As declarações do governador Jaques Wagner (PT) postas no portal Globo 1 e transcritas neste Bahia Já, dando conta de que a Bahia vivia no ciclo do "medo e do constrangimento" há 30 anos e que o carlismo ou as antigas forças do PFL (hoje Democratas) como seu modelo de gestão que considerou falido não têm chances de ressuscitar a curto ou médio prazos, revelam que o governador, independente das ações administrativas, está de olho firme na política.
E, como tal, assim pensa o ex-governador Paulo Souto que resumiu a entrevista de Wagner com uma frase de efeito "é preciso que ele primeiro diga para que veio pois nós temos história", vai se manter no cenário midiático para contrapor as prováveis investidas dos seus adversários.
A rigor, o governador Wagner precisa manter em dia esse discurso, permanentemente na cabeça do seu eleitorado, pois, tanto tem razão o chefe do Executivo ao dizer que é difícil ou senão impossível num primeiro momento o retorno do carlismo e do seu jeito de governar; quanto tem razão Souto ao referir-se a inépcia do governo Wager, o qual, não trouxe as tais inovações de gestão prometidas em campanha até então.
Posto o dito; pelo não dito ou a coroa x a cara, o atual governo tem praticado métodos tão assmelhados com os mesmo dos governos passados, quer por imposição da lei (caso das inexigibilidades); quer porque, na prática, é mais produtivo e menos oneroso para o Estado contratar servidores via REDA do que através de concurso público.
Daí que, para que as críticas do governador tenham mais força e sirvam como história, como fatos que moldariam a nova gestão, revolucionária, transparente, etc, é preciso que seja apresentada à população um novo modelo, coisa que ainda não aconteceu.
O governo vem utilizando os mesmos métodos corriqueiros de qualquer administração: contratação sem concurso público, propaganda sem licitação, patrocínios de eventos (casos do São João, Carnaval e outros) à moda tradicional, dispensas de licitações, nomeações de diretores de escolas por via indireta, quarteirização dos serivços da saúde e assim por diante.
Então, a fala do governador, embora relevante, porque toda declaração de um governador tem força, perde um pouco a sua contundência junto à opinião pública, uma vez que esta acompanha o desenrolar do seu governo, medindo os seus passos e não vê as mudanças prometidas, pelo menos até agora.
Outra declaração do governador colocada no final da entrevista ao responder sobre a aliança preferencial do PT para ano que vem e 2010, se esta se daria com o PMDB, Wagner foi enfático em dizer não e considerou que "todo mundo tem
cumprir a sua tarefa".
Em sendo assim, mesmo que o PT, como quis sua Executiva no último dia 16, tenha mantido a aliança com o prefeito João Henrique (PMDB) é de se supor que João e o PMDB terão até meados de 2008 de cumprir as tarefas, consideradas pelo deputado Nelson Pelegrino como uma repactuação.
Resta saber se a repactuação vai tirar a cidade do buraco em que se encontra ou é apenas um jogo de cena. Admitir o PT refém do PMDB na capital, a matriz da política baiana, o espelho, a caixa de ressonância é realmente passar o bastão antes do tempo.
Profeticamente traduzindo a parábola inicial o carlismo pode não ressuscitar até 2010, mas, tem uma terceira força que está caminhando com enormes passos para ocupar o espaço desse novo modelo de gestão tão sonhado pelos baianos.
Wagner, portanto, como diz Souto, deve dizer para que veio senão adeus PT.
* Vide a entrevista do governador Wagner em política.
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