Política
Tasso Franco
05/03/2009 às  21:01

OS CORONÉIS DA PM E A IMAGEM DO GOVERNO

A propina tem que se apurada com total transparencia



O Leão da Tribo de Judá, a raiz de Davi, venceu para abrir o livro e seus 7 selos
   O comando da Polícia Militar da Bahia fez um esforço enorme para melhorar a imagem da Corporação durante os festejos Carnavalescos de Salvador, em 2009, após um período de turbulências na perda de credibilidade da instituição diante de mais de 30 PMs assassinados, em 2008. 

   Saiu-se bem. Salvo o incidente entre um major e um delegado da Polícia Civil contribuiu juntamente com a Civil e a cúpula da SSP, até para melhorar a imagem do governo Wagner como um todo, na medida em que integrando a sua equipe, ajudou-o nessa tarefa.

   Louve-se a dedicação do coronel Mascarenhas, seu atual comandante, que deu mais de 50 entrevistas em emissoras de rádio e TV, e trafegou entre praças, oficiais, autoridades, artistas e outros com uma desenvoltura impressionante. E, o que é mais interessante: sem ser estrela, sem aparecer tentando ofuscar a outrem, com seu desempenho na medida certa.

   Mas, nem o coronel Mascarenhas; nem o secretário César Nunes, SSP; e muito menos o governador Wagner tiveram tempo para saborear esse desempenho. Aliás, como mereciam. Isto porque, logo depois a PM deu uma demonstração de truculência no Estádio de Madre de Deus, ao agredir torcedores; e o comando da pistolagem do Extremo-Sul determinou a execução da esposa do ex-deputado Maurício Cotrim, crimes que continuam impunes.

   Além disso, houve o notório caso do crime de Itaparica que resultou na morte de um empresário e ascensão à mídia do delegado Magalhães, de reconhecida capacidade truculenta, como uma espécie de "Salvador da Pátria".

   Agora, ainda na ressaca carnavalesca, estoura a Operação Nêmesis, com a prisão de ex-coronéis da PM, inclusive seu ex-comandante Geral, de militares da ativa, envolvendo corrupção e um cabuloso contrato de R$32 milhões.
 
   Registre-se a iniciativa do governo de manter o caso a luz da midia, fornecendo informações pelo site oficial e pelas autoridades da segurança pública, mas, infelizmente, todo o trabalho da PM no Carnaval, em termos de imagem, naufraga nas águas de março.

   O governo tem que ser o mais transparente possível, inclusive revelando quem aceitou um contrato dessa natureza no âmbito da SAEB e da Procuradoria Geral do Estado, sob pena de manchar além da imagem da PM, hoje, enxovalhada, atingir o governador Jaques Wagner.

   Já dito aqui neste site, ser governador é "matar um leão a cada dia". E, Wagner, apesar de ter eliminado muitos deles, os bichos estão cada vez com as bocas maiores e mais vorazes.


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