As declarações do governador Jaques Wagner na entrega das ambulâncias aos prefeitos durante solenidade na SESAB, nesta quarta-feira, 8, revelam uma nova atitude do chefe do Executivo, até então, convivendo em tom ameno com seus novos e velhos adversários políticos.
Wagner subiu o tom da voz e das declarações deixando claro, "aos adversários de sempre" (Paulo Souto & Cia) e aos "apressados de agora" (Geddel Vieira Lima & Cia) que está ansioso para o momento de 2010, ano das eleições majoritárias, pois, seu palanque será "demonstrativo".
O que o governador quer dizer com isso (já expresso em entrevista que deu ao BJá (vive na editoria Cara a Cara, entrevistas) é que seu governo tem indicadores melhores a apresentar em 2010 do que os de Paulo Souto & Cia, daí estar tranquilo e confiante de que faz um bom trabalho pela Bahia.
O ingrediente novo no discurso, já que Wagner entende Souto como seu adversário político "de sempre" (antigo e derrotado em 2006) se situa na expressão "os apressados de agora", subtendendo-se que são Geddel Vieira Lima e João Henrique, entre outros, tais como o presidente da UPB, Roberto Maia, e o deputado Arthur Maia, ambos do PMDB.
Quanto as declarações mais agressivas "mentirosos da propaganda", "mal agradecidos", "a Bahia cansou de palhaçada e mentiras", prefeitos que se comportam como "biruta de aeroporto", de fato, não combinam com a postura de um governador que se fiz democrático e republicano, até porque são frases de efeito que não condizem com a realidade.
Os ex-governadores Paulo Souto e César Borges (vide matérias neste site) responderam considerando a atitude do governo como desemtempero, falta de equilíbrio e bravatas pra encobrir um governo que prometeu muito, em 2006, e agora não consegue cumprir nem a metade, atolado em problemas financeiros com perda de receita diante da crise mundial.
O presidente da UPB, Roberto Maia, também protestou contra a observação do governador de que, alguns prefeitos têm comportamento parecido com "biruta de aeroporto". Ou seja, dependem do soprar dos ventos e das oportunidades. Foi também um comentário infeliz do chefe do executivo, pois, os prefeitos e ex-prefeitos são uma parte da base eleitoral para 2010.
Ora, no momento em que o governador tenta apaziguar a categoria dos artistas mais expressivos da Bahia considerados por ele como "viúvas do passado" e defende seu secretário de Cultura, Márcio Meireles, um dos mais enxovalhados do governo, abrir uma nova frente de dissidência com prefeitos não condiz com a boa política, sobretudo porque não faltarão aos adversários essas munições de bom grado.
As declarações de Wagner dão um novo tempero a política baiana e revelam que o jogo do bateu levou abaixo da canela vai nortear a campanha de 2010. Além do que, para quem havia determinado 2009 como ano de gestão, o governador antecipou e muito o debate eleitoral.
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