Esportes
Zé de Jesus Barrêto
22/02/2012 às  08:02

BOLA VOLTA A ROLARR NESTA QUARTA PELO BAIANÃO

Jogo decisivo para o Vitória em Serrinha


Foto: ECVitória
Vitória se prepara para enfrentar Atlético de Alagoinhas hoje à noite
Mal finda a folia, a redonda já quica em campo, nessa quarta de cinzas, pela décima rodada do ‘baianão' de futebol. Quase na metade da primeira fase da competição, já dá para se fazer algumas avaliações do que vimos até agora.
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Bahia de Feira é o líder, desde o começo, agora com um ponto apenas à frente do Bahêa da capital. Vitória e Vitoria da Conquista, a quatro pontos do tricolor, brigam pela terceira e quarta posições. Ali, coladinho e querendo vaga na próxima etapa do certame, o Atlético da Alagoinhas. O Feirense, na sequência, surpreende, e o Fluminense, até pelo investimento que fez, o pior time de Feira de Santana, é certamente a grande decepção do campeonato até aqui. Na rabada, disputando a lanterna, o Itabuna e o Juazeiro, candidatíssimos à degola.
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O mais positivo nesse Campeonato Baiano 2012 é a média de gols, com goleadas e rede balançando de dar gosto em quase todas as rodadas. A dupla Ba Vi , da capital, tem os ataques mais positivos. Neto Baiano, do rubro-negro, é o artilheiro da competição, até essa décima rodada, com vários gols feitos em cobrança de pênalti mas mostrando seu atilado faro de gol. Chegando perto na disputa da artilharia está o rival Souza, do tricolor, que tem atuado com destaque, uma liderança em campo, jogando muito mais do que no ano passado.
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O Bahia de Feira logo no começo mostrou seu repertório e disse pra que veio, quer o bi, histórico. Fez bons jogos, apresentou uma equipe coesa e bem treinada, tem uma defesa dura e bem postada, marca bem, possui jogadores de qualidade (que retomam a bola e apóiam bem) pelo meio campo e um ataque veloz, chutador. Mas mostrou também fragilidades, especialmente em dois jogos : na golada sofrida no Barradão, contra o Vitória, e na derrota para o experimentado time do Atlético de Alagoinhas, em casa, na rodada passada. Não é uma equipe imbatível, tampouco perfeita, apenas um time certinho. Arnaldo Lira, o treinador, teria algo mais a tirar da rapaziada, ou esse é o limite do time campeão baiano de 2011? Já deu o que tinha pra dar? Tem horas que, de tão agitado fora das quatro linhas, Lira parece passar um pouco de intranqüilidade a seus atletas em campo. Menos, camarada!
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Já os clubes mais caros e de maior torcida ( Bahia e Vitória) até agora não usaram todas as suas armas. O Vitória do treinador Toninho Cerezzo, por exemplo, ainda joga sem seus laterais titulares, tem zagueiro experiente que sequer estreou na equipe, o meio campo vem sendo sido muito mexido a cada jogo e, também por isso, não atingiu o ponto de encaixe; e o ataque, embora fazendo gols, carece de Marquinhos em forma e/ou Rildo recuperado. O esquema de Cerezzo exige velocidade nos contragolpes para surpreender a defesa adversária.
Ou seja, com todos os atletas em condições de jogo e à disposição de Toninho Cerezzo poderemos ver um Vitória melhor, mais afiado, menos oscilante já nessa reta final de primeira etapa da competição. Nino Paraíba, Saci, o zagueiro Rodrigo, Marquinhos em forma ... são atletas que podem qualificar ainda mais o futebol do rubronegro em campo.
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O mesmo acontece pelas bandas do Bahia, que há apenas duas rodadas trocou de treinador e de métodos, de conceitos, de maneira de jogar. Joel Santana, que estava à frente da equipe desde o ano passado e se foi, era mais o paizão dos jogadores, gostava de esquema mais cauteloso, de jogar fechadinho, na manha, explorando contragolpes, apenas. O novo treinador, Falcão, já mostrou que quer o time mais solto, marcando mais avançado, encurtando os espaços entre a defesa e o ataque, trocando passes, impondo um ritmo de mais técnica e toques em campo. Conseguirá com o plantel que tem? Sò o tempo dirá.
O tricolor ainda tem o zagueiro Gutierrez (da seleção Boliviana) para estrear; Ávine só agora está retomando os treinamentos com bola, depois de uma lesão no joelho, e faz muita falta; o meia Zé Roberto, recém contratado, luta contra a balança para entrar nos eixos e em forma... Ciro ainda busca espaço, tem muito garoto da divisão de base mostrando talento nos treinamentos... A equipe, do meio campo para frente, carece de ajustes, de encaixes que acontecem normalmente com a continuidade dos jogos. Sob a batuta de Falcão, o time tende a crescer muito, a mostrar uma dinâmica de jogo mais competitiva e mais moderna. Será?
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A rodada
O Vitória, nessa quarta, encara o Atlético de Alagoinhas, lá em Serrinha, um jogo duro. O Juazeirense recebe o líder Bahia de Feira no Adauto Moraes, na beira do São Francisco. Serrano x Camaçari, no Lomanto Júnior e, no Luis Viana Filho, o duelo dos piores: Itabuna X Juazeiro.
Na quinta, o Bahia pega o Fluminense de Feira em Pituaçu e o Vitória da Conquista recebe, em casa, o Feirense. São esses os jogos dessa 10 ª rodada.
