulheres no Volante da SPMJ, e agora decidimos ampliar para incluir e capacitar mulheres em qualquer área da operação. Este é um evento muito importante, porque nele estaremos construindo o plano de ação do programa, definindo metas, ações prioritárias e o cronograma de execução dessas ações”, explicou.
9. Também presente no encontro, a chefe do Escritório de Cooperação Internacional da cidade do Salvador, Nathália Peixoto, mencionou o olhar inovador que a iniciativa traz para a capital baiana. “Fomos convidados para participar, entendendo que a pauta de mobilidade já é amplamente discutida internacionalmente, mas agora com um olhar transversal de gênero. Nosso objetivo é compreender como o escritório pode ajudar a potencializar o que será discutido aqui, identificar projetos aplicados em outras cidades e países nessa temática e trazê-los para Salvador", contou.
10. "Para nós, é sempre uma honra participar de iniciativas como essa, que ajudam a fortalecer o trabalho que desenvolvemos na cidade. Este encontro é extremamente importante. Se olharmos 20 ou 30 anos atrás, ninguém imaginaria uma mulher no volante de um ônibus, dirigindo um táxi ou operando no BRT. Como mulher, é muito emocionante poder contribuir com essa discussão”, acrescentou Nathália.
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11. Alunos do 8º e 9º anos de escolas municipais de Salvador participaram da segunda edição da Black XP, um evento que faz parte do Festival Afrofuturismo, patrocinado pela Prefeitura, e que levou até o último sábado (30) inovação, tecnologia e empreendedorismo ao Centro Histórico da cidade.
12. A proposta da Black XP, também chamada de Black Game Jam, é proporcionar aos alunos uma maratona para desenvolverem jogos online do zero. Desde quarta-feira (27), os 65 participantes, que foram divididos em oito equipes, ficaram imersos em videoaulas e workshops com profissionais das áreas de design e programação, que lhes deram todo o suporte necessário para a criação dos games, já que esse mundo era desconhecido pela maioria deles.
13. Na sexta-feira (28), os jovens participaram de um evento no Museu de Energia, no Centro Histórico, onde tiveram a chance de mostrar suas criações que ainda estão em andamento ao público. Na próxima semana, durante um segundo encontro, os criadores dos jogos mais bem avaliados serão premiados com kits contendo produtos eletrônicos, como celulares e tablets.
14. Diferentemente de outras edições, a deste ano foi focada em aproximar os alunos das escolas públicas municipais do mundo da tecnologia. Por fim, todos os jogos desenvolvidos serão publicados na plataforma Mundo Play no dia 5.
15. “O objetivo principal do evento é abordar a questão do acesso ao digital de forma ampla, trazendo luz a um dos maiores problemas enfrentados pelo Sul Global. Por exemplo, enquanto uma criança branca da rede privada ganha seu primeiro computador entre os 7 e 10 anos, uma criança negra muitas vezes chega à fase adulta sem ter tido acesso a um computador durante a infância. Muitas vezes, o primeiro computador que ela adquire é comprado por ela mesma, e, em muitos casos, é também o primeiro da casa”, explica Tata Ribeiro, sócia-fundadora da Aimo Tech, que promove o evento dentro do festival.
16. Segundo ela, o evento conecta o público à indústria criativa, um dos setores que mais movimentam dinheiro globalmente, superando até mesmo cinema e música. A ideia, ainda conforme Tata, é atrair a atenção para a demanda por tecnologia e destacar a urgência da diversidade no setor.
17. “A tecnologia, afinal, não é neutra. Ela frequentemente reflete desigualdades sociais, pois é criada por grupos homogêneos. A inclusão de pessoas diversas é fundamental para que possamos produzir tecnologias que realmente representem diferentes realidades.
18. Optamos por trabalhar com jovens que estão em uma fase em que já podem ser aprendizes e começam a pensar em carreira. Além disso, o desenvolvimento de jogos é uma atividade interdisciplinar que envolve design, programação, trilha sonora e outras áreas do conhecimento”, completou.
19. Raquel Nunes dos Santos, da Escola Municipal Santa Rita, destacou como se sentiu ao participar da Black XP. Essa foi a primeira vez que ela teve contato com programação. O jogo desenvolvido pela sua equipe conta a história de um garoto da periferia que precisa sobreviver a um ataque zumbi.
20. “Foi uma surpresa, porque é algo que a gente nunca imagina, né? Criar um jogo… A gente nunca pensa que um dia vai participar de algo assim. Está sendo um processo muito desafiador, porque criar um jogo não é algo que fazemos frequentemente”, comentou.
21. Assim como Raquel, Stephanie Yasmin Santos Silva, da Escola Professora Suzano Imbassaí, também nunca havia tido contato com programação antes. Sua equipe desenvolveu um jogo em que o personagem principal é um deus africano que, em certa época, foi muito adorado, mas acabou caindo no esquecimento. Tomado pelo remorso, ele ficou com sede de vingança e firmou um contrato com outra entidade chamada A Coisa de Sangue. Juntos, eles embarcam em uma jornada para reconquistar o trono de divindade.
22. “Para mim, foi uma experiência maravilhosa. Eu fiquei muito nervosa no início, porque não tinha ideia de como criar um jogo. Mas, com a ajuda dos monitores, fui aprendendo a programar, criar efeitos sonoros e entender mais sobre esse universo. Foi uma experiência incrível, e eu amei conhecer o mundo dos games. Estou adorando participar!”, relatou.
23. A área da tecnologia, embora esteja em expansão e com muitas oportunidades, carece de profissionais qualificados para atuar. Yuri Dias, gerente de Negócios Criativos e Digitais da Secretaria Municipal de Desenvolvimento, Emprego e Renda (Semdec), destacou que a pasta, que apoia o evento, trabalha com políticas para desenvolver os novos setores econômicos da cidade.
24. “A tecnologia e a inovação, que antes eram vistas como tendências do futuro, já são uma realidade que pauta nossas vidas. Temos implementado programas de capacitação de talentos para pessoas de todas as idades, e essa iniciativa é mais uma oportunidade de plantar uma semente, de forma lúdica, que parece brincadeira, mas tem um impacto significativo”, pontuou.
25. "Apostar na inclusão de jovens no mercado de trabalho através de carreiras do futuro é uma das muitas ações em prol do fortalecimento econômico e da geração de renda que a Semdec vem promovendo. Esse é mais um dos caminhos de sucesso que acreditamos para um futuro mais inclusivo e com mais oportunidades para nossa cidade. Eventos como esse corroboram com toda a política pública que o município vem implantando, e para nós é um grande prazer apoiar esses momentos", acrescentou Mila Paes, titular da Semdec.