Ainda não se pode auferir quais serão esses reflexos uma vez que a possível candidatura de Fabrício ao TCM, agora, depende da boa vontade do presidente da Assembleia Legislativa, Adolfo Menezes, o qual está no exterior, e o interino é Zé Raimundo (PT), aliado de Waldenor em Conquista e ex-prefeito daquela cidade.
Ora, Zé Raimundo pode tomar uma decisão favorável a Fabricio antes do retorno de Adolfo do exterior previsto para dia 25 próximo? Em tese, pode. Mas, Adolfo, sabiamente, antes de viajar, estipulou o prazo de 27 de fevereiro para término de inscrição dos nomes.
Zé Raimundo, por sua vez, pode arguir que vai aguardar o retorno de Adolfo, uma vez que o prazo dado até 27 de fevereiro lhe permite essa opção e Adolfo que resolva. Parece-nos o que, de fato, vai acontecer.
Fabricio se queixa de que foi boicotado pela base governista ao não conseguir o apoio de 13 deputados para inscrever o seu nome como candidato a vaga do TCM (conseguiu 10 assinaturas) e o lider do governo, deputado Rosemberg Pinto (PT) jura de pés juntos que se houve boicote ele desconhece e não partiu de sua articulação.
Na verdade, aí é opinião nossa, no momento em que o PT lançou a candidatura do deputado Paulo Rangel com apoio do governador os deputados da base desconsideraram o desejo de Fabricio e assinaram a petição no apoio a Rangel. Daí que, naturalmente, a candidatura de Fabricio foi esvaziada.
Mas como, então, um nome que sequer consegue inscrever-se regimentalmente como candidato - exige-se a indicação de 13 deputados com postulação em papel passado e assinado - insiste em concorrer assim mesmo uma vez que a maioria absoluta da base (app 38 a 40 deputados) está compromissada com Paulo Rangel e a oposição (18 deputados) com a candidatura de Marcelo Nilo?
O mérito. Fabricio diz que tem mérito, é deputados há 13 anos na Assembleia, começou como vereador em Conquista mandatos 2004/2008, já foi candidato a prefeito daquela cidade, em 2016, integra a base com fidelidade ao governo e já foi preterido duas vezes na postulação do TCM abrindo mão da disputa para Nelson Pelegrino e Aline Peixoto.
"Agora é a minha vez, disse-nos, e quero ao menos ter o direito de disputar. Não abrirei mão de maneira alguma e meu partido (PCdoB) está fechado comigo e os 4 deputados estaduais irão votar conosco". Ontem, o deputado Hilton Coelho, afirmou que também vota em Fabricio se ele conseguir ser candidato.
Essa questão de honra ou de mérito vai depender, agora, do presidente Adolfo Menezes. Há duas opções: a primeira (improvável) que Adolfo, individualmente, aceite sua candidatura e a oficialize; a segunda é a convocação da Mesa Diretora (onde a base tem maioria) e esta faça a indicação. Rosemberg diz que, se esta segunda opção acontecer, ele não irá se opor nem boicotar.
Presumindo-se que Fabricio consiga a indicação da Mesa vamos então aos números. Prevê-se a eleição para meados de março. A Assembleia tem 63 deputados. A base governista é constituida por 43 deputados; a Oposição 19; 1 independente (Hilton Coelho) e atua com criticas ao governo, mas não integrado a oposição formal. A Oposição teria, hoje, 18 deputados, uma vez que Marcinho Oliveira (UB) estaria de namoro com o governo.
Em sendo assim, na disputada pelo TCM no voto direto, Marcelo Nilo deverá ter 18 votos (os da oposição); Paulo Rangel entre 39 e 40 votos (os da base com ou sem Marcinho) e Fabricio 5 votos (4 do PCdoB e 1 de Hilton Coelho). Duvida-se que haja dissidência na base ou voto de gratidão de alguém da base a Marcelo Nilo. Ele até acha que merece, mas, na prática política isso não existe.
Esse placar que simulamos e que é o presumivelmente real seria bom para o governo e para a disputa de Waldenor em Conquista?: Não.
Primeiro que se Fabricio tiver, de fato, o apoio e votos do PCdoB, será a primeira vez que o partido se insurgirá contra o PT, ainda que não contra o governador; e, em Conquista, Fabricio ficará desobrigado a apoiar Waldenor. Vale lembrar que Fabricio foi reeleito deputado estadual pela Federação (PT/PCdoB/PV) e foi o terceiro mais votado em Conquista 11.315 votos (6.03%) ficando atrás de Zé Raimundo e Lúcia Rocha. Portanto, um nome e um apoio que Waldenor não pode desprezar.
Por isso mesmo, o PT, o governador e sua ampla base, precisam analisar com toda cautela o caso de Fabricio, observandoi-se, ainda, que o PCdoB, como partido, tem sido um aliado fiel do governo petista nesses últimos 17 anos e como esse caso de Fabricio não é isolado, a deputada estadual Olivia Santana foi preterida pela base para ser candidata a prefeita de Salvador na entronisação de Geraldo Jr, toda atenção é pouca. (TF)
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