Horas depois do crime, a polícia encontrou um táxi queimado numa estrada de terra, na zona rural de Camaçari, região metropolitana de Salvador, que pode ter sido usado pelos bandidos. Policiais civis, militares e federais fizeram buscas durante todo o dia para capturar os assassinos de Clayton Leão.
O delegado, de 35 anos, parou o carro em uma estrada para dar entrevista a uma rádio da cidade. Foi quando um veículo, com pelo menos dois homens, se aproximou. Um deles desceu e disparou duas vezes contra o policial que conversava, ao vivo, com os locutores.
Clayton estava no carro acompanhado da esposa, que não teve o nome revelado e não foi baleada. De acordo com a polícia, três homens interceptaram o veículo do delegado e atiraram contra ele. Clayton Leão morreu no local e não chegou a ser socorrido.
Policiais do Comando de Operações Especiais (COE), Caatinga e Rondas Especiais (Rondesp) estão no local do crime, além de delegados e do delegado-chefe da Polícia Civil, Joselito Bispo. Um helicóptero da Polícia Militar (PM) ajuda nas buscas aos criminosos. Familiares de Clayton acompanham a ação.
Entrevista
"Era uma entrevista sobre segurança em Camaçari. Um apanhado do tempo dele (do delegado) na cidade. Ele estava falando que a segurança estava melhorando e que estava morando com a família em Camaçari porque confiava na segurança. Já tinha mais de dez minutos de entrevista, quando ouvimos um estampido e ele (Clayton) falando 'peraí, peraí' e a esposa pedindo socorro. Achamos que foi um acidente (de carro), mas depois ouvimos a esposa dizer que ele foi atingido", contou o radialista Raimundo Rui, que divide a apresentação do programa "De olho na cidade" com o colega Marco Antônio.
"Ele vinha dar uma entrevista ao vivo para a gente, mas como não deu tempo, ele ligou pedindo para falar por telefone. Então parou o carro na estrada das Cascalheiras para conceder a entrevista", explicou Miriam Soares, recepcionista da rádio. Agentes da Central de Telecomunicações das Polícias (Centel) informaram que Leão se dirigia à delegacia no momento do crime.
Destaque
Antes de assumir a 18ª delegacia, em Camaçari, no final de 2009, Clayton Leão Chaves, 33 anos, se destacou como coordenador do Grupo de Repressão a Roubo a Estabelecimento Financeiro (GRREF), do COE (Centro de Operações Especiais), onde atuou durante quatro anos. Desde que tomou posse, Leão realizava um trabalho de enfrentamento ao tráfico de drogas na cidade.
O delegado participou da Operação Pégasus, que efetuou dez prisões em Camaçari. A operação foi deflagrada em dezembro do ano passado com o objetivo de cumprir 22 mandados de busca e apreensão e 19 de prisão nas cidades de Camaçari, Dias D´Ávila e Feira de Santana. A principal missão da operação foi desarticular uma quadrilha de roubo de cargas e veículos que atua nas estradas baianas.