Desde o último dia 28, em entrevista ao BJá antes do início da marcha dos prefeitos para protestar contra o governo Wagner, que o prefeito João Henrique (PMDB), revelou seu interesse em disputar a eleição para governador da Bahia, em 2010. Não escondeu de ninguém esse fato, revelou ter gostado do número da pesquisa IPESP/Lavareda ( tem 12% de intenções de votos) e admitiu que estava na fila.
Até brincou com alguns jornalistas, embora estes não tivessem dado muita atenção a frase de João com insinuações à música carnavalesca de Bel Marques (A Fila Andou), dando conta de que a fila estava andando. Nesse mesmo dia, o repórter Levi Vasconcelos, em sua coluna Tempo Presente, A Tarde, havia noticiado que João procurara o PDT e o PSDB como alternativas ao PMDB.
Agora, A Tarde retoma o assunto, com matéria de Regina Bochicchio e Biaggio Talento, referendando a postura de João diante desse fato situando que o prefeito quer o ninho tucano para disputar a eleição. O presidente do PSDB na Bahia, Antonio Imbassahy, confirma o interesse do prefeito, embora não tivesse dado detalhes de como João se movimentou nessa direção.
Pois não dito; o prefeito procurou o ex-presidente do PSDB na Bahia, ex-deputado Nestor Duarte Neto e ex-secretário municipal de Infra-Estrutura e Transporte do Município, com quem João nunca deixou de conversar, para ter esse entendimento. Nestor, de sua parte, repassou informação a Imbassahy e outros, chegando ao conhecimento do PMDB através de uma conversa entre o presidente da ALBA, Marcelo Nilo, e o secretário da SESP, Fábio Mota (ligado a Geddel).
A interlocutores mais próximos, no âmbito da administração municipal, o prefeito tem sinalizado que teria encerrado seu ciclo de administrador na Prefeitura, com as ações realizadas na sua primeira gestão e agora até 2010, sendo oportuno dado à sua popularidade, chegar ao governo do Estado. Vê chances nesse sentido, se utilizará do marketing produto Salvador para difundir seu nome no Estado, tem a similaridade do nome João que é o mesmo do senador e ex-governador João Durval, seu pai, e só precisaria resolver a questão política com o PMDB.
Mas João também não poderia ser candidato do PMDB? Poderia, sim senhor. Tanto que, a convite de Lúcio Vieira Lima, presidente do partido, vai a Itapetinga, próximo dia 18, fazer exatamente o que esta dito no parágrafo acim: fazer política, difundir seu nome e as ações realizadas na Prefeitura de Salvador.
A dúvida, hoje, é saber se o jogo de João ao procurar o PSDB e o PDT envolve o beneplácito do PMDB, até para confundir os adversários, e/ou se se movimenta com pernas próprias, neste caso, colocando-se num campo minado e perigoso e reaproximando Geddel de Wagner.
Em se tratando de João Henrique tudo é possível: é um político por essência, teme ficar no vácuo entre 2010/2012 e sem mandato até 2014, na hipótese de não participar do processo eleitoral 2010 como protagonista, e tem chances de disputar a eleição para governador como competitivo.
Ao BJá, na UPB, João lembrou que, em 2008, saiu em quarto lugar para disputar a reeleição, em Salvador, e chegou em primeiro, nos dois turnos.
A essência de sua candidatura estaria tão somente na legenda. O PMDB é controlado por Geddel Vieira Lima e, por posto, sem combinação, João continua como o segundo da fila; no PSDB,o tucanato pode abrir a legenda uma vez que este partido não tem candidato ao governo e Paulo Souto está a cada dia mais candidato no DEM; e no PDT também haveria esse possibilidade, conversa já feita com o deputado Severiano Alves, o qual, atualmente, voltou a morrer de amores por João.
Esse é o quadro. E, como todo mundo sabe, com João não se brinca. Se bobearem, olha ele lá no Palácio de Ondina.
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