As vaias que o presidente Lula e o governador Wagner tomaram em Cachoeira na última segunda-feira, 25, estão sinalizadas há pelos menos um ano.
Os estudantes de medicina da UEFS e os professores da rede de Universidades Estaduais estão praticando uma queda de braço com o governo Wagner desde o primeiro trimestre do ano passado, os primeiros comparecendo a Assembleia Legislativa tentando sensibilizar os deputados da base governista e dando mais visibilidade à imprensa do seu movimento, e os segundos em diversas notas que foram publicadas nos jornais da capital, matérias pagas, revelando a situação em que vivem, considerada sem a devida atenção do governo.
Esses dois movimentos, pelo menos, e mais a Polícia Civil em diferentes níveis, fazendários e outros, vêm revelando insatisfações com o governo do Estado e não estão encontrando uma contra-partida em suas reivindicações, daí as vaias que aconteceram em Cachoeira, e os protestos pouco divulgados pela mídia que também existiram durante a visita de Lula e Dilma Rousseff a Feira de Santana, na assinatura do PAC da Lagoa Grande.
Os estudantes de medicina da UEFS em seguidas oportunidades fizeram manifestações no campus da Universidade, o reitor José Carlos Brandão esteve na ALBA, ano passado, acompanhando um grupo deles em protesto, recentemente, ocuparam as instalações da Reitoria, mas, até agora, não conseguiram melhorar suas condições como alunos de uma futura profissão que exige bom ensino e práticas de residência.
Atestam que o curso de medicina é deficiente, não existem pelo menos 40 professores, não há práticas e os alunos temem sair da escola sem os conhecimentos básicos para exercer uma profissão tão importante, sobretudo porque mexe com vidas humanas.
As outras categorias em protestos seguem o mesmo diapasão. O governo criou uma Mesa Central de Negociações e Mesas Setoriais, mas, muitas categorias se sentem excluidas desse processo e/ou pelo menos não contempladas como acham que deveriam ser.
Ademais, essa prática política do governo amordaçou o movimento sindical que, na atualidade, apenas diz amém e trabalha com o sindicalismo de resultados e do empreguismo.
O governo, pois, precisa reabrir o diálogo com esses movimentos em ebulição (os peritos criminalistas estão há uma semana parados e os fazendários divididos) sob pena de que, como aconteceu em Cachoeira em Feira de Santana, novas vaias vão ser organizadas em visitas de Lula a Bahia e/ou mesmo sem o presidente.
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