Esportes
Zé de Jesus Barrêto
17/12/2010 às
08:06
BAHIA FAZ 80 ANOS E SONHA GANHAR CAMPEONATO BAIANO
Esse é o maior desejo para o inicio de temporada
Foto: Reuters |
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Mazembe, do Congo, é a nova sensação do futebol mundial |
Meu filho, quem tem medo de perder não ganha' - A máxima é do mestre Evaristo de Macedo, usada em suas preleções, nos vestiários, antes dos jogos decisivos.
Lembrei -me do velho treinador no vexame do Inter, o Colorado de Porto Alegre, essa semana, quando perdeu por 2 x 0 para o (até então) desconhecido Mazembe, campeão da R D do Congo, pela semifinal da Copa do Mundo Interclubes que acontece em Abu Dabi.
Ninguém imaginava a derrota. Todos já tinham a mente voltada para o jogo final, óbvio, entre o Inter gaúcho e a Inter de Milão, ora, de fato, os melhores times na disputa pelo título mundial. Mas o Mazembe está fazendo história; pela primeira vez um clube do continente africano disputa um título mundial carimbado pela Fifa.
O jogo entre a toda poderosa Inter de Milão e o Mazembe acontece neste sábado à tarde.
Será que dá zebra? Torço pelos africanos desde criancinha, mas ... a diferença técnica é grande. Como grande era também avaliada a diferença técnica entre a equipe do Mazembe e do Inter de Porto Alegre, pelo menos até o jogo começar. Eram favas contadas, a gauchada salivava com o gosto de goleada na boca. Mas...
O que se viu foi o Colorado com o domínio e a posse da bola a maior parte do tempo, porém sem agredir, sem chutar, sem ousar. Os jogadores, todos, com medo de errar, atuando de forma burocrática, sem querer correr riscos. Já os africanos, com um grande goleiro, defendiam-se com garra, corriam feito loucos e, com inteligência, esperaram algum erro do adversário.
A ousadia no contragolpe, na velocidade... e foi sem medo algum de errar que o atacante congolês dominou na entrada da área, a defesa colorada vacilou, deu espaço e o goleirinho Renan viu a bola morrer no filó, logo no início da segunda etapa. O time gaúcho não conseguia acertar, errava passes, foi ficando nervoso na medida em que o tempo passava e levou outro gol de contragolpe, numa falha de marcação e também do goleirinho que caiu atrasado na bola chutada de fora da praça. Inacreditáveis 2 a 0, inexplicáveis, vexaminosos.
‘Quem tem medo de perder não ganha', repetia o velho mestre Evaristo, um dos maiores treinadores que vi. Quem não chuta não faz. Para vencer é preciso ousar.
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Para os tricolores dos pampas a derrota do rival foi uma festa. E os tricolores baianos logo acharam o ‘motivo' da derrota: Uma gafe grosseira no site da FIFA anunciando o jogo da semifinal - no lugar do escudo do Inter (no alto da página) puseram o escudo rubronegro do Vitória. Daí a derrota.
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Futebol pra valer na Bahia só na segunda metade de janeiro, com o começo do Campeonato Baiano. Enquanto Bahia e Vitória, os eternos favoritos, descansam e reformulam o plantel para a temporada de 2011, vários clubes do interior já começaram os treinamentos e vão pro baianão voando, com as garras afiadas; caso do Flu de Feira, do Conquista, Serrano...
Sempre sinto falta do Ipiranga, do Galícia, do Botafogo ...
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O Bahia está refazendo o plantel, com a responsabilidade de retomar a hegemonia do futebol baiano (há muito tempo com o Vitória) no ano em que comemora 80 anos de fundado. E comemora também a decisão da CBF de homologar o título conquistado em 1959, de primeiro Campeão Brasileiro de Futebol, ao vencer na final da 1 ª Taça Brasil o Santos de Pelé, talvez o maior time de futebol de todos os tempos. A torcida tricolor está de peito estufado, mostrando as duas estrelinhas douradas, cheia de orgulho.
Mas é preciso armar um bom time parta a temporada 2011, a volta à Primeira Divisão.
Não vai fazer vergonha! O time precisa de laterais, zagueiros, meiocampistas(sobretudo) de talento e atacantes com faro de gol. Dos jogadores anunciados até agora somente um é bem conhecido: o centroavante Souza, que jogou no Goiás ( lá foi artilheiro), depois no Flamengo (altos e baixos) e atuou este ano no Corínthians, de onde está saindo por pressão da torcida. É grandão, forte, experiente, mas carece de técnica mais apurada. Quem sabe volta a descobrir aqui o caminho das redes?
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O rival Vitória, que este ano esteve na porta do céu (disputando a final da Copa do Brasil com o Santos) e desceu aos infernos (caiu para a segundona), desfez-se do time. Foram-se os zagueiros, os laterais, meiocampistas e atacantes. Reformulação geral também. A grande aposta é na excelência de suas divisões de base, que sustentam o clube dentro e fora de campo, jogando e rendendo bons trocados em transações no mercado dos boleiros.
A prioridade das prioridades do rubronegro deve ser a segundona; o time não pode passar sete ano sem subir, como foi o caso do Bahia... que só não afundou de vez na lama por causa da torcida, a mais fiel e a mais devotada do país. A volta à primeira é o foco, já.
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O torcedor baiano carece de ídolos, de craques. Há muito não se vê um ‘fora de série' atuando em nossos gramados, vestindo e suando a camisa de um time da casa. É o ídolo que apaixona o torcedor, é o craque em campo que faz a diferença. Sem bons times, sem bons jogadores vamos continuar penando nesse ‘cai não cai'... todo ano.
O baiano gosta de futebol e a expectativa da Arena Fonte Nova e da Copa de 2014 é grande. Vale a pena investir e formar bons times, já, neste ano que chega.
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