Política
Tasso Franco
03/11/2009 às  07:17

A REPÚBLICA SINDICAL

A CUT quer uma TV aberta para centrais com verbas públicas



Foto: Arquivo
CUT vai propor na Conferência de Comunicação uma TV Aberta para centrais
            As cinco centrais sindicais regularizadas junto ao Ministério do Trabalho - CUT, Força Sindical, CGTB, CTB e Nova Central - querem horário gratuito em cadeia nacional de rádio e televisão, como dispõem os partidos políticos, segundo projeto encaminhado à Mesa da Câmara pelo deputado Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho, PT/SP, para disseminar suas propostas e debater suas opiniões, apenas no âmbito sindical e sem partidarização. Seriam até dois minutos sem pagar por isso.


            Essa é a primeira parte da proposta. A segunda, já esboçada pela CUT, é a proposição a ser apresentada na 1ª Conferência Nacional de Comunicação (Confecom), Brasília, de 1º a 3 de dezembro, dando conta de que as centrais querem um canal aberto de TV e desejam, também, modificar as regras de aplicação das verbas de publicidade do governo federal e das estatais.

           

Haja polêmica num assunto dessa natureza. Mas, como a República Sindical está em andamento tudo é possível. E, evidente, projetos dessa natureza aprovados pelo Congresso Nacional e Presidência da República, visto que TVs são concessões públicas, abrem-se precedentes para que 2 minutos passem para 20 e outros artifícios. Assim aconteceu com o horário reservado aos partidos políticos, inicialmente sem comerciais, e, na atualidade, com essa janela que é mais poderosa do que mesmo o horário descritivo em si.


            Recentemente, comerciais do DEM com críticas do ex-governador Paulo Souto à gestão Wagner foram retirados do ar por determinação da Justiça Eleitoral. Isso revela, portanto, como são poderosas essas inserções. Assim como, aprovado o projeto do deputado Vicentinho, ninguém é ingênuo de acreditar que as centrais debaterão questões sindicais sem partidização. Isso não existe. Há uma relação tão forte entre PT e sindicatos que nem precisa explicações.


            Na Bahia, o Grupo de Trabalho que debate os temas a serem levados a Confecom se reúne nos próximos dias 14 e 15, no auditório da Fundação Luis Eduardo Magalhães. Na preliminar, durante caravana itinerante pelos municípios, conclusões foram tiradas e o chefe da Agecom, a agência do governo estadual que organizou as conferências locais, Robinson Almeida, reuniu recentemente a imprensa e situou que, a Bahia defenderá a tese da comunicação atrelada a questões sociais e políticas públicas.


            Há preocupações dos segmentos empresariais com todas essas propostas. Isso só não é mais contundente porque, "mass mídia" é muito mais complexo do que se imagina.


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