2. Do outro lado, congressistas da base de Lula afirmaram que as relevações da Operação Contragolpe são graves e tentaram associar a investigação ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Eles ainda defenderam que todos os envolvidos sejam punidos com rigor.
3. Segundo as investigações, o grupo pretendia assassinar o então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Quatro militares e um policial federal foram presos.
4. Para o líder da oposição no Senado, senador Rogério Marinho (PL-RN), o governo quer criar narrativas para encobrir o que chamou de “desastre” da administração petista.
5. "Já está cansativa essa narrativa de golpe, inflação, corrupção, deslumbramento, equívocos diplomáticos, apoio a ditaduras, dívida pública fora de controle, aparelhamento de estatais e fundos de pensão, ministros do STF fazendo análises políticas e prejulgamentos, inquéritos de ofício que não terminam, censura prévia… Enfim, é mais uma cortina de fumaça para encobrir o desastre desse desgoverno. Padrão PT", escreveu Marinho.
6. No mesmo tom, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) questionou a consistência das acusações feitas contra os investigados e ironizou o que chamou de “narrativa”.
7. "Quer dizer que, segundo a imprensa, um grupo de 5 pessoas tinha um plano [de militares] pra matar autoridades e, na sequência, eles criariam um "gabinete de crise" integrado por eles mesmos para dar ordens ao Brasil e todos cumpririam??? Por mais que seja repugnante pensar em matar alguém, isso não é crime. E para haver uma tentativa é preciso que sua execução seja interrompida por alguma situação alheia à vontade dos agentes. O que não parece ter ocorrido", argumentou.
8. Flávio Bolsonaro também acusou a mídia de atuar com dois pesos e duas medidas ao tratar de ameaças contra Lula em comparação às que foram feitas ao ex-presidente Jair Bolsonaro. "Quando o alvo de ameaças muito mais reais era o Presidente @jairbolsonaro, o tratamento nas redações era: protesto, manifestação, polêmica. Mas agora a mídia bombardeia todos para acreditarem que estas mesmas instituições estão preocupadas com a vida de um presidente. Muito tarde para pôr esta narrativa goela abaixo. Está escancarado o que eles realmente desejam", afirmou.
9. A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), por sua vez, foi mais direta em sua crítica ao governo e às investigações: "Já não seguem a lei faz tempo. E pior é quererem ver a montagem de cortinas de fumaça para tentar ligar isso ao nosso Presidente. É repugnante", comentou.
10. O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) repetiu as críticas de Flávio Bolsonaro à imprensa e opinou que as instituições estariam agindo com parcialidade.
11. Apesar das declarações dos parlamentares, outra parte da oposição adota cautela sobre o tema. Indagado pela reportagem, em reserva, um congressista se limitou a responder: "me inclua fora dessa".
12. Como os desdobramentos ainda estão sendo conhecimentos, a percepção de alguns oposicionistas é que se deve esperar o desenrolar das investigações relacionadas aos militares para que haja um posicionamento mais robusto.
13. (Globo.com) A investigação da Polícia Federal que levou à prisão nesta terça-feira (19) de quatro militares do Exército e um policial federal descreve o general de brigada Mário Fernandes, um dos alvos da operação, como "um dos militares mais radicais" e influente nos acampamentos golpistas montados após a derrota de Jair Bolsonaro na eleição de 2022.
14. As informações constam da representação feita pela Polícia Federal ao Supremo Tribunal Federal (STF) para pedir a prisão dos suspeitos, que além de planejar um golpe de Estado para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também são suspeitos de tramar um atentado.
16. As investigações apontam que eles arquitetaram o assassinato de Lula, do seu vice Geraldo Alckmin e do ministro Alexandre de Moraes, que à época presidia o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
17. Fernandes, que chegou a exercer o cargo de ministro interino do governo do ex-presidente Bolsonaro, é apontado pelas investigações como um dos responsáveis diretos por elaborar o plano.
16. O plano previa envenenar Lula e Moraes e, em seguida, instituir o "Gabinete Institucional de Gestão da Crise", que deveria ser ativado em 16 de dezembro de 2022.
17. Havia, inclusive, uma minuta pronta para a sua criação – documento encontrado com o general Mário Fernandes (leia mais abaixo).
18. O arquivo define a estrutura do gabinete que passaria a funcionar após o golpe, com o general Augusto Heleno como "chefe de gabinete" e o general Braga Netto como "coordenador-geral". Heleno e Braga foram ministros de Bolsonaro.
19. Fernandes, conforme a minuta, ficaria na assessoria estratégica do órgão, que deveria "proporcionar ao Presidente da República maior consciência situacional das ações em curso a fim de apoiar o processo de tomada de decisão".