Política
Tasso Franco
03/08/2015 às
11:38
CONGRESSO abre explosivo em alta; ASSEMBLEIA abre no marasmo, em baixa
Duas situações diferenciadas
1. Estamos a 3 de agosto, o mês que sempre assustou a politica brasileira - morte de Getúlio Vargas, renúncia de Jânio Quadros, morte de JK - e o Congresso Nacional reabre nesta segunda-feira, 3, com o presidente da Casa, Eduardo Cunha, envolvido em denúncias de corrupção na Operação Lava Jato (teria recebido US$5 mihlões) e espumando de raiva contra a presidente Dilma, a PGR e a advogada Beatriz Catta Preta, a qual abandonou clientes da delação premiada e deixou dúvidas no ar dizendo que estaria sendo amaeaçada por integrantes da CPI da Petrobras, sem citar nomes.
2. De personalidade sombria e defensora de réus na Operação Lava Jato a advogada passa a ser suspeita de estar se vitimizando e a CPI vai convocá-la para que revele quais dos seus integrantes são os ameaçadores. O presidente da CPI, deputado Hugo Motta (PMDB-PB) ligado a Cunha lançou suspeitas de que Catta Preta pode estar "escondendo alguns atos ilícitos que tenha cometido no âmbito do processo da Lava Jato", em especial na delação de Júlio Camargo.
3. No meio político não se fala outra coisa senão um segundo-semestre explosivo no Congresso Nacional. O maior petardo que Cunha dispõe, em mãos, a depender da conjuntura politica, é a análise de pedidos de impeachment de Dilma. O PSDB, embora FHC tenha dito que Dilma é uma pessoa honrada, informou (a maioria do partido) que apoia Cunha. E parte do PMDB tem advogado um rompimento imediado com a presidente, decisão que poderá ser tomada no Congresso do partido no próximo mês de Setembro.
4. Ninguém aposta um tostão furado de como será a conduta do Congresso a partir desta segunda. O governo parece mais estruturado. Encomendou um estudo ao Ministério do Planejamento para fundir os 38 Ministérios, para um número que se aproxime dos 20 já proposto pelo PMDB, e quer uma avaliação mais criteriosa e técnica na distribuição dos 22 mil cargos comissionados da República.
5. Dilma já se reunir com os governadores na semana passada, mas, governadores não controlam deputados - salvo exceções - e o jogo será jogado no Congresso de forma mais aberta. Diz-se que, quando um governo está fragilizado, cada deputado se sente mais forte e dono de sí.
6. Com todas as acusações e criticas direcionadas a Cunha, agora chamado por petistas e comunistas de ter postura autoritária, a força do presidente da Casa junto aos seus pares - a maioria da Câmara - não parece ter alterado. Continua forte e controlando a maioria. Daí que, mesmo ferido com as acusações da Lava-Jato, deverá ser a personalidade politica mais comentada neste segundo semestre.
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7. Na Bahia, abre também nesta segunda-feira, 3, os trabalhos parlamentares na Assembleia Legislativa. E, como aconteceu no primeiro semestre, de um maramos como há muito não se via, não há sinais de que neste segundo semestre haja mais dinamismo.
8. O governador Rui Costa não tem encaminhado projetos relevantes para apreciação da Casa, nem dá sinais de que pretende mudar seu ritmo neste segundo semestre. O governo se contenta com o que tem, os projetos estruturantes para passaram pela Casa, e o governador administra com o que tem e já foi aprovado.
9. Sem isso, sem projetos que possam parecer polêmicos, a oposição fica sem ter o que discutir e criticar. Murcha. Fica a cata de assuntos na imprensa - a violência, possíveis falhas na saúde e na educação - e um ou outro caso de maior repercussão como foram as mortes dos 12 do Cabula pela PM.
10. Como deputado não pode apresentar projeto que demande despesas e só aqueles sem essa componente, pouco se faz, salvo uma enxurrada de sessões especiais que não levam a lugar algum. Portanto, não há indicadores de que teremos um segundo semestre mais vibrante na Assembleia.
11. O governador Rui está bem avaliado pelo Instituto Paraná de Pesquisas, resultado que saiu no Correio, o que dá mais munição a base governista contra qualquer ataque da oposição. A presidente Dilma deve vir a Salvador nesta semana para lançar as ordens de serviços dos BRTs de Salvador e Feira de Santana. É o que se fala, ainda sem uma confirmação oficial.
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