A pesquisa GPP trouxe à luz o que já se conversa nos bastidores da política há algum tempo, de que o prefeito João Henrique (PMDB), dado seu alto nível de rejeição (46% na pesquisa encomendada pelo deputado Marcelo Nilo, PSDB; e 46% no GPP, do Democratas), dificilmente se recuperará até o próximo pleito, a ponto de ser competitivo como aconteceu, em 2004.
Os motivos são vários: além da rejeição à sua pífia administração com níveis de inadimplência financeira também elevados, tem nos seus calcanhares (ao contrário de 2004) competidores mais fortes, quais sejam, o ex-prefeito Antonio Imbassahy (PSDB) e o apresentador populista de TV, Raimundo Varela (sem partido).
Ademais, circunda sua base aliada, a deputada e ex-prefeita Lídice da Mata (PSB), 3ª colocada na pesquisa e em ascensão junto ao eleitorado; e o deputado Nelson Pelegrino (PT), quinto colocado na pesquisa, com uma pequena diferença para o prefeito. Lídice ainda não disse que é candidata, mas, é questão só de tempo; e Pelegrino já expressou ao PT seu desejo de ir à disputa.
Leve-se, também em consideração, o fato de que o prefeito João Henrique perdeu a principal bandeira que desfraldou nos anos anteriores à campanha de 2004, de defensor da classe média e dos pobres e oprimidos diante da cobrança de taxas, impostos, serviços extras, etc, que fez com que ele caísse na graça da população como uma espécie de salvador da Pátria.
Passou a ser conhecido, naquela época, como o "rei da liminar" e foi conquistando o eleitorado a ponto de ultrapassar 42% no primeiro turno das eleições, em 2004, fazendo com que, por osmose, constituisse uma base aliada com PT, PSB, PCdoB e outros, que o levou a vitória com mais de 74% dos votos, contra o então pefelista César Borges.
O tempo passou e o prefeito vive uma nova realidade. João não cumpriu as promessas de campanha, quebrou a expectativa da população na sua personalidade, construiu um projeto pessoal familiar para levar irmãos, pai, mulher, cunhado ao glamour da vida política, obteve êxito nessa empreitada, mas, com isso, menosprezou a capacidade de pensar e agir do seu povo, e poderá pagar um preço elevado no plano político.
A equação, de acordo com as pesquisas, inverteu-se e João Henrique deixou de ser majoritário no bloco da base aliada, para encontra-se no meio (entre Lídice e Pelegrino) podendo, inclusive, ser minoritário adiante, desde que o PT encare a candidatura de Nelson Pelegrino como viável, eleitoralmente, e ex-peemedebistas travestidos de petistas atuais, não boicotem o seu nome no bajulatório a manter cargos junto a Prefeitura.
O PT encontra-se, nesse momento, numa situação bastante crítica: de abraçar uma gestão que é rejeitada pela população, com possibilidade mínima de reveter o quadro, dadas as circunstâncias expostas acima.
Caso o PT assuma esse compromisso, poderá ir de roldão nessa enxurrada, verá os três primeiros colocados nas pesquisas (Imbassahy, Varela e Lídice) se deslocarem do bloco porque essa é a perspectiva da população, de já ter codificado quais são os nomes que poderão assumir o Palácio Tomé de Souza.
A encruzilhada para o PT é fatal. Ou assume o comando do processo político como líder, independente, ou vai levar uma surra de votos na capital, em 2008, como reflexo pelo menos nos grandes municípios do Estado.
Política não é a arte do acerto antecipado, porém, essa é a leitura das pesquisas atuais. E quem avisa meu amigo é.
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