ESCOLAS ESCOLHEM DIRETORES COM PARTICIPAÇÃO DE ALUNOS E COMUNIDADES

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| 17/12/2008 às 19:26
Integrantes da Mesa de Votação do Colégio Evaristo da Veiga, Ondina, em Salvador
Foto: Foto: BJá
   Um dirigente comprometido com a comunidade, participativo, que forneça meios para que a escola se torne aberta ao diálogo e construída em conjunto com pais, estudantes, professores e funcionários.


   Esta é a expectativa de quem está participou, nesta quarta-feira (17), nas 1.753 unidades de ensino da rede estadual, do processo de eleição dos primeiros diretores escolhidos por meio de eleição direta, que acontecerá até às 20h.

  Na disputa concorrem aproximadamente 1.300 chapas. O secretário da Educação, Adeum Sauer, que visitou algumas escolas, ressaltou a importância da conquista do voto direto com a participação dos segmentos da educação junto com o governo e comunidade escolar.


  A movimentação foi grande nas escolas da capital e do interior, mesmo sendo para a primeira vez que os estudantes participam de um processo de eleição democrático, mostraram que já sabem o perfil de liderança que querem. Quem envolver a comunidade nos projetos estará na frente.

  Um exemplo é a estudante Rosana Rastelli, 15 anos, do Colégio Central. Ela considera o momento um marco para a história da Educação da Bahia e de extrema importância para o alunado.


  "Queremos um diretor que seja a nossa cara", desabafou. A expectativa da mãe da estudante, Joselice Rastelli, é que a relação entre escola e pais se estreite. Para Joselice, o diretor tem que ser transparente em suas propostas para que todos conheçam e dêem opinião.

Expectativas


Para a professora de Geografia, Maria de Lourdes Nepomuceno, da Escola Henriqueta Catharino, na Federação, o momento demorou de acontecer, mas "está sendo muito positivo, porque é uma oportunidade de fazemos nossa escolha. É importante que a pessoa aja de forma correta e rentável ao ensino-aprendizagem, cujo único objetivo deve ser o alcance do sucesso pelo alunado. Espero que venham pessoas comprometidas com a comunidade para tornar uma escola melhor".

Sindicalista considera uma vitória


Para Rui Oliveira, da APLB/Sindicato, entidade representativa dos professores, o momento marca a vitória de uma luta que durava mais de 20 anos, com objetivo de garantir um processo democrático na gestão escolar.


"Hoje, estamos vivendo um momento histórico, acabando com a indicação política, e é fundamental que isso seja daqui para frente melhorado para que possa refletir na melhoria da Educação pública do nosso estado".

Ainda na sua avaliação, "é importante que o diretor eleito tenha participação e compromisso com a comunidade, pois esta iniciativa é também uma tentativa de diminuir a evasão e de valorização dos profissionais da educação".


Processo


O processo eleitoral só é válido se houver uma cota mínima de participação de 30% dos pais, 30% dos estudantes, 50% dos membros do magistério e 50% dos funcionários.

No intuito de equilibrar o processo, o voto também tem peso diferente, de acordo com o segmento: pais e estudantes têm peso de 25%, cada, professores, de 45%, e os demais servidores, 5%.


Os pais, alunos, professores e funcionário recebem uma cédula para votação. Embora o decreto deixasse de fora do processo apenas 114 escolas - as prisionais, creches e de 1ª à 4ª série -, outras 447 não apresentaram chapas ou não tiveram candidatos aprovados no processo seletivo.