Dois erros, duas infelicidades, de um lado e de outro e parecia que o clássico acabaria mesmo no empate de um a um. Mas, já pertinho do final, após a cobrança de um escanteio pelo meia Régis, Édson desviou e a zaga rubro-negra cochilou: Edigar Junio definiu : 2 x 1 Bahia, placar justo, o Tricolor jogou mais bola.
Com o resultado, o Bahia deu um salto na tabela; foi para o 12º lugar, alcançando a marca de 38 pontos ganhos. O Vitória, com 33 pontos, entrou na zona de rebaixamento.
**
- Fonte Nova em bela tarde domingueira de primavera querendo verão, torcida única, arquibancada tri-colorida, mais de 30 mil presentes, gramado bonito, bem cuidado, verdinho e linheiro a despeito do show de Paul McCartney na noite da sexta.
O Bahia com camisa tricolor, calções azuis, meiões vermelhos e o rubro-negro todo de branco.
**
- O Bahia venceu por que jogou coletivamente melhor, mais consciente, teve o controle dos nervos e das ações na maior parte do tempo, maior posse de bola e criou mais chances de gol. Jogou como o dono da casa.
- O Vitória perdeu porque apostou apenas na marcação, no erro do adversário, não achou o contragolpe em velocidade pelos lados, a sua melhor arma, não teve êxito quando alçou bolas. O Leão foi valente mas não foi seu dia.
**
Bola rolando
O Bahia começou propondo o jogo, impondo seu ritmo, pondo a bola no chão, evoluindo na troca de passes; o Vitória do jeito que costuma jogar fora de casa, fechadinho, marcando duro, matando as jogadas com faltas seguidas, e apostando no erro adversário, na retomada de bola para o contragolpe rápido, em velocidade.
Até os 20 minutos só uma equipe jogou, o Bahia, ocupando melhor os espaços em campo, melhor distribuído. Mas o goleiro Caíque não foi molestado. Só depois dos 25’ o rubro-negro procurou soltar-se um pouco mais.
- Aos 34’, a melhor chance de gol, e do Vitória. Um passe errado no meio campo tricolor e a bola foi enfiada para David, livre, caindo pela esquerda, em velocidade. Avançou e bateu forte, cruzado, rasteiro, na rede pelo lado de fora. Assustou.
- O Bahia chegou bem aos 41’, a defesa do Vitória aberta, Renê Jr enfiou para Mendoza que disparou forte de fora da área para Caíque espalmar a escanteio.
Foram 45 minutos jogados com muita preocupação tática, sem correria, pouca emoção, raras chances criadas. O Bahia teve muito mais a bola, trocou mais passes, buscou mais o ataque mas pouco finalizou. O Vitória marcou duro, cometeu muitas faltas, travando o jogo e pareceu até acomodado com um empate; só achou uma jogada de contragolpe em velocidade, com David. Nenhuma defesa de Jean. Caíque trabalhou mais.
*
As mesmas equipes em campo, depois da merenda.
- Gol ! 1 x 0 Bahia, Mendoza. Bola cruzada e uma falha incrível de Wallace, que sozinho, escorregando, deu de presente a bola para Mandoza, de cara, fuzilar Caíque, abrindo o marcador. Apenas um minuto da segunda etapa.
Claro, o gol do Tricolor exigiria uma mudança de postura do adversário, avançando mais suas linhas em busca de um melhor resultado. Muito jogo ainda pela frente.
O Vitória agora ocupando mais o campo tricolor, alçando bolas na área, tentando por correria pelos lados e o Bahia na moita esperando o momento do bote no contragolpe. O rubro-negro quase empata aos 15’; Édson tentou fazer gracinha na frente da grande área, David tomou-lhe a bola e disparou tiro seco, rasteiro, no pé da trave de Jean. O Leão com mais apetite, então.
Aos 19’, Fred bateu falta, na entrada da área, para defesa de Jean. Aos 20’, Carpegiani mexeu, reforçando a marcação no meio campo: saiu o meia Allione, cansado, entrou o zagueiro Tiago Martins. Cuidados defensivos, com as bolas altas. No Vitória, saiu Yago, entrou Danilinho. Depois, foi pra o tudo ou nada: tirou o apoiador Uillian e pôs mais um atacante de área: André Lima. Mais tarde, tirou Neylton e pôs Cleiton Xavier.
Aos 25’, bola enfiada nas costas de Lucas Fonseca, Jean saiu em falso e Tréllez desviou, passando perto da trave. Jogo aberto e arriscado de lado a lado. Aos 29’, Eduardo pegou uma sobra e encheu o pé, a bola desviou em Wallace e Caíque fez milagre, espalmando.
Aso 36’, saiu Mendoza, exausto, entrou Régis. Logo, Carpegiani também substituiu Ze Rafael por Mateus Sales.
- Gol ! 1 x 1, Wallace. O gol mais uma vez resultado de cobrança de escanteio, bola alçada. Ninguém resolveu e o zagueirão empurrou de leve, na pequena área, empatando. Aos 38’.
- Gol ! 2 x 1 Bahia , Edigar Junio, após cobrança de escanteio da esquerda. Houve um desvio de cabeça, Édson, na frente da pequena área e ... a pelota restou na praia, pedindo o chute do atacante tricolor, de cara, definindo. Aos 43 minutos.
Daí em diante não teve mais futebol, cai-cai, catimba, muito tititi, empurra-empurra, até o Renê Jr acusando um atleta rubro-negro (teria sido Tréllez?) de tê-lo chamado de ‘macaco’. O negão tricolor, que jogou muito, saiu chorando, foi consolado por companheiros e por alguns colegas rubro-negros também. Se realmente aconteceu, lamentável, deplorável.
Deu Bahia ! Jogou mais.
**
Destaques:
Sobretudo a postura técnica e coletiva do Tricolor, bem postado, com o controle do jogo. Bem a zaga, segura. Muita luta de Renê e Édson no meio; Allione voltou bem, Mandoza deu sangue e Edigar Junio foi premiado com o gol decisivo.
No Vitória, David. No mais, a equipe foi envolvida na primeira etapa e não encontrou espaços para virar na segunda etapa. Não mostrou a correria de quando atua fora do Barradão.
**
Ficha da partida:
Bahia : Jean, Eduardo, Tiago, Lucas Fonseca e Mateus Reis; Edson, Renê Jr e Allione; Zé Rafael, Edigar Junio e Mendoza. No banco, Carpegiani.
Vitória: Caíque, Caíque Sá, Fred, Wallace e Juninho; Ramon, Uillian e Yago; Neilton, Tréllez e David. No banco, Mancini.
No apito, Marcelo de Lima Henrique (RJ)
**
Próximos confrontos, já pela 31ª rodada:
- O Bahia joga no Maracanã, domingo, dia 29, contra o Fluminense.
- O Vitória recebe, no Barradão, o lanterna Atlético (GO).
*
Outros resultados (no mesmo horário):
São Paulo 2 x 0 Flamengo; Cruzeiro 1 x 3 Atlético(MG); Santos 1 x 0 Atlético (GO);
Grêmio 1 x 3 Palmeiras; Atlético Paranaense 2 x 1 Sport.