Política
Tasso Franco
20/02/2010 às  19:06

DILMA SE EQUILIBRA ENTRE MARCOECONOMIA E RADICALISMO DO PT

Manter a estabilidade do país é vital para Dilma


 A ministra Dilma Rousseff a partir deste sábado é, oficialmente, a pré-candidata do PT a presidência da República. Isso se tornou consensual no partido graças a imposição do presidente Lula, um dos mais populares e bem avaliados que o Brasil já teve. Sem essa performance dificilmente Lula faria um candidato dessa forma, na paz, sem as tradicionais e históricas disputas internas do PT.

   A ministra, em seu pronunciamento destacou que a preservação da estabilidade macroeconômica, com manutenção do equilíbrio fiscal, controle da inflação e câmbio flutuante serão a base das ações de seu governo. Essa herança bendita, embora o PT não queira ouvir falar nisso, vem desde o Plano Real, com Itamar Franco e depois com FHC. 

   "Não haverá retrocesso nem aventuras", afirmou Dilma no 4º Congresso Nacional do PT, em Brasília, que aprovou as diretrizes de seu programa de governo, como pontos bastante polêmicos, entre eles, o controle social dos meios de comunicação (censura), a taxação das grandes fortunas, apoio ao polêmio Plano Nacional de Direitos Humanos e a jornada de trabalho de 40 horas semanais, sem redução de salários.

   Afirmando que "jamais pensei que a vida viesse a me reservar tamanho desafio. Mas me sinto absolutamente preparada para enfrentá-lo, com humildade, serenidade e confiança, garantiu que tudo fará para manter a estabilidade econômica, uma cobrança que começou a aparecer depois que as primeiras diretrizes de seu provável programa de governo mostraram uma tendência mais à esquerda.
 
   No entanto, enfatizou a determinação de "continuar valorizando o servidor público" e "reconstituindo o Estado" e rebateu as críticas de que o governo petista inchou a máquina pública. Em todo o discurso, as promessas de Dilma partiram do que foi feito por Lula e como ela poderá avançar, a partir daí. Educação, pré-sal, ampliação do programa Bolsa Família, Luz para Todos foram o centro das promessas da pré-candidata.

   Ou seja, a ministra (se eleita) vai tentar seguir a linha atual do presidente Lula, de fortalecer o Estado brasileiro (política estatizante, para muitos aparelhamento da máquina estatal) e manter a política macroeconômica de Mantega/Meirels. Na prática, como no governo atual, esses pontos deverão ser debatidos e analisados no Congresso Nacional.


   O Brasil não aceita República chavista de conduzir alguns desses polêmicos pontos via decreto. Seria transformar o país numa ditadura e isso ninguém quer.

   O presidente Lula, como era de se esperar, assumiu o papel de avalista da candidatura de Dilma. Disse que "Eleger a Dilma é a coisa mais importante do meu governo", destacou.

   "Eleger a Dilma não é secundário para o presidente da República, é a coisa prioritária na minha vida neste ano." Dizendo não resistir à combinação de "um microfone e um monte de gente", Lula reagiu ao noticiário sobre o documento contendo diretrizes do programa de governo para a campanha de Dilma, cujo tom esquerdista foi reforçado.


  "As pessoas que privatizaram este país estão incomodadas porque queremos fortalecer certos setores da economia brasileira. Vão dizer que a Dilma vai ser estatizante. Se preparem. Mas isso não é ruim não. É bom."


  No mais, o presidente entrou nos tradicionais chavões da política nacional ao situar que há preconceitos por Dilma ser mulher e ter lutado contra o regime militar de 1964. Frases de efeito para a agradar a platéia interna do PT uma vez que esses tipos de relações preconceituosas não existem mais no Brasil, salvo em setores bem localizados e que não decidem coisa alguma.
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