COMUNIDADE NEGRA NÃO GOSTOU DA RECEPÇÃO DO GOVERNO A "CHACHÁ"

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| 21/11/2009 às 13:22

Boa parte de integrantes da comunidade negra, em Salvador, que compareceu à abertura da exposição "O Benin está vivo ainda lá - ancestralidade e contemporaneidade", no Museu Nacional da Cultura Afro Brasileira, na noite de quinta-feira,  19, reagiu indignada à recepção oferecida pelo governador Jaques Wagner ao descendente do brasileiro Francisco Félix de Souza, o "Chachá", tido como o maior mercador de escravos do antigo reino do Daomé,  hoje Benin, para o Brasil.


O atual "Chachá", Feliciano Julian de Souza, foi recebido com honras de chefe de estado na Bahia. A denominação "Chachá" é atribuída  ao costume de Francisco Félix de Souza  falar "já, já" para as coisas que aconteceriam em breve. Aqui, parecem estar acontecendo antes do previsto.


CORPO FECHADO 

Vale recordar que, em 11 de fevereiro de 2006, os tambores da África bateram forte pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Se estava preocupado com a urucubaca lançada pelos adversários no Brasil, como disse à época, ele parece ter saído do Benin, berço do vudu, com o corpo fechado.


O presidente passou a tarde daquele dia sendo reverenciado com orações e danças feitas por feiticeiros vudus, líderes tribais e pelos descendentes de escravos brasileiros que formam uma espécie de colônia de brasileiros em Ouidah, nos arredores de Cotonou, capital do paupérrimo Benin. O evento foi organizado por ninguém menos que o "Chachá", Feliciano Julian de Souza, que goza de imensa influência política no Benin.