Muito tem se falado na Bahia sobre os métodos autoritários utilizados pelo ex-senador ACM, falecido recentemente, o qual, comandou o Estado com mão-de-ferro nos últimos 15 anos (1991/2006), ainda que no último governo Paulo Souto tivesse encontrado resistência interna aos seus atos no âmbito do então PFL, desdobramento que aconteceu com a eleição do deputado Clóvis Ferraz, à presidência da Assembléia.
ACM era autoritário - todo mundo sabe disso - e o quanto pode, comandou os poderes legislativo e judiciário, neste último, enfrentando a resistência comandada pelo desembargador Carlos Alberto Dutra Cintra, nos últimos anos.
O Judiciário livrou-se do controle de ACM no alvorescer do século XXI.
Eleito Jaques Wagner (PT), em 2006 e inciando seu governo a partir de janeiro de 2007, supunha-se que os antigos métodos praticados na era ACM seriam sepultados de vez na política baiana.
Assim se imaginava, até em função da postura do PT e aliados durante o decorrer de suas trajetórias na oposição e da nova Bahia Republicana no poder.
O episódio da escolha de um nome para substituir o ex-conselheiro Urcisino Queiroz, no Tribunal de Contas do Estado, com desfecho melancólico coroado na noite de ontem, 18 de outubro, revela que a velha Província da Bahia continua a mesma.
Ou como se diz no popular: "Tudo como antes no quartel de Abrantes".
A democracia baiana dos tempos atuais foi atropela com métodos idênticos aos praticados pelo ex-senador ACM, retirou-se a fórcepes a candidatura do deputado Roberto Muniz (PP) na Mesa da Assembléia, com compactuação do seu presidente, Marcelo Nilo (PSDB), articulações engrendadas no gabinete do chefe do Executivo, depois de frustradas as tentativas de remoção do nome de Muniz em conchavos assinados pelos deputados Mário Negromonte e João Leão.
Mesmo com uma base aliada superior a 40 deputados, a "democracia baiana" tremeu e partiu para o método costumeiro da velha Bahia, do trator, da retroescavadeira democrática, sepultando a candidatura Muniz com o barro do autoritarismo.
A partir desta data, a suposta democracia dos tempos republicanos, do
Governo Republicano, ainda imperiosa nos discursos, nas promessas e nos manuais xiitas, recebeu também sua pá de cal.
Fechou-se a tampa do caixão com cimento e argamassa do velho método baiano de governar.
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