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Na corda bamba
Em nível nacional, duas notícias foram destaque nessa semana:
A principal delas, o ‘cai-não-cai' do ‘capo' Ricardo Teixeira, presidente da CBF, manda-chuva do futebol brasileiro desde 1989. O ‘chefe' , às vésperas de se ver glorificado (e de bolsos mais cheios) com a disputa da Copa do Mundo no Brasil em 2012, está às voltas com encrencas por todos os lados: Desde que rompeu com o presidente da Fifa (seu antigo ‘amigão') Joseph Blatter, tem sido acusado de ter recebido propinas ( 15 milhões, de uma empresa de marketing) e o caso está em fase de apuração na Suiça. Os velhinhos da Fifa sentem-se ludibriados nessa história e, dizem os críticos na mídia internacional, o brasileiro não tem como explicar a sujeira.
Mais recentemente descobriram um depósito de 3,8 milhões na conta de uma de suas filhas, uma menor de apenas 11 anos de idade - segundo dizem, era parte da grana (cota) de um amistoso entre Brasil X Portugal, disputado no Brasil há cerca de três anos ( aquele famoso ‘cadê o meu?", por fora). Ricardão já teve problemas de falcatruas de grana de patrocínio, com a Nike, e de sonegação fiscal, com a Receita. Fala-se em muitos escândalos mais, a dinheirama da bola correndo solta... e sempre pro bolso dele e de seus apadrinhados.
É certo que o ‘ex-todo-poderoso' do futebol tupiniquim caiu em desgraça, lá fora e cá dentro. Está morando estrategicamente em Miami, desfazendo-se de negócios e parte da fortuna empregada no Brasil, com medo de a Lei ‘bafar' tudo de volta; a sua outrora fiel bancada de ‘futeboleiros' no Congresso Nacional , que há pouco lhe beijava as mãos, agora vira-lhe as costas; a presidente Dilma Roussef nem lhe cumprimenta (pra não sujar AA mãos, claro), e sua ficha na Fifa melou geral. Daí é que veio a escalação de Pelé e Ronaldo ‘fofuxo' para cuidar dos assuntos ‘oficiais' da Copa do Mundo, isolando assim o antigo ‘chefão' que ... balança, balança, mas ainda não caiu. Quem o segura?
Tem muita gente ‘comendo' na mão dele há tempo, então, quem sabe o Ricardão resistirá bravamente até a Copa 2014, para tormento de ‘tia' Dilma, a presidenta do país? Ela teme que novos escândalos com a dinheirama que já rola ‘liberada' para a construção de estádios e outras ‘providências' em razão da Copa (que, parece, tudo justifica) venham respingar no Governo Federal. Por ela, a presidente do País, o presidente da CBF já era outro, com um pouco mais de credibilidade. Possível? Veremos.
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Se o Ricardão cair, quem fica na corda bamba, e sem sombrinha, é o treinador Mano Menezes, seu escolhido preferencial para dirigir o escrete até a Copa, mas que até agora não achou o time ideal, perdeu o prumo e a confiança do torcedor brasileiro, mostrou pouco serviço e muita inapetência. Dentro e fora da CBF, dirigentes e parte da mídia já dizem às claras que o treinador não tem cacife, nem experiência, nem tarimba para escalar e comandar a seleção nacional. Vive a testar jogadores e não define nada. Não se sabe quem são seus preferidos e o time em campo não mostra um esquema de jogo condizente com a história de nosso futebol. Futebol, aliás, que não anda com essa bola toda.
Por sinal, antes do carná, Mano Menezes voltou a convocar a seleção para mais um amistoso ‘meia boca', cata níquel, e convocou mal mais uma vez.
Exemplos: Para que chamar o goleiro Julio Cesar, que vive uma fase ruim lá na Inter de Milão? Por que ele insiste em convocar o lateral Adriano, reserva do Barcelona? Um monte de marcadores ‘cabeças-de-área e cabeças de bagre' no meio campo? Jonas de atacante ? ... E , pior de tudo, voltou a convocar Ronaldinho Gaúcho, que nem a torcida fanática do Mengão agüenta mais, com seus toquinhos pro lado, seus enfeites de jogadas individuais e inúteis, sem botar a perninha nas divididas, looonge daquele Ronaldinho genial e decisivo de outrora. Ora, com ele em campo, o time joga de uma maneira, em função de seu nome, de seu jeito de jogar. Mas ele, Ronaldinho, jamais estará em forma, voando, pra disputar a Copa de 2014, então ... por que insistir com ? Por outro lado, Mano ignorou a boa forma de Robinho, no Milan e ainda não deu sinal pra volta de Kaká. Sua seleção precisa de um sistema de jogo, mais criatividade e gana de vencer.
Ou Mano define logo um time base, titular, ou a Copa de 2014, mesmo que disputada em campos brasileiros, estará cada vez mais próxima do plantado e competitivo time do Uruguai (mais um ‘maracanazzo?), ou da atual campeã do mundo, a Espanha, ou até do ótimo, forte e técnico time da Alemanha, ou quiçá a Holanda...
Na classificação da Fifa, mais recente, a Seleção Brasileira está ocupando o sétimo lugar entre as melhores do mundo. Pode bem ser essa a nossa classificação na Copa, se o Mano insistir em fazer ‘laboratório' com suas convocações para cada amistoso ‘necessário' para os cofres da entidade, a CBF, e seu chefe. Ou Mano cairá antes... da queda do ‘capo'?
A bolinha que estamos jogando não nos dá muitas esperanças. Nem mais na América do Sul somos os melhores.


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