Valdir Barbosa
24/07/2020 às 10:38
A vida, este especialíssimo presente divino, vez em quando, nos faz passear na esteira da saudade, quando cuidamos de reviver instantes de grata satisfação, pavimentando a estrada do presente, para projetar o futuro com esperança renovada.
Na década de noventa, não precisarei aqui o exato ano, após operação arriscada, onde cuidei de comandar o resgate de duas crianças, na cidade de Jacobina, filhas do tesoureiro do Banco do Nordeste, reféns, por alguns dias, de bandidos perversos que invadiram a casa onde residiam, missão exitosa, muito embora, agente policial que se pôs na condição de refém, dentro da estratégia de negociação que permitiu a liberdade dos infantes tenha sido baleado na nuca, por um dos meliantes, durante a fuga, quando um dos indivíduos foi abatido.
Seu nome, Raimundo Nonato, investigador dos mais completos que ocupou os quadros da instituição à qual servimos, parceiro que esteve ao meu lado em várias empreitadas difíceis, felizmente, naquela oportunidade escapou com vida e continuou, ainda por longo tempo emprestando sua contribuição a instituição na qual militou com galhardia, porém, hoje já não se encontra mais entre nós tendo partido para a senda do infinito.
Cuido de lembrar do episódio, no intuito de referir termos sido - eu e ele - agraciados com títulos honoríficos, concedidos pelo então Governador do Estado, Antônio Carlos Magalhães que nos fez condecorados, na condição de Comendador da Ordem do Mérito do Estado da Bahia e Cavaleiro da Ordem do Mérito do Estado da Bahia, respectivamente, em solenidade realizada no Palácio da Aclamação.
Ontem, esta lembrança se vez viva, posto, desta feita, em evento reservado, por conta da pandemia, no escritório e residência do Consul Vidal Sorto Rúbio, presidente da Câmara de Comercio El Salvador - Brasil recebi o título de sócio honorário da mencionada instituição, presentes integrantes da Câmara, Ricardo Góes, Augusto Schumacher e meu fraterno amigo, Marcelo Rebouças, expressivos empresários baianos. Finda a solenidade fomos brindados com um lauto almoço comemorativo.
Fundada por inciativa do seu atual presidente, em março de 2000, o órgão tem como finalidade “apoiar e estimular o intercâmbio comercial, industrial, tecnológico e cultural entre El Salvador e o Brasil, através de inciativas dos seus componentes, das autoridades, da iniciativa privada e governamental de ambos os países”.
É composta dos sócios fundadores, sócios cotistas e sócios honorários, estes, segundo estatuto do órgão, escolhidos entre personagens que prestam, ou tenham prestado serviços relevantes, seja em El Salvador e Brasil, diante dos cargos que ocupam ou cuidaram de ocupar.
Portanto, se trinta anos atrás, em reconhecimento ao serviço realizado na terra do ouro recebi a comenda, desta feita, entretanto, credito a honra, aos laços de amizade profunda que me unem a Marcelo Rebouças, extensivos a nossas famílias, mulheres filhos e filhas. Decerto, a indicação do meu nome, para que compusesse o seleto rol de sócios que integram a corte de comércio foi iniciativa sua e fator decisivo para que o presidente Vidal me fizesse agraciado.
Todavia, outro motivo de grande significado, se constituiu na possibilidade a mim concedida, também por Rebouças, de privar desta nova amizade com Rúbio, diplomata de carreira, homem sensível, elegante e sincero, o qual dignifica sua pátria, edifica a Bahia e o Brasil, em especial na condução da Câmara que preside, de forma positiva, na direção dos propósitos a que ela se destina.
Indubitavelmente, a recordação do passado e a realização no presente, sinaliza na direção do futuro, onde buscarei me fazer digno da honraria e capaz de somar esforços, na intenção de oferecer à Câmara, tudo quanto possível, dentro das minhas capacidades e conhecimentos, no sentido de continuar lhe vendo cheia de brilho.
Renovo agradecimentos a Marcelo Rebouças, ao Consul Vidal Rubio, aos amigos Ricardo e Augusto, com quem pude viver momentos de rara felicidade, nesta quarta feira inesquecível.