Poderíamos dizer, lembrando o ex-presidente barbudinho, que nunca antes na história do futebol baiano tivemos uma decisão de campeonato assim. Singular por vários aspectos.
É uma parada entre Capital x Interior, o que é raro; O Vitória, papa-quase-tudo do século XXI, luta por um título inédito em sua mais que centenária história: o penta-campeonato; O adversário, Bahia de Feira, pela primeira vez chega à final de um campeonato, seria seu primeiro título baiano.
Os dois times foram os melhores no decorrer do campeonato. O Vitória fez maior número de pontos, liderou o campeonato todo tempo, mas o Bahia de Feira esteve sempre na sua cola, e foi o Campeão do Torneio Início. Bem treinado pelo competente e esperto Arnaldo Lira, o time de Feira de Santana tem um bom conjunto, ótimo goleiro, não foi vencido uma vez sequer em seu domínio, briga muito pela bola no meio campo, marca duro e tem um ataque veloz, insinuante , que gosta de chutar em gol.
Time por time, comparando-se individualmente os jogadores de um e de outro, talvez o rubronegro leve vantagem, tem jogadores mais tarimbados, acostumados a decisões, como o goleiro Viáfara, o zagueiro Álisson, o lateral Eduardo, Uéliton, o rodado meia Giovani... e ‘macaco velho' Antonio Lopes no banco, orientando. Mas ...
O primeiro jogo, no Domingo das Mães, acontece em Feira, no Joia da Princesa, onde o tricolor feirense não tem lá essa torcida toda, mas conhece bem cada canto, cada buraco, cada touceira do irregular gramado. Não perdeu lá para ninguém. O time de Lira não é azarão, não é zebra, está fazendo história. Se a meninada não tremer as pernas, em função da responsa de decidir o título... vai ser uma decisão interessante, bem jogada.
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Mas a semana foi surpreendente, cheia de lições para quem aprecia a magia e as surpresas desse jogo de bola chamado futebol.
Começou com a grande decisão entre Barcelona e Real Madrid, dois dos melhores times do planeta, rivalidade de BaVi em pleno Camp Nou/ Catalunha, na terça. Venceu a técnica, o time que teve os nervos no lugar e soube tocar a bola, ter o domínio de campo todo tempo do jogo. O Barcelona é o time que mais dá gosto de se ver jogar.
Tem talento e estratégia de jogo. E abriga uma seleção dos melhores do mundo na atualidade: Mesi, Xavi, Iniesta, Daniel Alves ... O Real correu muito, bateu muito, perdeu a cabeça nalguns instantes do jogo e rendeu-se diante de um adversário muito superior nos dois jogos pela Copa dos Campeões da Europa.
Disputam a final, em Londres, num jogo único : Barcelona x Manchester United. Jogaço!
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Na quarta, a bruxa esteve solta nos campos onde grandes times brasileiros jogavam pelas Libertadores da América. Os quatro que estavam jogando perderam e foram desclassificados, na mesma noite, aziaga noite de quarta, que ficará para a história.
O Cruzeiro, tido como o melhor time brasileiro no ano de 2011, até então invicto na Libertadores, foi surpreendido no interior de Minas Gerais e levou dois cocos de um time chamado de Once Caldas, é mole? Soberba, pose, ‘superioridade' e falta de tranquilidade. Imagine que o treinador mineiro deu cotoveladas num atleta adversário (foi expulso) e o meia Roger também terminou expulso ainda no primeiro tempo de jogo. Vergonha.
O Fluminense, atual campeão brasileiro, foi ao Paraguai, aputou-se em campo, jogou feito timeco, tentando segurar resultado (tinha vencido no Rio de Janeiro) e levou um chocolate e um placar de 3 x 0 do Libertad. Voltou para casa com o rabo entre as pernas, humilhado. O Paraguai ficou com dois times na disputa, o outro é o tradicional Cerro Porteño.
O Grêmio, que já tinha se borrado em Porto Alegre contra o Universidad do Chile, apanhou também em Santiago. Fora.
E o Internacional, o Colorado do Rio Grande do Sul, treinado por Falcão, dentro do Beira Rio, levou 2 x 1 do Peñarol do Uruguai, para desespero de sua vibrante torcida. Assustado, foi-se.
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Dos times brasileiros que começaram a disputa (esses quatro e mais o Corínthians) só restou o Santos de Ganso e Neymar ( e Muricy Ramalho) representando o Brasil na Libertadores de América, o maior torneio/campeonato do continente.
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A quarta foi terrível e a quinta foi também tenebrosa para duas grandes agremiações brasileiras que disputam a Copa do Brasil:
O Flamengo de Luxemburgo, de Ronaldinho Gaúcho e companhia, em pleno Engenhão/ Rio de Janeiro, diante de sua galera, levou 2 x 1 do Ceará de Marcelo Nicácio, Geraldo e Mancini.
E não foi um golpe de sorte não, o Ceará jogou melhor, dominou, tocou bola, passeou em campo. Há uns três anos digo: o Ceará é o melhor time do Norte/Nordeste.
Mas a maior de todas as surpresas foi a balaiada de seis, meia dúzia a zero ( 6 x 0) que o Coritiba aplicou, sem dó nem piedade, no Palmeiras, o Verdão de São Paulo, time treinador pelo campeão do mundo Felipão, com o goleirão campeão do mundo Marcos, com Marcos Assunção, Kleber etc e tal ... Os verdes saíram atordoados de campo, a paulistada ensandecida.
O Coritiba tem 23 ou 24 vitórias seguidas e é o time mais certinho até agora neste ano de 2011. Sem grandes estrelas. Conjunto, solidariedade, objetividade em campo. Simples. O treinador é um ex-ponta direita que jogou no Botafogo e até chegou a vestir a camisa da seleção: Marcelo.
Não me lembro de quando o Palmeiras ( ou outro grande de SP) levou uma goleada de seis... ajudem-me. Pois bem , a goleada em Curitiba aconteceu a menos de dez dias da goleada aplicada pelo Atlético PR no Bahia, de cinco.
Futebol não é brincadeira. Cada dia nos surpreende, nos ensina. A bola tem encantamentos.
Ninguém ganha de véspera, camisa não ganha jogo.
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