O deputado Walter Pinheiro, candidato do PT a prefeito de Salvador, deve ser mais explícito no decorrer da campanha na apresentação das propostas que tem para a cidade do Salvador.
Na Convenção do PT no Centro de Convenções, momento de largada e inicial da campanha, ficou devendo. Não foi claro, pouco disse o que pretende realizar se eleito, e repetiu chavões que vêm sendo ditos por vários candidatos de oposição ao longo dos anos.
E anunciou até uma proposta mirabolante afirmando que pretende projetar Salvador para os próximos 40 anos. Logo ele que fizera a ressalva em propostas de um plano fatctível, real.
Não tem sentido. Com as novas tecnologias em curso alguém que pensa asssim está fadado a ser atropelado em quaisquer das áreas, especialmente às essenciais e prioritárias de qualquer gestão, a base de tudo - educação, saúde e infra-estrutura.
Ninguém será capaz de formular uma proposta para 10 anos quanto mais para 40 anos. Isso é utopia.
Veja o seguinte: as escolas públicas brasileiras não tinham computadores na década passada e os infocentros têm apenas cinco anos. Na área da saúde a velocidade das mudanças também é impressionante, quer no uso dos cartões magnéticos para marcação e controle de consultas, ao retorno do atendimento familiar.
E, em relação ao meio ambiente, o Japão pretende colocar no mercado seu carro movido a hidrogênio em mais dois ou três anos. Modelo que o pessoal do PV vai adorar. Vai ser uma revolução nas cidades em, no máximo, dez anos próximos.
Daí que seria completamente inviável se fazer uma projeção para Salvador 2048. Mas, faz parte da euforia e do entusiasmo de um candidato que enfrentará às urnas pela primeira vez numa eleição majoritária.
Pinheiro disse ainda que Salvador precisa ser feliz situando que a relação da população com a cidade é de equidistância, pelo menos com a maioria da sua gente. Evidente que para melhorar essa distância entre pobres e ricos, um projeto dessa natureza passa pelos governos do Estado e Federal.
Nesse campo é possível e o governo Lula já deu uma contribuição inestimável retirando 22 milhões de pessoas das classes C/D para a C, isoladamente, agrupando as classes D/E.
A cidade pode pouco com isso, mas, sempre ajuda. Quando disse que vai administrar com o coração militante e diferente do modelo coronelístico, a rigor, quis apenas alfinetar ACM Neto e João Henrique.
Pinheiro anunciou, ainda, a devolução do "velho Carmurugipe" à cidade com balneabilidade. Tarefa das mais difíceis uma vez que, há anos, este rio vem sendo estuário de dejetos que são lançados desde a Fazenda Grande do Retito até o mar de Piatã.
O ponto frucal da fala do candiato foi o cidadão de Salvador.
Entende Pinheiro que esse será a essência do seu governo se eleito for. E até anunciou que não basta colocar policiamento nos bairros com gente armada para sair atirando (referência a Guarda Municipal de João Henrique), e sim um "exército" para atuar na educação e na cultura.
Sobre a cultura foi vaguíssimo, porém, destacou que será um ponto essencial. Por fim, pontuou que a sua base de governo se sustentará em duas vertentes: o cidadão e um estreitamento nas desigualdades sociais; e uma cidade para todos.
Esperava-se mais de Pinheiro na Convenção. De toda sorte, como a campanha propriamente dita ainda vai começar dia 6 de julho e vai até 2 de outubro, há tempo para detalhar esses pensamentos e ser mais claro e objetivo.
A população está interessada no "preto no branco". Daí que é bom melhorar o discurso, independente da aliança com o governador Jaques Wagner e o presidente Lula. Estes dois ajudam muito. Mas, o candidato tem que fazer sua parte.
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