- Em nossa época a população, o meio empresarial, as pessoas envolvidas no processo de desenvolvimento da Bahia ficaram na expectativa, diuturnamente, qual a nova empresa que viria se instalar na Bahia. Hoje, infelizmente, a expectativa é saber-se qual a empresa que vai fechar na Bahia, comenta Souto situando o momento em que passa o Estado, "sem diretriz, sem planejamento, perdendo oportunidades para o Centro-Sul e Nordeste".
Souto comenta, ainda, que sua candidatura não está atrelada ao PMDB nem vai esperar esse partido para tomar decisões. A estratégia da aliança partidária DEM/PSDB e mais PR e conversas com o PPS é tocar a pré-campanha sem medo de ser feliz, já nesta fase, com críticas ao governo Wagner e ações propositivas para os baianos.
ABERTURA PARA
NOVAS ALIANÇAS
- Já estamos falando de reconstrução da Bahia diante da fragilidade de setores estaduais, educação, saúde, segurança que estão duramente afetados pela falta de gestão, com enormes prejuízos ao Estado e sua população, diz comentando que o seu grupo não está fechado nem em redoma de vidro e aberto ao PMDB e outros partidos, porém, sem ser refém.
No entendimento de Souto o seu adversário é o governador Wanger e não Geddel. Embora, considere que o PMDB ainda seja governo porque está vinculado nas duas esferas do poder, em níveis federal e estadual.
- A nossa aliança é com o PSDB e a candidatura a presidente do PSDB, embora, não vejo isso como fundamental na Bahia para o pleito estadual porque os comparativos e as relações junto ao eleitorado serão no plano estadual, entre o nosso governo e o atual. E, desde que o governador use a realidade dos fatos e não a ficção, estamos tranqüilos e absolutos quanto a isso, comentou destacando que a proposta demonstrativa anunciada por Wagner é o melhor que a Bahia deseja "para saber a realidade, desde que ele (Wanger) use a veracidade".
Ainda, assim, admite que, se houver uma aliança maior de partidoS com o propósito de trabalhar reconstrução da Bahia seu nome não será empecilho a uma chapa consensual que possa estabelecer esse novo dia. Ou seja, se lá adiante, 2010, o PMDB deixar de ser governo (no estado) abre-se a janela para uma aliança visando derrotar Wagner e o PT.
- Não temos veto ou objeções para que o PMDB participe desse processo de reconstrução da Bahia, desde que seja sem lugar pré-determinado. Agora, fazendo-se uma aliança ampla os partidos é quem vão decidir. Vão analisar os nomes, os candidatos competitivos e decidir. Se surgir um candidato diferente do meu nome que atenda isso, por compreensão de todos, abro mão do meu nome, confessa Souto.
Para Souto, observando o outro lado, se isso acontecer em torno do seu nome, "estou pronto para o debate e não vou evitar a luta. Hoje, caminhamos com a aliança DEM/PSDB e o senador César Borges, do PR, que tem se posicionado como crítico firme ao governo Wagner, e essa aliança pode ser ampliada a depender de conversas que teremos no decorrer do processo", revela.
ACOMPANHE ALGUMAS
OPINIÕES DE PAULO SOUTO
SOBRE O GOVERNO WAGNER:
- É debilitado. Já estou falando em reconstrução de alguns setores. Na Educação, por exemplo, perdeu-se o rumo. Nosso foco era a qualidade do ensino e isso acabou. Sequer conseguem transferir os fundos constitucionais às escolas.
- Acho ótimo que ele (Wagner) queira fazer comparativos com meu governo como tem anunciado, desde que haja veracidade em suas informações. O atual governo sequer tem relatórios. No site do Planejamento encontra-se alguma coisa de 2007.
- O que ele (Wagner) tem dito em suas entrevistas não bate com a realidade. Que há 20 anos não se construía um hospital público na Bahia? Agora, mudaram os termos e dizem que é hospital público de emergência. É uma brincadeira.
- O povo vai querer saber muito mais. Agora, saber a verdade. Anunciar, agora, que Salvador é a terceira capital com cobertura de esgotos e tentar se apropriar do Bahia Azul é inconcebível. É preciso ter compromisso com a veracidade. Há falta de cuidados com os números. Há pouco tempo foi o anúncio com 10 km de estradas recuperadas, depois refeito por eles mesmos.
- Muitas das obras que estão sendo inauguradas pelo governo estadual foram iniciadas por nós. Os hospitais de Irecê e Juazeiro nós iniciamos e eles continuaram. O Hospital de Santo Antonio de Jesus colocamos a contra-partida e as obras físicas foram concluídas em 2006. Várias estradas também foram assim. Os eixos principais dos Corredores Rodoviários II. O Premar foi aprovado em 14 de novembro de 2006 com o Banco Mundial e deixamos 180 milhões de dólares para isso. Agora é que estão começando a trabalhar nessa direção.
