Política
Tasso Franco
18/07/2013 às
10:22
GOVERNO BA e Prefeitura SSA ainda não deram resposta ao grito das ruas
Já aconteceram reuniões e muito diálogo, mas ações objetivas, nada
1. Até agora, nem o governo do Estado da Bahia; nem a Prefeitura de Salvador adotou medidas concretas, objetivas, para atender o grito que ecoou das ruas no país a partir da abertura da Copa das Confederações, quando a presidente Dilma Rousseff, foi vaiada no Estádio Mané Garrinha, Brasília, e a população protestou por melhor transporte público, educação de melhor qualidade, saúde pública respeitável, algo que se rotulou de serviços públicos no padrão FIFA. Como os governos estaduais e municipais dependem de verbas da União, certamente aguardam o SOS de Brasília.
2. No Congresso Nacional algumas medidas foram tomadas, a mais visível delas a rejeição da PEC que reduziria o poder investigatório dos MPs, pontos moralizadores no uso dos recursos públicos e uma pauta positiva que avançou bastante diante do marasmo das duas casas legislativas. A Presidência da República se esforça para responder ao "Grito das Ruas" com os 5 pontos do pacto e prováveis R$50 bilhões para o transporte público, na melhoria da mobilidade urbana, e royallties do pré-sal para saúde e educação.
3. Como dinheiro não cai do céu nem nasce em árvores, hoje, inclusive, o ministro da Fazenda, Guido Mantega cancelou sua participação no encontro do G20, na Rússia, para analisar cortes no Orçamento entre R$11 bi e R$13 bi dificilmente esses recursos (R$50 bi) para o transporte vão ser liberados a curto ou médio prazos. O prefeito ACM Neto, cuja gestão conseguira mesmo antes dos protestos das ruas, manter a passagem dos ônibus, em Salvador, a R$2,80, se habilitou, de imediato, a R$1 bi desses R$50 bi, para uma via expressa Bus Rápid na Avenida Bonocô, um dos gargalos da cidade.
4. E o governador Wagner, de sua parte, trabalha para colocar os trens do Metrô Linha 1 nos trilhos (anuncia-se tal façanha para junho de 2014) e lançamento do edital para o Metrô Linha 2 (Iguatemi/Lauro), em setembro próximo, com investimentos de R$4 bi e obras a serem iniciadas, provavelmente, em 2014. Vê-se, pois, que no segmento transporte nada acontecerá a médio prazo, salvo medidas paleativas, como a anunciada pela Prefeitura de um bilhete único a partir de novembro deste ano, para quem pega dois ou mais transportes para o destino final.
5. Na área da saúde o quadro é de melhorias, mas, também a médio prazo. Hoje, o MPF acionou o Estado e a União para melhorar as condições de atendimento ao público no Hospital Clériston Andrade, em Feira de Santana, numa situação bastante precária; e a deputada Luiza Maia, uma petista, solicitou a intervenção no Hospital Geral de Camaçari, por falta de médio atendimento e precariedade para atender 25 municípios do entorno camaçariense.
6. A educação no Estado em Salvador com baixa qualidade de ensino. A rede pública municipal de Salvador, inclusive, está em greve por 48 horas, para tentar encontrar uma saída no reajuste dos professores, em parcelamento proposto pelo município e não aceito pela categoria. O governo do Estado, de sua parte, enviou a Assembleia o PL que vista organizar os ganhos e acertos com os profissionais da educação, mas, como a Casa Legislativa está em recesso isso poderá ser apreciado em agosto.
7. Como se vê, portanto, há uma boa vontade tanto do gestor municipal; quanto do estadual para entender e dialogar com a sociedade diante dessa nova ordem que emanou das ruas, algumas reuniões já foram feitas, especialmente por Wagner, mas, nada que se diga,assim, que foram tomadas medidas objetivas para fazer esse enfrentamento ou atendimento. E veja que, temos uma visita papal à porta; e uma Copa do Mundo de Futebol à beira do caminho, em 2014.
8. A Copa do Mundo, então, será um desafio e tanto para o governo. Josepht Blatter, em entrevista à imprensa alemã já soltou umas pílulas dando conta de que a FIFA "teria errado" ao apostar no Brasil. E agora? Dificil será retirar a Copa do país, salvo se os governos não agirem no atendimento aos anseios populares; e mais dificil ainda será conter novos movimentos de ruas no país, em 2014, com 32 países nos visitando, 12 subsedes de jogos, uma logística complicada mesmo em tempo de paz; quanto mais de "guerra"
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