Política
Tasso Franco
09/01/2014 às
10:55
A REBELIÃO SILENCIOSA da base governista na Asssembleia
Em ano eleitoral, deputados dão troco ao governador
O que aconteceu ontem e na madrugada de hoje na Assembleia Legislativa do Estado com a derrota do governo Wagner, o qual não conseguiu a aprovação da PEC dos royallties do petróleo (antecipação de receita de R$1.5 bi para cobrir o deficit da Previdência) foi, em síntese, uma rebelião (muda) da base governista.
Eram necessários 38 votos para aprovação da matéria e o governo, que tem uma base com 42/43 deputados, só conseguiu 37.
E, diga-se de passagem, desses 37 muitos só ficaram na sessão até a madrugada para embromar o governo, pois, se tinha a certeza de que o quórum qualificado (38 votos) não aconteceria. Teve deputado, quando o presidente Marcelo Nilo, PDT, encaminhou a votação nominal que para dizer o sim ao governo, o fez depois de Nilo apelar mais de uma vez ao parlamentar, "por seu voto deputado".
E teve deputado da base do governo que falou abertamente durante e após a sessão, de que "nada recebia do governo" e, se não comemorava com os deputados da oposição, era apenas por pura elegância.
Veja ainda o seguinte: a oposição só não "matou" a sessão logo cedo porque "comeu mosca" ainda na Comissão de Justiça quando só haviam 3 deputados da base (são necessários 5) e depois chegou um quarto.
A situação agora é a seguinte: como projeto rejeitado não pode ser re-apresentado no mesmo ano legislativo, a PEC dos Royallties só deverá voltar a pauta após a abertura dos trabalhos legislativos de 2014 que se dará dia 3 de fevereiro, com a presença do governador Jaques Wagner, lendo a sua mensagem anual, às 15h.
Até lá, dia 14 próximo, a Assembleia se reúne novamente para analisar o Orçamento 2014 do Estado, em primeiro turno, e mais algum projeto complementar.
Se não houver acordo com a oposição, a matéria pode ser votada com 32 a favor, e serão contados mais 5 dias para a votação em segundo turno, retornando à sessão no dia 21 de janeiro.
Se houver acordo, e isso implica em emendas, e já há uma disposição do governo cumprir destaques no valor de R$1.200.000,00 (impositivamente) aí a matéria será aprovada em dois turnos dia 14.
O líder do governo pode também pedir regime de prioridade caso a matéria seja aprovada em primeiro turno, sem acordo, encurtando os prazos, a partir do dia 14, em mais dois dias e meio, o que poderia votar o segundo turno dia 17.
Até lá, o estado está sem orçamento e sem a receita antecipada dos royallties do petróleo. Pra quem está com o caixa apertado é um problemão. (TF)
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