Esportes
Zé de Jesus Barrêto
20/04/2012 às  17:02

A BOLA AGRADECE AOS CRAQUES QUANDO É BEM JOGADA

A bola tem que ser tratada com carinho


Foto: Lance
Neto Baiano, o abençoado do Barradão, puxa fila de gols
Foi um meio de semana de quatro jogos memoráveis para o torcedor e algumas lições desse jogo sempre emocionante, instigante quando é bem jogado em campo, o futebol.

Gol no final

Começou com o duelo pela Copa dos Campeões da Europa, na Alemanha, entre os gigantes Real Madrid e Bayern de Munique. Dois estilos de jogo, duas escolas e um jogo renhido, disputado palmo a palmo o tempo inteiro, com intensidade. Os alemães com sua disciplina tática, um grande goleiro, a marcação obstinada, dura, sem abrir espaços, explorando na frente o talento do francês Ribéry e do holandês Robben. No Real, a grande estrela, Cristiano Ronaldo, apagado, cercado, limitado a se atirar no chão pedindo faltas... mas o árbitro inglês nem deu bola pro gajo.

Partida equilibrada, o Bayern atacando mais, até por pressão do torcedor da casa, e o empate parecia escrito ( 1 x 1 ), muito bom para o time espanhol que fará o segundo jogo em seu estádio, o Santiago Bernabeu.. Só que ... já aos 45' da segunda etapa, o lateral direito alemão foi ao fundo e cruzou rasteiro e forte, mortal, e o oportunista Mário Gomes atirou-se de carrinho na bola chegando antes da zaga e do goleiro Casillas, definindo : 2 x 1 Bayern, para festa dos alemães. Certo, é um placar reversível em Madrid, mas ficou um gostinho amargo na boca do espanhóis. Vai ser duro ganhar dos germânicos, isso vai.

E o Barça parou

No dia seguinte, o todo-poderoso Barcelona, invicto, foi a Londres encarar o instável time do Chelsea e se deu mal, perdeu de 1 x 0. Se observarmos os números, o jogo teria sido um massacre catalão. O time espanhol teve 72 % de posse de bola, arrematou 22 vezes no gol adversário (contra somente quatro chutes a gol dos ingleses) e meteu duas bolas na trave. Mas não venceu. Assim é o futebol. Infelicidade, má sorte, rendimento abaixo do esperado de alguns atletas, a deusa bola não queria entrar ? Também. Mas vamos louvar a boa atuação do goleirão Cech, a soberba partida dos zagueiros de área ingleses comandados pelo veterano Therry, a marcação perfeita no astro Messi, que não conseguiu espaços para dar um chute sequer certeiro no gol adversário, o incansável brasileiro Ramires, o manhoso e buliçoso Drogba, autor do gol.
Assim é o futebol, ninguém ganha de véspera e mais: nem sempre o melhor vence. Tem dias em que a tal senhora bola decide escolher com quem quer transar, e ... Claro, é um placar também reversível, no Camp Nou cheio e pulsante, mas a lição de Londres deixou uma pulguinha atrás da orelha do treinador Guardiola. Como fazer Messi, o ‘pulga', jogar com aquela retranca inglesa?


A estrela de Neto

Dos milionários campos europeus para a nossa indigente mas não menos emocionante realidade: Brasil, Bahia, Salvador, Barradão, quarta-feira à noite, público acanhado para ver a partida de volta pela Copa do Brasil, decisiva por uma vaga para um dos dois continuar na competição : Vitória X ABC de Natal. O torcedor mais afoito imaginava uma goleada, um banho de bola rubro-negro. Qual o quê !

O time potiguar, fechadinho, parecia saber muito bem o que queria. Esperava o fogoso e desarrumado Vitória atacar e se abrir na defensiva, então explorava a velocidade nas costas do lateral Saci e do lento Rodrigo. O ABC fez 1 x 0, o time baiano apavorou-se, levou 2 x 0 já no começo do segundo tempo e , por volta dos 20 minutos, com esse placar, muitos torcedores baianos irritados e xingando treinador e jogadores foram para casa indignados com a desclassificação. Pois perderam um vitória épica, daquelas de fazer chorar e de nunca mais se esquecer.

Através de uma penalidade máxima marcada sobre o lateral Leo, Neto Baiano, o artilheiro do Brasil, diminuiu: 1 x 2. Aos 42, Tartá cruzou de um lado a outra, pelo alto e achou o artilheiro livre para enfiar a canhota, num belo voleio, de prima e estufar as redes, empatando: 2 x 2. O placar não era ainda suficiente para a classificação do time, mas... tinham aos acréscimos, quem sabe? Mais uma bola levantada na área, Uéliton, malandro, encolheu-se e atirou-se entre os dois zagueiros que vinham a seu encontro: pênalti marcado! O mesmo neto Baiano definiu, para loucura dos rubro-negros. A velha lição, óbvia : ‘O jogo só acaba quando termina'. Brilhou a estrela do artilheiro, de bem com a bola.

Goleada na chuva

Na chuvosa noite de quinta, o Bahia recebeu o Remo de Belém do Pará com a missão de reverter os 2 x 1 que levou lá na casa do adversário. Deu 4 x 0, folgado, mas não foi assim tão fácil como parece. O time paraense veio fechado, apostando em não tomar gols. E quase faz um logo no começo do jogo, explorando a velocidade do lateral Cametá em cima do improvisado e fora de ritmo Helder, mas o goleirão Lomba salvou. No mais, só deu Bahia, tocando, cercando, tentando a penetração, chutando, mas sempre encontrando o bloqueio, o goleiro adversário, a falta de inspiração dos atacantes, aquele passe final que sempre saia errado, a torcida já agoniada, perdendo a paciência, prevendo o pior. Vaias no intervalo.

O clima só desanuviou, debaixo de muita chuva, no segundo tempo, quando o garoto Madson tabelou com Gabriel e cruzou rasteiro da linha de fundo para Lulinha marcar, abrindo a porteira do Remo : 1 x 0. Aì então, o time paraense lançou-se um pouco mais à frente, pois precisava de um gol. Porteira aberta, veio o massacre: o grandalhão zagueiro Donato fez 0 segundo, de cabeça, após escanteio bem cobrado por Gabriel. A jogada se repetiu três minutos depois e Júnior testou, fazendo 3 x 0. O quarto, com drible no goleiro, foi de Vander.

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Bahia e Vitória classificados para as oitavas de final da Copa do Brasil, fato inédito. No meio da próxima semana o Vitória recebe o Botafogo do Rio, no Barradão; e o Bahia vai a São Paulo enfrentar a Portuguesa de Desportos, a Lusa do Canindé. São adversários difíceis mas vencíveis. Bons testes em campo para as duas equipes baianas que, já em maio, começam a disputa do Campeonato Nacional: o Bahia na primeira e o Vitória na segunda divisão. Veremos, então, se nossas equipes estão preparadas, de fato, para as grandes competições.

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Mas antes dessa parada, os dois (Ba Vi ) têm compromisso sérios, difíceis, pelas semi-finais do Campeonato Baiano, domingo: O Bahia joga contra o Vitoria da Conquista, no sudoeste; e o Rubro-negro vai a Senhor do Bonfim enfrentar o Feirense. É tempo, é hora de decisão. Qualquer vacilo é fatal.

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E não esqueça, no sábado tem clássico dos milhões, de arrepiar, no Camp Nou, Catalunha, pelo Campeonato Espanhol, em reta final: Barcelona e Real Madrid, rivalidade pura. Olho na tevê ...
Teremos um fim de semana e uma semana que entra de grandes emoções no mundo da bola no pé!

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