Debate Band Bahia
Foto: Angelo Pontes
Os candidatos a governador da Bahia José Ronaldo de Carvalho (DEM) e Marcos Mendes (PSOL) foram os destaques e mais firmes no debate da TV Band ontem à noite e início desta madrugada de sexta-feira, 17.
O governador Rui Costa (PT), candidato à reeleição, foi quem ficou na berlinda e sofreu ataques de quatro dos seis candidatos, a exceção de João Henrique (PRTB) que o poupou e o petista e este não conseguiu desvencilhar-se dos ataques, bastante claudicante, e pondo a carapuça das baixas performances nos campos da saúde, segurança e educação, piores indicadores do país, no presidente Michel Temer.
Daí que Rui defendeu, em vários momentos, a candidatura de Lula da Silva para presidente, ainda que este seja um ficha suja e esteja preso em Curitiba. Falou para seu eleitorado. Como se diz na política: defendeu os seus.
Desde o início do debate que José Ronaldo escolheu como alvo o governador Rui Costa e logo no primeiro confronto tete-a-tete (perguntas entre candidatos) abordou a questão da educação onde a Bahia, segundo o candidato, tem os piores indicadores do país, não construiu uma escola e a Uneb está paralisada em greve diante da falta de verbas e arrocho salarial aos professores.
Também comentou sobre a falta de segurança na Bahia com número de mortes alarmantes. Rui limitou-se a responder com números mas faltou-lhe firmeza e foi generalista. Não passou convencimento na resposta. Poderia ser mais firme e mostrar números do seu governo no atendimento à saúde, na recuperação de escolas e outros. Esqueceu até do Pacto pela Vida e das BCS.
Nos comentários, o candidato do PSOL, Marcos Mendes, lembrou a figura do ex-governador Waldir Pires, homenageando-o, criticou o governo municipal do DEM em Salvador que apontou fuzil para professores em greve, também criticou duramente Rui diante da chacina do Cabula citando que o governador disse que a "PM fez um gol" e que seu governo é de pura propaganda com gastos de R$210 milhõies.
O governador Rui destacou que seu governo contratou 6.800 novos policiais, criou o Graer e renovou todas as viaturas da PM e da PC em 4 anos de gestão, reduziu o número de homicidios e disse que a violência é uma questão nacional agora expandida em face do governo Michel Temer e que a salvação do país será Lula da Silva.
José Ronaldo então classificou Rui de omisso e disse que se eleito não buscará culpados no governo federal e terá autoridade para governar.
Quem também foi 'para cima' de Rui foi o candidato do MDB, João Santana, falando que a economia da Bahia está estagnada e o governador faz pouco ou nada, diante do alarmente desemprego. Rui voltou a criticar Temer presidente que "quebrou a confiança na economia", e disse que está investindo mais de R$1 bilhão na agricultura familiar e que confia na vitória de Lula para colocar o país na linha de crescimento de novo.
Santana lembrou que o governo petista acabou com as culturas tradicionais do Estado - sisal, cacau, etc - e há 300.000 desempregados só na região Sul. Rui rebateu dizendo que tem 400.000 agricultores no seguro safra e foi o governo que mais distribuiu implentos e tratores para os agricultores.
Já o candidato Marcos Mendes acusou o governo de gastar R$210 milhões em propaganda para difundir o "Rui Correria". MM defendeu a volta da EBDA, da Cesta do Povo e do DERBA todos aniquilados no governo do PT.
As participações de Célia Sacramento (REDE) e João Henrique (PRTB) foram discretas, JH defendendo seu governo e elogiando o pai como o melhor governador para os servidores públicos. João também acusou os "poderosos da Bahia" de classificá-lo como o pior prefeito do país em sua época e disse que, ainda assim, foi reeleito.
JH defendeu a candidatura de Jair Bolsonaro e do general Mourão para presidente e vice; e Célia fez a defesa de Marina Silva. JH disse que se eleito for vai enxugar a máquina estatal que tem duplas de secretarias para comandar uma única pasta, casos da SEAP/SSP.
Já José Ronaldo, no seu melhor momento do debate prometeu acabar com "a fila da morte" na regulação da saúde, comentou o caso de uma senhora em Juazeiro que está esperando há 7 anos para fazer uma cirurgia do coração e disse que o secretário de Saúde do Estado é um fantoche, não manda em nada.
Rui criticou o candidato do Dem que só foi para o debate atacá-lo e recomendou que este fizesse propostas para o governo da Bahia e criticou seu governo em Feira. Zé Ronaldo o chamou de governador desinformado e disse que a construção de uma maternidade de alta cmomplexidade e um Hospital Geral é de responsabilidade do Estado e não da prefeitura.
Célia Sacramento (Rede) também criticou duramente Rui ao citar que o PT está há 12 anos no governo da Bahia e só agora promete fazer projetos porque é ano eleitoral.
No geral, o debate foi bom e serviu para desnudar os candidatos todos, por sinal, já conhecidos na política baiana. Nada de novo. Velhas raposas sustentadas por forças tradicionais no estado, o petismo mais ancorado do que nunca no antigo 'carlismo'; o DEM com o 'juracisismo'; o PSOL com linguagem do século XIX querendo a volta da Cesta do Povo e programas estatizantes; João Santana tentando salvar do naufrágio o MDB dos Vieira Lima; João Henrique sem a menor credibilidade com contas rejeitadas pelo TCM e Câmara (ainda a ser analisada sua candidatura pelo TRE) posando de competente; e Célia Sacramento, bastante humilde e defendendo a moralidade e Marina Silva.
Nas considerações finais, todos foram moderados, cada qual no seu estilo, Ronaldo apresentando-se como homem do interior e que vai governar para 417 municípiso; João Santana dizendo que vai fazer um governo real, sem propaganda como o atual, mostrando a realidade; Rui destacando sua chapa com Leão, Coronel e Wagner e repudiando o ódio que o DEM, PSDB e Temer têm do Nordeste; Marcos Mendes lembrando do assassinato de Mariele Franco e dizendo que há 4 anos os servidores públicos estão sem aumento salarial: João Henrique destacando que os poderosos da Bahia fizeram de um todo para que ele não fosse candidato e enaltecendo Bolsonaro e o genral Mourão.
A mediação do debate foi boa e as perguntas dos jornalistas da Band também foram boas.
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