Política
Tasso Franco
08/11/2012 às
11:42
PT REÚNE BANCADA E LANÇA 3 NOMES À SUCESSÃO DE NILO
PT lança 3 nomes Rosemberg Pinto, Yulo Oiticica e J. Carlos
Nesta quarta-feira, 7, aconteceu na Assembleia Legislativa um segundo momento sobre a sucessão do presidente Marcelo Nilo (PDT), legislatura 2013/2014, uma reunião da bancada dos 14 deputados do PT, quando se lançaram três pré-candidatos, os deputados Rosemberg Pinto, Yulo Oiticica e J. Carlos.
Coloquei acima que se trata de um segundo momento porque o primeiro já aconteceu, recentemente, logo após as eleições municipais, quando Marcelo Nilo esteve com o governador Wagner e se apresentou para concorrer a mais um mandato, o quarto consecutivo, o próprio dando divulgação em A Tarde.
Conversei, hoje, com dois deputados do PT, o líder da Maioria, Zé Neto; e Rosemberg Pinto. Não consegui localizar Yulo e J. Carlos e Marcelo Nilo se encontra nos EUA, férias de 10 dias, passando à presidência ao deputado Leur Lomanto Jr (PMDB).
Zé Neto me disse o seguinte: "Quem tem menos que se meter com isso sou eu" e confirmou que, seu único desejo, na atualidade, "é paz e tranquilidade para continuar comandando a bancada da base governista na Casa Legislativa". Admite, no entanto, que Nilo é um nome de "respeito", mas, nada impede que petistas queiram expressar seus desejos de presidir a Casa Legislativa.
O deputado Rosemberg Pinto tem uma visão diferenciada sobre a pretensão de Marcelo em ser mais uma vez presidente, diz que, hoje, "ele não é o candidato do PT" e as discussões sobre a sucessão devem ser encaminhadas, no momento próprio, "dentro da base do governo" e não de forma isolada como se apresentou Nilo.
Ou seja, o PT não gostou do primeiro movimento de Marcelo em procurar o governador e dizer que é candidato, uma vez que este não consultou a base, ou pelo menos os petistas. Rosemberg admite que a eleição do novo presidente da Assembleia, período 2013/2014, está diretamente vinculada ao contexto da sucessão estadual (de Wagner).
Ainda segundo Rosemberg, Marcelo quer as duas coisas: ser presidente da Assembleia e depois governador.
Esse, aliás, segundo se comenta nos bastidores da Casa é o entendimento do próprio Marcelo, de que ele só conseguirá ser governador (ou pelo menos participar da chapa majoritária) se for presidente da Casa entre 2013/2014.
Em off, alguns deputados da base (de outros partidos que não o PT) me confessaram que, o próprio Marcelo admite isso com muita clareza aos colegas que o apoiam.
O deputado Elmar Nascimento (PR), também ouvido pelo BJÁ, diz que o processo sucessório está só começando e que a oposição, muito minoritária, não tem como lançar um candidato, e vai optar pela composição, como acontece hoje, Marcelo (PDT) presidente e Leur Jr (PMDB), na vice-presidência.
Em saindo dois candidatos da base, Elmar diz que, certamente, as oposições vão se reunir e optar por um dos nomes. "Sou da opinião de que devemos ir unidos em torno de um nome, ainda que, no caso de Marcelo, há oposicionistas que não votariam nele", comentou.
COMENTÁRIO DO BJÁ
A observação do desputado Rosemberg Pinto de que a sucessão na Assembleia está diretamente relacionada com a sucessão de Wagner é real, tem sentido.
Ele próprio, no nosso entendimento, se for o novo presidente favorecerá a pré-candidatura de José Sérgio Gabrielli.
Mas, para que isso aconteça, necessitará do apoio do governador Wagner, de forma explítica, trabalhada, eliminando, assim, as chances de Marcelo.
O governador Wagner, no entanto, não tem esse perfil mandonista. Atua mais de forma discreta, nos bastidores, sem melindrar seus correligionários e tem forte apreço por Marcelo, ainda que possa admitir a necessidade de oxigenação da Assembleia.
Não há como compor. Digamos que, apoiando Rosemberg coloque Marcelo na chapa majoritária de sua sucessão, numa espécie de compensação. Duvida-se que Nilo tope esse tipo de jogo, pois, salvo melhor juizo, está obstinado em ser governador da Bahia e já confessou isso de público várias vezes.
Diria que, neste início de 2013, a sucessão na Assembleia vai ser a mais complicada desses últimos anos. O PT, interna-corporis, já disse que Marcelo não.
E em havendo um tercius, nem Rosemberg; nem Marcelo e dando J. Carlos seria possível?
Em tese, deputados acham que sim porque Jota seria marcelista.
E Yulo? Bem, esse, deputados acham que só com muita força de Wagner e a força divina, poderia emplacar.
Em nosso opinião, na situação em que Wagner se encontra, de certa forma fragilizado com a derrota do PT na capital, o estado atravessando dificuldades financeiras, o melhor será compor com Marcelo, pelo menos para presidente da Casa por mais uma legislativa.
Quanto a sucessão de 2014 ainda está muito longe e esse seria um novo debate.
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