Esportes
Zé de Jesus Barrêto
21/04/2011 às
16:02
ONDE ENCONTRAR FORÇAS PARA ENFRENTAR O LEÃO
BAVI domingo é decisivo para Renê Simões
Foto: DIV |
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Renê Simões tem parcela de culpa na surra que o Bahia levou 5x0 |
O placar, que poderia ter sido 7 ou 9 caso o Atlético Paranaense tivesse forçado mais na segunda etapa, e o apático desempenho do time em campo deixaram o torcedor do Bahia envergonhado.
A madrugada dessa quinta-feira santa foi de amargura para os tricolores, uma noite insone, de pesadelos, com o torcedor abrindo os olhos remelados na manhã chuvosa apavorado, as idéias nubladas no BaVi de domingo, em Pituaçu, pela semifinal do campeonato baiano.
E agora, onde e como encontrar forças para enfrentar o Leão rubro-negro que é líder absoluto, tem o melhor ataque, a melhor defesa do campeonato, está descansado e vem babando pra cima ?
Missão (im)possível para o experimentado treinador René Simões, que após a acachapante derrota saiu-se com essa: ‘Ora, o Real Madrid levou 5 x 0 do Barcelona, outro dia, e nessa quarta o treinador Mourinho venceu a Copa do rei, com o Real aplicando 1 x 0 no mesmo Barcelona'.
Entonces... pode? Mourinho, Renê? Pero, tenemos um Casillas no gol, um Pepe na zaga, um Xavi Hernandes no meio, um Cristiano Ronaldo na dianteira? Habla sério, professor!
*
A sova
O bigodudo René, por sinal, tem sua grande parcela de culpa na derrota da noite dessa quarta, lá em Curitiba, escalando mal a equipe, com um meio campo frouxo de marcação, nenhuma criatividade, e uma dupla de atacantes lenta, quando o time precisava jogar fechadinho e nos contragolpes em velocidade.
O torcedor poderia até chorar um gol de Marcos anulado incorretamente ( quando o placar já era 5 x 0), ou uma falta marcada com rigor pelo árbitro e que resultou em gol ... mas, o que significou isso diante de um desastre tamanho?
A sova de cinco escancarou um abismo de disparidade técnica e física, individual e coletiva, entre as duas equipes. Alguns jogadores do Bahia tremelicaram em campo, como o garoto Dodô, os meio-campistas Camacho e Maurício, o sumido lateral Marcos. A bola queimava nos pés, livravam-se dela a qualquer custo. Marcone ( que ainda chutou uma bola na trave adversária e só) e Helder quase não ultrapassaram a linha do meio campo, só marcando, acuados.
Foi simplesmente bizarro o primeiro gol de Paulo Bayer, cobrando aquela conhecida falta rasante na área: o zagueirão Titi, à frente do goleiro Omar, tentou cortar a pelota mas apenas raspou de canela mudando a trajetória da bola e matando o goleiro. Bizarro foi também o pênalti cometido pelo goleiro Omar, abraçando no chão as pernas do atacante, após mais um cruzamento de bola na área tricolor que a defesa não conseguiu cortar: o veteraníssimo Paulo Bayer converteu o pênalti em gol, marcando o quarto. Mais bizarra ainda foi a falha do zagueirão Thiego, perdendo uma bola tola, dominada, lá na lateral da grande área, para o atacante Adaílton, que entrou só e fuzilou, marcando o quinto, já na segunda etapa.
E o que dizer dos gols , segundo e terceiros, de bolas cruzadas, alçadas na área - uma jogada manjadíssima executada há séculos por Paulo Bayer, em faltas e escanteios - com cabeçadas fatais dos zagueiros atleticanos, livres, de cara para Omar. Pergunto: onde estavam os grandalhões atacantes Robert e Souza, que deveriam estar marcando os zagueiros adversários nas bolas paradas, como reza o abc do futebol ?
No mais, meu caro treinador Renê Simões, Camacho, apesar de alguns poucos gols bonitinhos que andou fazendo com a camisa tricolor, não deve, não pode ser o armador de jogadas do Bahia. Aliás, não tem estrutura, pegada, garra, vitalidade e muito menos criatividade suficientes para atuar como titular no meio campo de um time que se diz de primeira divisão do campeonato brasileiro.
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De olho no amanhã...
Não há tempo para treinamento, o desgaste físico e emocional do plantel é enorme (com a derrota e as viagens) e o professor Renê vai ter de inventar uma mágica, no papo, na conversa ao pé do ouvido, para remendar a bagaceira do time... até o domingo.
Que é dia de Páscoa, de ressurreição !
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Ruminando ...
Entra o JeanCarlos no lugar de Marcos? Já agüenta o tranco, depois de oito meses parado, machucado? Vai mexer no miolo da zaga, colocando o experiente Dani Moraes... no lugar de quem? Será que o lateral Ávine tem condições de jogo -que falta faz o Ávine, hein? Vai escalar o meia Ramon no lugar de Maurício, que passou o jogo inteiro contra o Atlético procurando a bola, sem saber onde se posicionava em campo? Veremos Boquita no lugar de Camacho? Já! Camacho é menos um em campo, pela lerdeza com vai na disputa dos lances. Aliás, a torcida quer saber o que se passa com Boquita, um bom jogador, de bom posicionamento, bom passe... apenas 21 anos de idade... e que vive arrastando-se em campo depois de 20 minutos de jogo. Qualé, veio pra Bahia jogar ou gandaiar ?
E o ataque precisa de alguém com velocidade: Lulinha, Zezinho .... e mais Rafael, que é jovem, fogoso, chuta em gol. O grandalhão Souza fez um bom jogo contra o Conquista, mas... ao lado de Robert, na aziaga noite de quarta, quase nem tocou na bola. Desse Robert que (não) temos visto, nem há o que falar.
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A hora do mago ...
Vire-se, professor Renê. Vosmecê é muito bem pago para saber escalar bem o time e tirar leite de pedras. Esses dois Bavis são jogos de vida ou morte para muitos jogadores, para o time, para o treinador também. A torcida está magoada, desesperada... e vai cobrar de vera. Consulte seus alfarrábios, todos, pegue sua varinha mágica, gaste sua lábia toda e ... Aja! Porque é hora da verdade.
*
Quanto ao rival, o adversário, o Leão...
Todos na Toca, quietos, só treinando, descansando, observando a presa.
Juro que o vivido delegado Lopes e sua trupe gostaram muito do que viram pela tevê, na noite de quarta. Sabem muito bem os flancos, os pontos vitais do adversário. Vão treinar muita bola cruzada na área inimiga esses dias lá no Barradão. Giovanni, Élkesson e Nikão batem bem na bola. Álisson, Fortunato e Uélliton são exímios cabeceadores. Nino Paraíba vai sufocar o menino Dodô pela direita. Daí ... Esses são os caminhos da vitória, ou melhor, do Vitória.
Nunca pareceu tão fácil. Mas essa tal de bola, deusa fêmea ... às vezes surpreende.
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