- Em habitação é a mesma coisa. O que foi concluído até agora foram projetos deixados com a Caixa 40.000 unidades com recursos de contra-partida. Quero que me apontem uma escola nova iniciada e concluída neste governo. Todas as que foram concluídas ou estavam quase prontas ou em andamento. Mas, é claro que eles têm programas novas em áreas distintas, mas, são poucas. A estrada Senhor do Bonfim a Campo Formoso esta eles fizeram.
- Barragens? Digam uma barragem nova iniciada neste governo? Nada. Não existe. Deixamos Cristalândia, em Brumado, a ser concluída e até agora nada. Se não tivéssemos feito uma adutora por lá, hoje, estaria um caos o abastecimento da cidade. Lagoa da Torta (Iagaporã/Matina) esta nessa mesma situação. Realizamos Aimpim (Campo Formoso), França (Piritiba/Mundo Novo), Pedras Altas (Pindobaçu), Apertado, Bandeira de Melo. Eu queria ver o relatório do atual governo sobre barragens!
- Em desenvolvimento econômico qual novo empreendimento será inaugurado na Bahia? O que mais se ouve, agora, é sobre fechamento de fábricas. O Complexo Têxtil, do ponto de vista técnico, era para ter ficado na Bahia. Foi para Pernambuco. O Eteno Verde, do ponto de vista técnico e estratégico, era pra ter ficado na Bahia. Foi para o Rio Grande do Sul. Foram românticos com a matéria enquanto outros estados davam incentivos e avançaram. A Bahia perdeu tempo, não tem estratégia de ação, e os empresários começaram a ver a Bahia com olhos secundários. Decidem-se por outros estados.
- O governador fez várias viagens ao exterior sem planejamento e em missões apenas de natureza política. Quais os resultados dessas viagens até agora? Foram inúmeros roteiros internacionais para nada. Evidente que a crise mundial dificultou a vida dos governos a partir do final do ano passado. Mas, até a cultura de atrações de investimentos que cultivamos durante anos na Bahia se perdeu.
- Falam que é precária e insuficiente a infra-estrutura na Bahia. Mas, observem que o forte desse segmento está vinculado ao governo federal - portos, ferrovias, estradas. Agora, o governo do presidente Lula está aí há sete anos e meio. Essa é uma desculpa esfarrapada. Quando a fábrica da Ford se instalou na Bahia construímos o porto. Quando o Moinho Dias Branco se instalou na Bahia conseguimos sistemas de incentivos para que construíssem o porto, hoje, operando até com o escoamento da soja.
SOBRE O PMDB E
O MINISTRO GEDDEL
- Não temos que esperar o PMDB. Por ora, este partido faz parte da base do governo da Bahia e do governo federal. No momento em que o PMDB sair do governo (leia-se Geddel) e se nessa ocasião houver oportunidade de aliança estaremos prontos para isso. Não temos veto nem objeções ao PMDB. Agora, sem lugar pré-determinado na chapa. Se construirmos uma aliança maior com outros partidos eles é quem vão decidir a chapa.
SOBRE O SENADOR
CÉSAR BORGES
- Tem se posicionado de maneira firme sobre o governo atual da Bahia. Uma posição crítica que retrata bem o quadro da gestão de ineficiência atual. O senador tem feito um mandato que a Bahia aprova e nós temos dito isso há algum tempo. Temos viajado muito pelo interior e é um político e um quadro importantíssimo nesse processo de reconstrução da Bahia.
SOBRE A ALIANÇA DO
DEM COM JOÃO HENRIQUE
- É uma aliança tópica. O partido o apoiou na eleição para prefeito de Salvador, no segundo turno e mantemos uma relação cordial com o prefeito.
SOBRE A DERROTA EM 2006
- Existem muitas variáveis para explicar a derrota. Muitos problemas endógenos, desgaste natural do grupo depois de muitos anos no poder, falta de alianças políticas e a população desejava dar uma chance à oposição. Agora, o fator principal da nossa derrotada foi à capacidade de Lula ao agregar seu nome, o seu prestígio de candidato a presidente com uma eleição praticamente definida deste o início da campanha, ao nome do atual governador. Isso foi fatal para nós.
- Agora, sinto que a população, hoje, acha que foi enganada. Há muita decepção com o atual governo.
SOBRE O PESO DE GEDDEL
NO APOIO A WAGNER 2006
- Sem dúvida. Esse apoio de Geddel foi importante para a oposição da época. Embora ache que Lula foi o principal fator de desequilíbrio.
SOBRE COMPARAR WAGNER
A WALDIR PIRES
- Isso é uma injustiça com o ex-governador Waldir Pires. Naquela época, as relações do então governador com a presidência da República foram completamente distintas do que as atuais do governador com o presidente.
SOBRE NOMES PARA A CHAPA
- Temos bons quadros em nosso partido e no PSDB. Mas, prefiro não falar em nomes.
SOBRE O CARLISMO
- O momento atual é completamente diferente do passado. Isso é uma coisa real. Agora, não tenho o menor tipo de constrangimento em falar do ex-senador ACM e de sua importância para a Bahia. Eles inclusive estão querendo, ainda hoje, se sustentarem no anti-carlismo.