Não seria tempo, ainda. A pandemia se espalha pelos interiores do país, o isolamento afeta os nervos, os números assustam, as mortes não cessam, o medo está na cara e na mudança dos hábitos...
Mas, passando por cima das recomendações médicas e dos procedimentos de controle social, a bola voltou a rolar aqui e acolá, mesmo com o temor geral, o risco dos atletas e as arquibancadas vazias.
Vivemos um momento atordoante e incompreensível. No Brasil tudo parece mais complicado e esdrúxulo ainda. Assim...
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- O combalido e insosso campeonato carioca voltou nesse final de semana, mesmo com o desinteresse geral numa competição fraco de técnica e sem público. Jogadores e comissões técnicas, mais esclarecidas, bradando, protestando nos microfones e telinhas, pedindo respeito e garantias à integridade física de todos.
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- Os paulistas, gananciosos, querem a volta do futebol logo e já com portões abertos, torcidas nos estádios. Não se sabe como. Na mesma pegada, marcando datas e discutindo procedimentos, os mineiros, paranaenses, gaúchos...
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- Na nossa Bahia de abre e fecha, aperta-afrouxa, alguma coisa está sendo costurada para depois do dia 6 de julho, data estabelecida em princípio para o fim do tranca-ruas. Muita conversa de bastidores para reabertura e conclusão do Baianão. Envolve a retomada criteriosa na rotina de treinamentos das equipes da capital e do interior. A dupla Ba Vi já treina em seus CTs.
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- De concreto, a data de 8/9 de agosto para o começo do Campeonato Brasileiro, Séries A e B. Já oficializada pela CBF. Dupla Ba Vi na jogada, pois. Nenhuma luz sobre as competições internacionais sul-americanas: Libertadores e Copa sul-americana. Cada país do continente tem um quadro de pandemia diferente. É complicado.
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Copa do Nordeste
- Quanto ao Nordestão, pode recomeçar ainda nesse julho entrante. Restam a conclusão da fase de classificação, duas rodadas finais, e as decisões entre os classificados em jogos de mata-mata, até chegarmos ao novo Campeão. O título está com o Fortaleza.
Em discussão, posta já na mesa, as datas e os locais. Há, parece, um consenso de se escolher uma sede apenas para esses confrontos restantes, por uma questão de mais segurança sanitária e economia de despesas com viagens, deslocamentos.
Na disputa, o Ceará, Pernambuco e a Bahia, claro. Aparecemos na discussão com algumas vantagens: os bons estádios disponíveis para os jogos: a Arena Fonte Nova, Pituaçu e o Barradão, em Salvador; e mais o Joia da Princesa e a Arena Cajueiro, em Feira de Santana. Em princípio, jogos com portões fechados.
Falta bater o martelo com federações estaduais, a entidade organizadora da competição, diretoria dos clubes envolvidos, prefeituras e governos estaduais. Esta semana aí teremos definições, com certeza.
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Viva São Pedro !
E o invernoso, turvo e cinzento mês de junho já se vai, rapidinho. Viva São Pedro apóstolo, padroeiro das viúvas e dos pescadores, primeiro Papa da Igreja Católica, segundo os escritos romanos.
Dois eventos marcantes foram celebrados este mês que se finda na área do esporte/futebol brasileiro: os 50 anos da Copa de 70, o Tricampeonato Mundial no México e os 70 anos do Maracanã, templo sagrado do futebol, no Rio de Janeiro.
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- Sobre o Tri no México, revi nessa quarentena todos os jogos do Brasil. Um show de técnica, dedicação em campo, futebol coletivo criativo e moderno, com muita entrega, altruísmo e movimentação em campo, e atletas fora de série, genais. Cito Carlos Alberto, nosso capitão, o melhor lateral que vi. Clodoaldo, um monstro por todos os cantos do gramado, apenas 19 anos. Gérson, comando, passes, personalidade. Jairzinho, um furação. A inteligência de Tostão, falso centroavante. O auge e a vibração de Rivelino e toda a pujança e majestade do Rei Pelé, brilhante na sua entrega, humilde na sua genialidade. Vencemos todos os jogos. Por tudo isso, dá gosto ainda rever a epopeia do Tri no México, 1970.
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- Sobre o Maracanã, construído para a Copa de 1950 como o maior estádio do mundo, com capacidade para 200 mil pessoas, vale lembrar que foi o palco do ‘Maracanazo’, a derrota na final da Copa 50 para o Uruguai (Obdúlio Varela, Schiafino, Giggia ...), 2 x 1 de virada, arquibancadas entupidas e o luto no país em lágrimas.
Mas o mesmo Maracanã foi palco do título inédito e único de `Primeiro Campeão Brasileiro’ conquistado pelo Bahia em 29 de março de 1960, 3 x 1 sobre o poderoso Santos, pra nunca esquecer.
O Maraca do milésimo gol de Pelé, em 1969, onde o Rei brilhou muito e ali marcou seu Gol de Placa, num jogo contra o Fluminense do Rio em que arrancou da sua própria meia lua, sozinho, desbravou pelo meio todo time carioca, e deslocou o goleiro Castilho (1962?). Tem placa ainda no estádio que virou arena para a Copa de 2014, aquela dos 7 x 1?
- Lá também, num Maracanã enlameado pelas chuvas torrenciais, o Santos venceu o Milan, duas vezes, e conquistou o bi-campeonato mundial de clubes primeira metade dos anos 60. E em 72 a Seleção Brasileira ganhou a Copa do Sesquicentenário. Palco também do primeiro título olímpico, com Neymar brilhando, final contra a Alemanha, lembra?
- Gramado que viu Zizinho, Didi, Garrincha, Gérson, Nilton Santos, Zico, Romário, Roberto Dinamite...
Jogos, shows e eventos memoráveis. Terá esse mesmo brilho essa tal arena posta no lugar? Viva o Maracanã, pois, o Estádio Mário Filho (jornalista, irmão de N
elson Rodrigues), o Maraca das arquibancadas cheias e da Geral, em pé, com cara de povo, do verdadeiro Brasil.
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São Pedro (dia 29 é seu dia) que nos acuda nessa tormenta.
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