O ex-governador Paulo Souto (PFL) está acompanhando, atentamente, a performace do governo Jacques Wagner (PT) e não vai aceitar qualquer tipo de crítica ao seu governo e à sua personalidade passivamente. A ordem repassada a seus assessores e ex-colaboradores do governo se sustenta na tese usual no meio político de que a toda ação haverá uma reação. Ou seja, bateu; levou.
Essa orientação vem sendo cumprida à risca nos episódios até agora divulgados pela mídia: ênfase para os casos dos contratos na área da Saúde, a insinuação sobre a febre aftosa, a situação pré-falimentar da Cesta do Povo, gastos com publicidade oficial e o uso personalístico da propaganda institucional.
Todos esses itens e outros menores foram rebatidos de bate pronto pelos soutistas, independente da ação que já está em curso, numa oposição mais concentrada e consistente - transposição das águas do Rio São Francisco, inexistência de um programa de desenvolvimento econômico, etc - pelo bloco pefelista e aliados.
Para nos atermos na questão específica que é o embate direto entre Souto x Wagner, uma vez que setores do PT consideram que o ex-governador do PFL é o mais forte concorrente ao governo, em 2010, Souto tem sido rápido no gatilho não permitindo que as invesdidas de Wagner ganhem dimensão e sejam analisadas em sua real dimensão.
Foi assim em relação à saúde quando o atual secretário Jorge Solla insinuou que havia deslizes em contratos assinados pelo Estado, mesmo antes deste assumir o governo, o que foi rebatido pelo então secretário José Antonio fazendo com que Solla enfiasse sua viola no saco. Depois foi a brincadeira ou galhofa do secretário da Agricultura, Geraldo Simões, insinuando que a Bahia só teria conquistado à condição de território livre da febre aftosa graças a intermediação dos santos. Levou um pito geral da imprensa que o considerou leviano.
Mais recentemente, o caso da Cesta do Povo levantado antes mesmo de Wagner assumir pela A Tarde, propositadamente ou não, fez com que as hostes petistas encontrassem um filé para minar a credibilidade de Souto, assunto que ainda vai render muita matéria na mídia, porque, a rigor, trata-se de uma sinuca de bico que até agora o novo governo não conseguiu se sair.
O PT até levou o tema para a sua propaganda no horário concedido pela legislação eleitoral, mas, com certeza, terá uma resposta do PFL. Além disso, o que fazer com a Cesta, programa popular entre os servidores e o público, é uma equação que o novo governo ainda não encontrou apesar dos débitos deixados e dos acordos que foram feitos no final do último governo. Fechar a Cesta? Demitir os 4 mil servidores? São perfis que não se enquadram na política do PT.
No último episódio, do gasto em propaganda, prontamente rebatido pelo ex-chefe da Agecom, João Paulo, a lei de Responsabilidade Fiscal determina que os gastos do último ano devem representar a média dos três anos anteriores, daí que o governo - como disse JP - não iria cometer essa iresponsabilidade contestando que tivesse sido consumido 134 milhões de reais.
Óbvio que esse assunto ainda voltará à pauta, como sinalizou o atual chefe da Agecom, Robinson Almeida, engenheiro eletricista que cuida de Comunicação, ao afirmar que o novo governo fará uma propaganda dentro de parâmetros institucionais sem valorizar o personalístico, insinuando, assim, que Souto se utilizou desse expediente. Mais uma vez foi repelido por João Paulo, o qual, mostrou que além de Souto não utilizar os mecanismos que o glorificassem na propaganda oficial, o atual governo é que dá sinais de personalizar a propaganda ao instituir um programa de rádio no modelo Lula da Silva, estilo Bom Dia Governador.
Além do mais, mostrou JP, que o Diário Oficial do Estado já publicou nesses últimos 31 dias 29 fotos do governador Jacques Wagner e 40 matérias onde o governador fala de assuntos nacionais. Ou seja, tudo dantes como no quartel de Abrantes.
Essa, aliás, era uma prática condenada pelos deputados do PT, em especial o professor-doutor Emiliano José, ex-PMDB waldirista, que não admitiam que o governo do PF usasse as páginas do DO para fazer propaganda ainda que através de matérias jornalísticas. E agora? Falam o que ? O que diz o deputado Walter Pinheiro (PT), responsável por colocar um engenheiro eletricista na Agecom?
O certo é que, voltando ao tema inicial desse artigo, o ex-governador Paulo Souto está atenado, tomou gosto pela política e vai seguir em frente observando o desempenho do governo Wagner, marcando, como se diz no futebol, homem a homem. E na base do zagueiro Suvela, bateu; levou.
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