Estudantes disseram que Andréa Sauer gosta de alardear o fato de ter estudado na Alemanha, o que para eles seria uma forma de diminuí-los. Outro hábito seu é comentar os "erros" dos alunos com seu marido, o secretário de Educação da Bahia, Adeum Sauer.
Os alunos acreditam que a discriminação externada pela professora tem a ver com o preço que pagam pelas mensalidades. "Já fomos interessantes para o curso, mas agora eles parecem querer que nós desistamos para abrir vagas para outros estudantes, que paguem o valor maior", deduz uma aluna que prefere não ter seu nome divulgado.
As ofensas contra a turma não são exclusividade da coordenadora. A professora da disciplina Metodologia Científica, Alesselma Pereira, chamou publicamente os alunos de analfabetos. Uma das vítimas do desacato queixou-se à Andréa Sauer, em sala de aula. A coordenadora não titubeou: "analfabetos não, vocês são semi-analfabetos".
EDUCAÇÃO
A origem do problema ocorrido na Facsul é comum às demais instituições privadas de ensino superior, que abrigam um grande número de alunos provenientes da rede pública, com suas históricas e conhecidas deficiências.
Como sabem, ou deveriam conhecer tal circunstância, os professores e coordenadores dos cursos precisam estar preparados para lidar com as dificuldades dos alunos. Discriminar, xingar e humilhar só serve para enfatizar o lado negativo, quando o correto seria estimular, ajudar a corrigir. Não seria esse o papel do educador?
A coordenadora do curso de Serviço Social precisa mudar sua postura, com exceção do hábito de contar ao marido as falhas dos seus alunos. Estar mais ciente dessas deficiências pode ser um bom começo para o secretário de Educação desenvolver políticas que ajudem a ampliar a qualidade do ensino público na Bahia, por certo o caminho para melhorar a instrução nos demais níveis.