O PFL já definiu a estratégia que adotará para faz oposição ao Governo Wagner. A base será situá-lo à semelhança do governo Waldir Pires (1987/1989 maio) que prometeu modificar as estruturas tradicionais de poder no Estado e realizar uma administração transformadora, porém, não fez nem uma coisa nem outra.
Evidente que ainda é muito cedo para se ter uma idéia do que poderá acontecer, na prática, e se essa estratégia posta com táticas bem definidas dará os resultados que o partido conseguiu, em 1990, reconquistando o poder que se encontrava em mãos do PMDB, já com Nilo Coelho no governo em substituição a Waldir (maio/89/dez/90).
Em política tudo é possível e os primeiros andamentos do governo Wagner, de certa forma, se asssemelham ao governo Waldir. Vide, por exemplo, a propaganda em out-door e na televisão da campanha da Secretaria da Educação (institucional sobre matrículas) na qual fala que a mudança está a caminho, em suas mãos. Ora, esse termo, representou a síntese do então governo do PMDB, exatamente o chamado Governo da Mudança.
Ademais, é público e notório que Wagner está demorando em substituir cargos considerados de segundo escalão e, até o momento, não foi claro quando a projetos que pretende executar no Estado, salvo, obviamente, os que já estão em curso, tais como o Metrô de Salvador, o Salitre, Transposição do São Francisco, Redução do Analfabetismo, recuperação de portos e estradas, e outros.
Falta - e ai não há como o PFL não comparar com Waldir e os seus 100 dias de governo - algo que encha os olhos dos baianos, uma peça que seja transformada para os anseios populares - na educação, no desenvolvimento econômico, na saúde, etc - algo que diga, realmente, para que veio o PT. Sem isso, com certeza vai sofrer uma oposição mais firme.
Então, a rigor, a bola está com o governador e sua equipe. Deles dependerão que esse êxito (ou não) nos comparativos com o governo Waldir serão perceptíveis pela população, aceitáveis ou rejeitáveis. Caso consigam contrapor essa ofensiva (coisa que Waldir não conseguiu) se darão bem e o governador poderá conduzir sua sucessão, em 2010, com segurança. Caso contrário, natural, o PFL retornará ao poder nessa data.
Os primeiros sinais táticos de lado a lado já estão à vista: ACM, que é a principal liderança do PFL, condenou as viagens de Wagner considerando excessivas, mandou que o governador cortasse o cabelo e se dedicasse mais a Bahia (que fosse trabalhar). O mote é muito semelhante ao que usou contra Waldir, em 1987: "Acorda Waldir, vá trabalhar" (caracterizando o então governador como indolente).
Wagner não reagiu ao senador, mas o PT contrapôs e colocou um comercial na TV no horário concedido pela Justiça Eleitoral escrachando a Cesta do Povo, falida, sem mercadorias nas prateleiras, abandonada à sua própria sorte, o que significa dizer fez um ataque a ACM e também ao ex-governador Paulo Souto, na medida em que a cesta sempre foi a menina dos olhos do seu criador (ACM), agora abandonada pela criatura (Souto).
O jogo, portanto, está apenas começando.
Um outro ponto da tática exposta pelo PFL está relacionado com a Transposição das Águas do Rio São Francisco, agora sob o nome de Integração da Bacia do São Francisco, projeto posto no pacote do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do Governo Federal, do qual a Bahia será doadora de águas e o então governador Paulo Souto se posicionou contra e, hoje, o PFL baiano, em bloco, mantém essa posição.
A transposição, sem dúvida, vai ser um calo no sapato de Wagner durante seus quatro anos de governo, isso ninguém precisará ter dúvidas, até porque o atual ministro da Integração Nacional, Pedro Brito, afirmou que, a partir de agora com Wagner, no gov da Bahia, e Deda, em Sergipe (estados doadores) as coisas vão ficar mais fáceis.
Ao contrário: vai ser uma pedreira para Wagner. Ele e seu governo só se salvarão desse imbróglio (que se iniciará, efetivamente, a partir de fevereiro próximo) se montarem uma contra ofensiva muito inteligente, e ainda contar com o apoio da Igreja Católica. É só lembrar o bispo que fez greve de fome e forçou uma ida do então ministro Wagner, para aclamar os ânimos, com a promessa ou coisa parecida, de que a transposição se transformaria em recuperação.
Postas essas peças em andamento, diga-se, a ofensiva contra Wagner e o seu governo começou muito antes do que se fez com o governo Waldir. Afinal, Wagner sequer completou 30 dias de governo. Sinal de que a ofensiva de oposição será implacável.
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